Deus abençoe a América!

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HADASSA

Acordei assustada, olhando para os lados.

Que sonho estranho eu tive... Que o irmão do Thor, o psicopata Loki, havia despencado que nem jaca madura no meu terraço.

A gente sonha cada loucura, né?

Mas por que eu dormi na sala?
Por que acordei com as costas doendo, tendo o mesmo desfecho miserável de meu pesadelo?

E por que Loki estava sentado na poltrona a minha frente, usando o mesmo terno de ontem, lendo o jornal que Scooby, não o cachorro do desenho animado, mas o carteiro que diz ser apaixonado por mim (e por algum motivo acha que eu gosto muito de ler o jornal) deixa na minha porta toda manhã?

— Não foi um sonho... — Sussurrei pra mim mesma, vendo Loki abaixar o jornal e colocar seus olhos em mim. E sorrir. — O que foi? — Perguntei, tentando me recompor, passando a mão nos cabelos.

Eu não poderia por acaso ter sonhado que estava nas Bahamas ao lado do Theo James? Sinceramente, seria bem mais interessante. Mas nãooooooooo, a realidade é dura.

E muito absurda pra parecer uma realidade.

— Você é uma mulher encantadora. — Disse me causando espanto.

Mas prosseguiu, lento, sibilante — Se me recordo bem, a poucos minutos babava como ninguém jamais fez, mas isso você mesma pode comprovar... — Soltou arrastado, com deboche, e voltou seus belos olhos, digo, apenas olhos, para o jornal.

E sim, ao meu lado tinha uma pequena pocinha. Nada demais. Adorável até.

Tudo bem, que vergonha! O psicopata me viu babar!

E eu nem ia pedir aos céus pra ser abduzida por aliens porque vai lá saber se não vou parar sentada no colo dele?

Sim, eu sei.

Vocês pensaram coisas perversas em suas mentes cheias de devassidão.

— Nem ligo. — Murmurei, e ele simplesmente me ignorou, lendo o jornal com muito afinco.

— O que tem de tão interessante nesse jornal? — Perguntei sem conseguir me controlar.

Não obtive resposta.

Dei de ombros e me levantei meio cambaleante, afinal precisava ir trabalhar, e me arrastei os passos lentos pela sala, levando o edredom comigo.

Mas antes que eu saísse, achei que não teria minha resposta, mas me surpreendi.

— Sua raça é incontrolável. São como ratos ou qualquer outra praga. Precisam rapidamente ser conditos. — Soltou, simples.

Era melhor eu nem ter perguntado, desde o início.

Estranho foi ele não se aproveitar da oportunidade de me matar no tempo em que estive dormindo no sofá, completamente desprevenida.

Eu deveria ser insignificante pra ele, até mesmo para ser morta por suas mãos.

Bom pra mim, estou no lucro.

Assim que terminei de me arrumar, e arrumar a cama onde o psicopata dormiu deixando um cheiro bom no meu travesseiro, digo, cheiro horrível de dor e morte, eu me peguei extremamente atrasada pro trabalho.

Tomaria café por lá mesmo. Abriria um pacote de bolachas escondido do senhor Ruster e comeria no banheiro. Não é a primeira, e nem vai ser a última vez. Por vezes, se ele não estivesse no mercado, rolava até um iogurte.

Ele era um péssimo patrão, me humilhava sempre que podia, e eu não tinha sequer horário de almoço, tinha que comprar a marmita no caminho. Mas eu precisava do emprego, então...

 dust to dust || loki laufeysonOnde histórias criam vida. Descubra agora