O irmão do deus gatão.

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HADASSA

O homem levantou o corpo parecendo aturdido, e focou seu olhar frio em mim. Com grandiosa curiosidade...
E desprezo.

— Quem é você? Está tudo bem? Como veio parar aqui? — O enchi de perguntas, e ele me lançou um único olhar, repressor, cortante, me fazendo engolir em seco.

Ele olhou tudo a sua volta, parecia um tanto perdido e logo ficou de pé, sem nenhuma dificuldade, como se não tivesse despencando do céu e batido no terraço como uma bigorna, simplesmente me ignorando enquanto murmurava coisas sem sentido.

— Não acredito que Thor, me mandou a Midgard! O quão previsível ele pode ser? — Disse o homem, altivo, olhando a cidade, pelo terraço, de queixo erguido.

Thor?

Thor?

Aquele, Thor?

O Vingador?

O cara do martelo e capa esvoaçante?

O deus gatão?

O olhei bem, puxando a vista em meio a escuridão. Essa fisionomia.

MINHA NOSSA SENHORA PROTETORA DAS MOÇAS AMEDRONTADAS NO TERRAÇO!

— V-você! — Exclamei, gaguejando, apontando o dedo, de olhos arregalados. Ele era Loki, irmão do Deus Gatão. Esse monstro tentou destruir New York!

E estava no meu terraço.

Tinha um maluco psicopata a poucos metros da minha humilde pessoa!

Pânico no terraço seria o nome do filme.

Ele olhou diretamente pra mim, como se eu fosse uma barata que ele pudesse esmagar com um único pisão. Se bem que, se ele quisesse, podia.

Claro, eu iria lutar.

Cadê minha vassoura?

— Pois bem, vejo que já sabe quem sou. — Disse, ainda me analizando, e estalou a língua. — E sabe do que sou capaz. — Completou, arrastado.

E o que eu fiz?

Eu corri.

Corri muito, desesperadamente, descendo as escadas em disparada, tropeçando por conta das pantufas de porquinho. Eu tinha que chegar na torre Stark de alguma forma. Nem que eu tivesse que roubar a bicicleta do vizinho no corredor do andar debaixo e ir com ela até o outro lado da cidade. Seria estanho chegar berrando que tinha um alien psicopata no meu terraço?

Eles poderiam me chamar de louca? Sim.

Eu seria uma louca. Mas uma louca viva, o que é mais importante. No manicômio, porém com ar nos meus pulmões.

Mas eu deveria saber que o sedentarismo e minhas pernas curtas do meu corpo minúsculo não me levariam muito longe, tendo o deus atrás de mim.

E de forma muito natural, e sem esforço algum, ele me puxou pelo braço, e me segurou firmemente contra seu corpo duro, enquanto eu me debatia. E com uma facilidade absurda, me encostou contra a parede.

— O-o que você quer de mim? — Perguntei, apavorada, tendo seu rosto rente ao meu, e sua respiração pesada contra o meu rosto. Meu coração estava acelerado, batendo forte contra a caixa torácica, e meu peito subia e descia rapidamente. E eu até mesmo temia que ele estivesse ouvindo.

— Quero que fique quieta, midgardiana. — Murmurou lascivo, dizendo a palavra esquisita com nojo, me fazendo encolher. E ele sorriu, um sorriso perverso.

E eu assenti, enquanto tremia. Ele se afastou lentamente, ajustando os punhos de seu terno escuro, ainda me encarando, eu sabia o que ele queria que eu fizesse.

 dust to dust || loki laufeysonOnde histórias criam vida. Descubra agora