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Jisoo's POV

- Nós deveríamos terminar. - digo enquanto jogo alguns itens de higiene pessoal na mala.

- Por que? - é a primeira vez que Jennie fala comigo desde que saímos da empresa.

- Porque eu não sei como as coisas vão ser, eu não faço ideia do que esse povo vai inventar e eu não quero que você fique magoada por algo que eu não tenho controle. - me aproximo dela.

- Jisoo, eu não quero terminar. Eu te amo, sou maluca por você, esse programa não deve ser tão doido assim. - ela apoia a mão na minha bochecha.

- Mas e se eles obrigarem a gente a se beijar? Na sorte que eu ando, não quero colocar nossa relação em risco.

- Terminando ou não, eu vou continuar gostando de você.

- Jennie, você tem certeza disso? Eu não quero te magoar ou que a gente brigue, de verdade. Você sabe que meu maior medo é ficar sem você. - encosto minha testa na dela.

- Fique tranquila, nada vai acontecer, JiChu. - ela sorri e me beija.

(...)

Apesar do nervosismo, eu dormi bem, muito bem mesmo. O primeiro dia foi mais de socialização e interação, reviro os olhos ao ver que Kai está aqui.

Com tantas pessoas no EXO, ele precisava mesmo ser um dos escolhidos? Espero conseguir manter minha feição controlada e evitar demonstrar o quanto eu não o suporto.

A parte boa é que além das atividades obrigatórias, no restante do tempo, podemos fazer o que quiser, sem pressão ou preocupação. Então cá estou jogada no sofá assistindo um filme junto com Joy, quando Irene se joga ao meu lado, com duas tigelas de pipoca. Ela entrega uma para Joy coloca outra em seu colo, a pipoca está tão cheirosa e eu não consigo tirar meus olhos da tigela.

- Você quer? - Irene ri baixinho.

- Oh, por favor. - digo sem olhar para ela. - Você despertou minha fome com essa pipoca extremamente cheirosa.

- Eu divido com você, com uma condição. - suspiro e olho para ela que está com um olhar divertido.

- Tá bom, eu concordo. - digo enquanto estendo a mão para a tigela para pegar um pouco e Irene se levanta - Ei! Onde você vai? Me dá a pipoca - faço beicinho e ela revira os olhos.

- Você é um bebê! - ela ri e se senta no sofá novamente, se aconchegando em mim e fico tensa de repente.

- O que você está fazendo? - a olho confusa.

- Bem, você concordou com minha condição antes de saber o que era. - ela arqueia a sobrancelha me desafiando e eu semicerro os olhos.

- Você joga baixo, Irene, apelando para meu estômago. Eu não esperava isso de você. - aponto o dedo no peito dela - Você joga sujo!

- Pegar ou largar? - ela dá aquele sorriso malicioso e eu finjo não ver.

- Você já está aqui mesmo - dou de ombros e me ajeito no sofá enquanto pego a pipoca. Espero que Jennie não me mate por causa disso.

Não sei se é pelo cansaço e tensão de estar sendo vigiada o tempo todo, mas acabo dormindo e acordando com as instruções de que devemos nos arrumar para o desafio mais importante da casa. Uma festa que estará repleta de brincadeiras e situações que nos levarão ao nosso limite.

Essa noite, estou usando um conjunto preto de cropped e saia alta, com botas pretas, também altas. Todo mundo está bonito e se divertindo, pela primeira vez em meses, as pessoas parecem estar aproveitando tudo sendo elas mesmas, sem se preocupar com o mundo ou com o que os outros vão dizer.

- Agora, cada um de vocês pegará um cartão na caixa que está no centro da festa. Após ler o que está escrito, vão mostra-lo para a câmera e alguém da equipe irá direcionar vocês para o local específico. Alguém quer começar?

- Eu. - me ofereço, já estou perto da caixa mesmo. Enfio a mão dentro da caixa preta e misturo os cartões, pego um rapidamente e leio. Número 3. O que será que significa? Mostro para a câmera e alguém se aproxima, me levando até uma das cabines, me fazendo sentar em um banco alto.

- Vou te vendar agora e você só pode tirar quando alguém da equipe autorizar, tudo bem? - a menina que parece uma estagiária, por ser tão jovem, me diz e eu apenas dou de ombros. Ela coloca uma venda preta e aperta firmemente. Depois de 10 minutos, eu acho, alguém se aproxima de mim.

- Jisoo! - uma voz empolgada.

- Presente. - digo e ouço a pessoa rir.

- Sua tarefa é bem simples. Você ficará sentada aqui e beijará 3 pessoas. - OH SHIT!

- Sério? - digo tentando manter minha voz calma. Eu sabia que algo assim aconteceria. - 3 pessoas? Que tipo de beijo?

- Do tipo que a pessoa quiser. - a voz divertida dessa pessoa me dá calafrios - Algum problema?

- Não sei bem, eu não sou uma boa beijadora. - forço um sorriso modesto.

- Vamos ver se as pessoas que lhe beijarão dirão o mesmo. 

- Eu vou saber quem me beijou?

- Não, só quando sair do programa e assistir. - apenas aceno com a cabeça. Há tantos pensamentos perturbadores na minha mente agora.

Se isso fosse antes de Jennie, eu provavelmente estaria bem feliz, mas agora, só de lembrar daqueles olhos de gato quando ela está realmente irritada comigo, sinto calafrios. Começo a sentir o pânico crescer dentro do meu peito e, de repente, fica difícil respirar. Eu não quero perder Jennie, mas ela disse para mim que não havia problema, então vou torcer por isso.

Sou desviada dos meus pensamentos quando sinto uma mão quente em minha bochecha, antes que eu pergunte algo, lábios macios estão nos meus, se movendo lentamente, mas a intensidade é grande, apoio a mão na nuca de quem quer que seja, uma garota, dado o penteado que é um rabo de cavalo. Depois do que pareceu ser pouco tempo, a pessoa se afasta e dou um meio sorriso.

- Água? - peço a quem quer que seja e sinto um copo em minha mão. Dou um gole e estendo o copo novamente.

- Podemos ir para o próximo? - aquela voz divertida de quem me explicou o desafio e apenas aceno com a cabeça.

Poucos segundos depois, uma mão masculina, aparentemente, está em minha nuca e uma boca quente colada a minha. O beijo não é ruim, só é normal. Técnico, eu diria. Quando sinto a pessoa se afastar, estendo a mão pedindo água e dou um pequeno gole. Respiro fundo, pelo menos só falta uma pessoa agora.

Estou prestes a abrir a boca para perguntar sobre a próxima pessoa, quando sinto duas mãos extremamente quentes em meu rosto. Um sorriso antes de sentir aqueles lábios macios como veludo sob os meus, quentes como fogo, e poucos segundos depois, uma língua invadindo minha boca sem pedir permissão. Apoio minhas mãos na cintura de quem quer que seja e automaticamente aperto com força, parece que eu não estou no controle do meu corpo. Sinto a mão deslizar até minha nuca, puxando meu cabelo, enquanto nossas línguas disputam uma briga pelo domínio.

Deslizo a mão em suas costas, me pressionando mais contra esse corpo quente, até que mordo o lábio inferior da pessoa e me afasto em busca de ar.

- WOW! - digo e começo a rir. 

Afinal, o que define o limite?Onde histórias criam vida. Descubra agora