☂️seven

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Niki me acordou com uma ligação, sua gata tinha sumido. Eu obviamente demorei para assemelhar as coisas, Minho estava do meu lado, uma hora eu bebia e dançava, encontrei Jisung e agora estou deitada na minha cama.

Movi o corpo devagar até o acastanhado que dormia profundamente, depositei um beijinho em sua bochecha e o chamei, mas ele não parecia querer acordar.

- Psiu, temos um problema - falei um pouco mais alto, e ele saltou na cama.

Pela expressão, ele parecia procurar o problema, era fofo, muito mesmo.

- A gatinha da minha amiga sumiu, vamos ajudar a procurar.

Saí da cama, e logo a ficha de Minho caiu, ele levantou e calçou o sapato.

Procuramos nos arredores até mesmo da minha casa, Kitty não costumava ir longe, mas era uma possibilidade. A caminhada era silenciosa, Minho não nutria coragem o suficiente para proferir palavra alguma, ou só não queria falar comigo.

- Você me deu banho? - perguntei.

- Você tomou sozinha.

- Então o senhor não entrou no banheiro em nenhum momento, certo? - brinquei, ele jamais me deixaria bêbada no banheiro, eu sendo um desastre até sóbria.

- Ok, eu posso ter dado uma mãozinha.

Ele sorriu, e por uns três segundos meu coração parou, era um lindo sorriso que meus olhos já estavam por esquecer. Minhas entranhas gritavam por socorro, meu estômago também, juntamente com as borboletas que nele dançavam.

- Eu me importo - ouvi a voz do mais alto ecoando pelos meus ouvidos, arrepiando meu ser e toda a sua angústia.

- O que foi? - perguntei.

- Eu me importo com suas brigas, suas lágrimas, com quem você anda, o que está fazendo. Só que isso dói um pouquinho, e eu realmente gostaria de não sentir, então por favor seja mais cuidadosa - pediu, seu rosto avermelhado se escondendo no escuro da rua pouco iluminada.

- Você gosta de mim?

Ele não respondeu, e eu fiquei sem saber qual lógica usar. Ou ele não sabia negar, ou não sabia assentir. Passei os olhos vagamente por nossos pés que se moviam, coloquei a mão no bolso de sua blusa para acariciar sua palma quentinha.

- Porque eu gosto de você, Minho.

Vi seu olhar se erguer, brilhante e chamativo, tão lindo quanto o resto dele. Me perguntei se dizer aquilo foi a coisa certa, seus olhos bonitos nunca serão um sim ou um não, eles são apenas os olhos bonitos com os quais não posso lidar. Como em uma cena de filme ele se aproximou, colocou meu cabelo atrás da orelha e, como um palhaço, meu coração disparou, apenas para ouvir o Lee dizer.

- Eu sei que sou irresistível.

Não tive culpa, foi legítima defesa quando minha mão acertou o peito do rapaz o empurrando para trás.

- Você é um sem noção, isso sim! - esbravejei.

Meus pés voltaram a caminhar, um pouco mais rápidos dessa vez. Ouvi Minho falando no telefone com alguém, ele disse ser Hyunjin, a Kitty aparentemente o seguiu até em casa. Nós avisamos Niki, Changbin nos deu uma bronca, e mesmo que tantas coisas tenham acontecido, não consegui me dedicar 100% aos meus amigos. Minha cabeça estava totalmente focada em algo maior, uma foto que ainda não foi publicada, mas que provavelmente será, em meus pais bravos, Minho frustrado, meus colegas fofocando, meus amigos decepcionados. Minha mente focava apenas nas mentiras, essas que tiraram o sono nos últimos dias, mas que desaparecia quando eu estava com o Lee, cada dor, medo, mal presságio ou semelhante, cada resquício de insegurança não era capaz de me alcançar, mesmo que o garoto seja a causa de boa parte delas. No momento estávamos rindo, mas eu e Minho não conversamos, não chegamos em um consenso, nós ainda estávamos separados por algo que talvez seja uma mentira, e eu queria muito saber o que ele não me contava.

Não tivemos muito tempo para conversar por causa da escola, por algum motivo nós não nos falávamos na escola. Mas combinamos de nos encontrar mais tarde, e por essa razão eu estava tocando a campainha do apartamento dele loucamente.

O rapaz atendeu, seus olhos indignados com minha chatice, seu cabelo molhado, sua pele com vestígios de água, seu perfume me alcançando como um torturante atrativo. Ficamos tanto tempo sem contato que acabei me esquecendo de como ela estar ali, era uma segunda casa, se não a primeira.

- Uma pena você se atrasar, já tomei banho - ele diz sorridente, não era um sorriso bonito, não mesmo, era um sorriso sujo com terceiras e quartas intenções.

- Não nos resolvemos ainda.

Entrei no apartamento vendo que estava do mesmo jeito de quando saí, a essência de Minho estava por todo ele, era incrível, engraçado, e excitante.

- Você veio para conversar? - ele questionou, sentando no sofá.

- Só queria saber se aquilo era verdade - comecei baixo, tentando me controlar para não fazer burrada.

- Eu não minto.

- Você disse que não se importava.

- É...uma mentirinha não faz mal.

Sorri, não como ele, foi um sorriso sincero, aliviado, um peso acabara de sair das minhas costas, porque brigar com Minho me deixava perturbada, eu já sabia como sua mente funcionava, ele não vai querer algo comigo tão facilmente.

- Era só isso? Já posso matar a saudade que senti de você?

Ou talvez ele queira.

Ele depositou suas mãos em minhas pernas e me puxou para mais perto, nossos corpos colados após tanto tempo, pedindo, implorando por mais proximidade, se isso fosse possível. Sem espaço para diálogo, ele me deitou no sofá e começou a acariciar cada parte do meu corpo. Não perdi um segundo sequer, ele tinha ali para si uma visão, meu lábio inferior entre os dentes, olhos fechados, eu nem mesmo conseguia raciocinar e impedir qualquer esquisitice que meu corpo acabasse por fazer. Com esquisitice, eu quero dizer minhas pernas rodeando a cintura do rapaz enquanto ele ficava encima de mim, ou afundar totalmente o rosto em seu pescoço sugando cada gota de seu cheiro, suas mãos brincavam com meus seios e eu adorava aquilo, por alguma razão não parecia casual, eu conseguia captar que aquilo que estávamos fazendo não era nada casual.

- Eu posso te foder aqui e agora, se você quiser - ele sussurrava, seus lábios descansando na minha mandíbula, vezes depositando beijos e vezes apenas roçando contra minha pele.

- Eu...

- Você quer? - perguntou me cortando.

- Pare de me interromper e faça logo - reclamei, minha voz já fraca, era e não era prazeroso esperar ao mesmo tempo.

Me perdi no processo, não sei se foi quando nossas peles ficaram expostas uma para a outra, quando nossos corpos se tocaram, ou mesmo quando nossos gemidos preenchiam apartamento. A única coisa que sei, é que eu estava lascada, e soube disso no momento em que ele se desfez em mim, se jogou ao meu lado, beijou meu ombro, e proferiu com sua voz baixa e rouca.

- Eu te amo.

Casual - Lee MinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora