Kiara
— eu tô com fome! – repito pela milésima vez enquanto Lucca continua me ignorando — EU TO COM FOMEEE
— calminha, calminha prin – diz entrando no quarto com o que parece ser uns pacotes de câncer, mas conhecidos como Chips — toma!
— eu não vou comer isso. – respondo
— então morra de fome! Sua chata – ele diz igual uma criança e eu dou risada
Que tipo de bandido/sequestrador é esse?
— até que enfim te achei! – ouço a voz de uma menina entrando. Muito bonita por sinal — quem é ela? – a menina pergunta ao Lucca
— não é da sua conta. O que tá fazendo aqui? – responde grosso
Penso se devo dizer que estou presa aqui ou se apenas fico quieta esperando a boa vontade deles me soltarem
— quem é você? – ela me pergunta ignorando totalmente o Lucca
— eu me chamo Kiara e você? – forço simpatia devido minha situação, para ela poder me ajudar eu preciso ser ao menos simpática
— eu sou Luana, mas a maioria aqui me chama de Lua
(Foto da Luana na multimídia)
— então... Por que não está no baile? Aquilo lá está lotadasso – lua fala animada
— ela não vai, então vai embora logo garota – diz Lucca grosso, como sempre.
— você não me manda! E não manda nela também. E você aí diz apontando pra mim — vai se arrumar gata, temos um baile pra ir
Fico feliz por saber que irei sair dessa casa e ver mais pessoas além de Ruan e Lucca.
...
Como eu não tinha nenhuma roupa adequada para vestir lua me emprestou uma e agora estamos a caminho do tal baile. Lucca está logo atrás com uma cara nada boa e de braços cruzados.
eu estava vestida mais ou menos assim:
E Luana assim:Quando chegamos no baile alguns olhares se voltaram diretamente para nós. Como o do Ruan e seus amigos no que parece ser o camarote.
A expressão em seu rosto era de pura surpresa, mas ainda sim consegui sentir seu olhar percorrendo meu corpo de baixo a cima me deixando completamente sem jeito. Mesmo de longe.
— anda vamos! – diz lua me tirando do transe e me puxando para o camarote
— o que tá fazendo aqui? – pergunta baixo me puxando pelo braço. Vocês já sabem quem né?!
— vim comprar pão não tá vendo? Minha amiga Luana me trouxe e caso não tenha gostado avisa ela que eu estou em cárcere privado e que não é pra ela avisar a polícia tá bom? – mando um beijo no ar e saio em direção a Luana
— por favor não me deixa sozinha – falo assim que chego ao seu lado
— por que os garotos estão enchendo seu saco também? – ela ri — uma hora você acostuma. Mas fala ai por que estava na casa do Ruan com meu irmão?
— é... – meu Deus e agora? — é... É que... A é que eu estou apaixonada no Ruan e seu irmão estava me ajudando a conquistar ele
QUE? SERIO ISSO KIARA?
— então tá né, tem gosto pra tudo – rio de nervoso
— pois é. Então vamos dançar? – digo querendo mudar de assunto
— vamos!
— aqui não, vamos lá pra baixo – digo puxando ela. Não quero ficar perto deles me vigiando
Descemos e encontramos umas amigas de Luana
— oi bitch – diz uma loira que com certeza não é natural. Ela me olha de cima abaixo e não expressa nenhuma simpatia
— hi bitchhh – diz lua animada — essa aqui é Kiara, uma amiga minha
— oi... – digo simples
— oi. – responde e sai
Ignoro e apenas começo a dançar com Lua um funk com a letra bem pesada, confesso que achei engraçado mas era uma música bem sensual.
Nunca me imaginei em um baile de favela e olha onde eu estou, e pior ainda me divertindo com uma garota que mal conheço.
— você é uma delicinha em gata – ouço uma voz masculina no meu ouvido. Sinto nojo sem mesmo saber quem é, viro e vejo um garoto com esteriótipo de bandido. Antes de responder olho em volta e minha visão para exatamente em um marrento no camarote me olhando feio
Acabo de mudar de ideia em relação ao cara na minha frente
— a obrigada. – finjo interesse. Olho para o camarote novamente e Ruan ainda está me encarando com a mesma cara feia. Logo lanço uma piscadela e coloco minhas mãos no ombro do carinha — por que não saímos daqui em? – sugiro
— que danadinha você em – minha expressão é de unicamente um ponto de interrogação
que nojo!
Mas apenas o ignoro e ando até a saída. Essa era minha grande chance de fugir daqui.
Saímos e começamos a descer o morro, a rua estava escura e deserta. O tal cara não falava nada e já estava começando a me arrepender de ter saído de lá
— então... escuta! Eu fui sequestrada e preciso que você me tire daqui o mais rápido possível – falo rapidamente com medo de que alguém chegue pra me levar de volta
Ele não expressa nenhuma reação e acho que agora percebi minha burrice
— gata. Esquece isso, vamo pra aquele beco, quero te sentir melhor, se é que me entende – diz me beijando a força
— não!! Era pra você me ajudar. Por favor me tira daqui – digo desesperada
— cala a boca mimadinha do caralho – seu humor muda completamente me deixando assustada. Ele insiste em tentar me beijar, eu tento recuar mas ele me aperta forte
— PARA!!!!!! POR FAVOR PARA! – grito chorando e me debatendo
O cheiro de baseado em seu corpo me deixa enojada mais do que já estava, seus beijos me dão ânsia de vômito e eu só consigo chorar e gritar socorro, mas é em vão.
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Favela
JugendliteraturO destino faz com que duas vidas completamente opostas se cruzem. Ruan, braço direito do dono do morro, um cara difícil de lidar e extremamente frio e Kiara, uma doce menina que encanta todos que a conhecem. Quando digo que o destino não brinca, es...