Afinal, o que define o limite?

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Jennie's POV

A discussão entre Jisoo e Nayeon realmente foi tensa. Nos últimos tempos, na verdade, desde o dia que Nayeon passou mal, dava pra notar que Jisoo não era a mesma Jisoo de antes.

As vezes, me pegava a observando e tudo que eu queria era lhe dar um abraço, tentar diminuir ou quem sabe tentar alegra-lá um pouco.

Cheguei a estranhar quando o professor pediu para nos juntarmos e ela não reclamou. Ela parecia desligada do mundo, como se estivesse prestes a desmoronar, mas depois de chegar e ver o celular dela arrebentado contra a parede, eu até tinha medo de perguntar o que tinha acontecido.

Confesso que fiquei nervosa quando o professor nos juntou na aula de dança. Parece que Jisoo preferia estar em qualquer lugar do que aqui e me senti um pouco mal por isso. Me dei conta que aquele dia na festa na piscina, ela estava preocupada porque um estranho estava falando comigo, tentou me proteger e eu a afastei sem motivo. Talvez eu estava fugindo dos meus próprios pensamentos.

Como mágica, tudo desapareceu quando ela olhou nos meus olhos e a música começou a tocar. Haviam tantos sentimentos evidentes no olhar dela, mas os dois maiores eram confusão e saudades. Nem me dei conta do quanto estávamos próximas até que ela se afastou.

Obviamente eu percebi Nayeon irritada, mas não esperava pela explosão de Jisoo e muito menos que eu fosse o motivo. Parece que ela atingiu o ápice quando começou a gritar com Nayeon todas aquelas coisas e realmente percebi que era Nayeon que havia contribuído para que a distância entre nós fosse ainda maior.

Jisoo saiu tão irritada que até esqueceu a mochila. Peguei suas coisas e levei embora.

- E aí, pivô de separação. - Lisa diz rindo enquanto me entrega o balde de pipoca.

- Não faz graça, aquilo foi pesado.

- Qual é, Nayeon mereceu. - ela zapeia entre os canais da TV - Nem consigo imaginar o quanto Nayeon a perturbou a ponto dela explodir daquela maneira.

- Provavelmente muito mais do que conseguimos imaginar. - balanço a cabeça - Vai chover e pesado. - o sinal da TV está instável.

- Agora acredita quando eu te digo que Jisoo é realmente a fim de você?

- Não. - balanço a cabeça e vejo meu celular acender a tela. É Kai. Leio a mensagem pela barra de notificações e ignoro. - Nós nem sabemos se isso é verdade, Liz!

- Para de fugir da realidade, Jennie! - ela coloca as mãos nos meus ombros me fazendo virar para ela - Nayeon surtou porque vocês dançaram juntas e depois Jisoo gritou aos quatro ventos que era sem sentido porque vocês nem se falavam. De quebra ainda falou do seu namorado. - ela volta a rir - Você está fugindo para não encarar os fatos.

- Só não quero tirar conclusões precipitadas.

- Ela não respondeu quando Nayeon perguntou se ela te beijaria se você não tivesse namorado...

- Isso não quer dizer nada.

- Quer dizer que ela odeia o Kai, morre de ciúmes e provavelmente é o motivo dela ter deixado Nayeon entrar entre vocês duas. O Kai beija bem? - ela me olha curiosamente.

- Beija - dou de ombros enquanto jogo uma pipoca dentro da boca - Por que?

- Te garanto que Jisoo beija melhor que ele, sei do que estou falando. - reviro os olhos e ela sorri.

Fico pensando nas coisas que Lisa falou, principalmente sobre Jisoo beijar bem. Sinto um arrepio gostoso tomar conta do meu corpo e fecho os olhos. Aquela boca em formato de coração realmente deve beijar bem, até porque Lisa disse que foi um dos melhores da vida dela e o beijo nem foi tão demorado assim.

Kai começa a me ligar e eu suspiro. Não quero falar com ele agora, há muitas coisas na minha mente. Mentira, só há uma: Jisoo. Desligo o celular no mesmo momento que ela entra pela porta.

A observo da cabeça aos pés, está toda molhada, sua roupa quase transparente e não sinto aquela repulsa que emanava dela como antes.

Jisoo entra no closet enquanto procura algo e a sigo. Ela fica ainda mais gostosa quando está molhada, olha essa bunda, parece tão durinha. Céus, o que você está pensando, Jennie? Parece uma pervertida.

Não sei de onde veio ou porque veio, mas de repente aquele impulso maluco, que te dá alguns segundos de coragem insana toma conta do meu corpo, empurro Jisoo contra a cômoda e a beijo. Ela parece tão surpresa quanto eu, mas retribui em questão de milésimos de segundos, apoiando as mãos em minha cintura. Aquela mesma sensação de antes, mas agora, intensificada e percorrendo meu corpo todo.

Lisa tinha razão, Kai pode beijar bem, mas ele nunca irá superar Jisoo. Suspiro quando ela se afasta para respirarmos. Ambas ofegantes. Quando ela se aproxima de novo, apoio a mão em sua barriga e ela me olha confusa.

- Você vai ficar doente se não tomar banho agora. Acabou de pegar uma chuva gelada.

- Eu não ligo. - ela tenta se aproximar de novo e eu a afasto.

- Mas eu ligo, me sentiria culpada e preocupada se você ficar doente. Vá tomar um banho quente e depois conversamos.

- Eu não quero conversar. - ela apoia as mãos na cômoda, me prendendo e eu cruzo os braços. É com um tremendo esforço que preciso fazer isso. Ela revira os olhos e bufa irritada.

- Você é chata. - a empurro para o banheiro.

- E você me adora mesmo assim. - começo a rir.

- Depois o ego astronômico é meu. - ela se vira para mim fazendo um biquinho charmoso e fecho a porta na sua cara.

Meu coração está acelerado e essa vontade de sorrir parece ser maior do que eu. Me deito em sua cama e fico pensando em tudo que acabou de acontecer.

Como nossas bocas se encaixam perfeitamente bem, como as mãos dela parecem se encaixar na minha cintura e apertar exatamente onde deve. Ela parece saber todos os meus pontos fracos. A ouço sair do banheiro. O cabelo molhado e solto. O perfume inconfundível dela. Faço menção de me levantar, mas ela me impede.

- Fica aí, só um pouquinho. - ela se deita ao meu lado, me puxando para ficar colada a ela e envolve os braços na minha cintura, fazendo carinho na minha barriga. Me fazendo cócegas e arrepios ao mesmo tempo.

- Jis... - começo a dizer e ela puxa meu queixo, me fazendo olhar para ela.

- Não diz nada, Jendeuk. - ela sorri e acaricia minha bochecha, me fazendo sorrir também - Só quero ficar assim um pouco, sentir você pertinho de mim. Eu senti tanto a sua falta, por favor. - aceno com a cabeça e ela se inclina dando um beijo na minha testa.