As trombetas do apocalipse.

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LOKI

O simples caminhar de Hadassa, a humana insuportável pelo carpete, estava me incomodando...

— Pare de andar de um lado para o outro, é extremamente irritante! — Falei eu, enquanto ela continuava a andar com aquele aparelho quadrado e pequeno em mãos. O celular, que servia para se comunicar entre os humanos. Era patético a forma que eles precisavam manter contato entre si de todas as formas, a subsistência deles, era baseada em serem dependentes uns dos outros.

— A mulher da lanchonete disse que ia me ligar de novo, por conta do emprego, rena chata. — Disse impaciente, me fazendo sorrir com escárnio pela facilidade que eu tinha de a tirar do sério. — Não está cansado de ficar aqui? Vai dar uma volta por New York... Visitar museus... O do Capitão América não fica muito longe daqui. — Soltou, obviamente querendo se livrar de mim. Não tão fácil. Eu não tinha pra onde ir, e essa cidade me entediava, nem sequer na biblioteca a algumas quadras deste lugar, eu havia encontrado bons livros.

— Me surpreende você falar do Capitão... Depois dele a deixar esperando por ele. — Tive que alfineta-la. Mas não podia dizer que não me diverti ao saber que ele a deixou ali, a decepcionando, pois provavelmente Hadassa, com sua personalidade eufórica, não iria querer saber do que chamam de herói.

Não que isso mude algo em minha vida.

— Falando em pessoas plantadas... Onde você se meteu nessa madrugada, capiroto? — Questionou erguendo as sobrancelhas, me ajeitei no estofado de qualidade ruim... A vendo se sentar no outro a minha frente, não fiz questão de desviar o olhar de suas pernas que ela havia acabado de cruzar.

— Sugiro que guarde sua curiosidade. — Falei, porque não era de domínio dela ou de ninguém, os meus passos.

Eu andava sendo observado por Heimdall, isso era óbvio. Eu não me importava com o que ele, Thor ou qualquer um em Asgard pensavam sobre meus atos.

Mas isso mudava, quando meus poderes, minha magia, haviam sido aprisionados. E eu sequer sabia como isso tenha sido feito sem Odin, era um feitiço desconhecido para mim, e eu estava em um lugar inferior dos Nove Reinos, onde eu não teria acesso ao necessário para descobrir sobre isso.

Então, o que me restava era parecer estar em suposta redenção, o que não era fácil.
Thor provavelmente esperava que eu parecesse digno, como Odin esperou isso dele.

E na noite anterior eu tinha entendido todo seu plano... Não era nada criativo ou inteligente, mas eu não poderia esperar muito vindo de um energúmeno como Thor.

As visitas do Capitão com a desculpa de saber como eu andava progredindo... Denunciava que o herói realmente não tinha nada melhor pra fazer do que ficar vagando pelo Brooklyn. Mas ele também parecia procurar por algo.

Mas quando se trata da minha situação, desconfiei que poderia ser o que eu estava pensando, ontem, quando Capitão América, simplesmente não veio ao encontro de Hadassa, então, eu tive minha confirmação.

Thor mudou quando veio a terra, justamente por influência de uma mulher. E ele pensava que o mesmo poderia acontecer comigo.

Por Hadassa.

Por isso, acabei caindo sobre o teto dela.

Não sei como justamente ela foi escolhida para tal, mas foi. Como se eu pudesse me envolver, com algo menor que uma deusa como Freya ou Sigyn, e sequer com elas eu me enlaçaria firmemente. Mas se era Hadassa o alicerce do plano deles, ela poderia me servir, pois não me desagradava ao todo, e haviam traços em sua loucura que me divertiam, não seria totalmente enfadonho. O que contradizia sobre ela, era que ela não parecia inclinada a se apaixonar por mim. Talvez esse nem fosse o propósito segundo os planos de Thor.

Eu obviamente poderia fingir um amor pela humana, e isso poderia enganar Thor, que era um tolo romântico que caiu de quatro por uma humana, mas Heimdall, eu tinha que admitir, não cairia tão fácil em minha farsa. Então, eu poderia trabalhar melhor nisso, mesmo que atrasasse meu retorno e minha vingança.

E eu sabia também, que não funcionaria com Hadassa, se da noite pro dia, eu estivesse louco de amor. E isso também faria dos meus dias insuportáveis, pois eram nossos desentendimentos que me tiravam do tédio.

E o sexo entre nós funcionou muito bem, não era uma verdadeira tortura, e Hadassa, olhando pra ela agora compenetrada olhando para o aparelho, não era mesmo ruim aos olhos.

— Tá me encarando por que, satã? — Perguntou ranzinza.

— Sua beleza, eu realmente estou encantado com ela. — Falei sorrindo.

Ela me encarou.

— ACIONARAM AS TROMBETAS DO APOCALIPSE! — Ela berrou. — Enfia a mentira no rabo. — Completou, e eu me contive para não rir de tamanha descomposição.

Hadassa não sabia o que eram boas maneiras, e isso me divertia mais do que eu podia admitir.

— Não acredita no meu amor e admiração por você, humana? — Soltei em um sussurro ardiloso.

E ela gargalhou como uma gralha logo em seguida.
E era isso que eu esperava dela.

Ela parou quando o celular tocou, o atendeu em prontidão, ficando de pé e saindo de perto de mim. Peguei o controle da caixa preta que fala a ligando, eu não falaria isso em voz alta, mas ter uma dessas não era de todo o mal.

Minutos depois Hadassa volta, berrando, literalmente.

— EU TENHO EMPREGO! EU TENHO EMPREGO! — Cantarolou insuportavelmente, fazendo uma dancinha na frente da caixa preta que fala, cobrindo minha visão.

— Humana, poderia por obséquio, sair da frente?

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EU ATUALIZEI CARALHO, pequeno mas valido ❤ Acreditem ou não, estou de volta. Quem amou?

Não respondam!

O capitulo narrado pelo Loki obviamente nao seria tão maluquinho como os da Hadassa. Mas ele foi importante pra vocês saberem o que a Rena pensa.

Mas logo a Hadassa faz seu comeback.

É isso.

beijos.

- cris

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