☂️ten

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Era 7 de abril, eu estava no apartamento de Minho esperando o garoto chegar com os ingredientes para fazer um bolo de aniversário. Após toda a confusão do ano passado resolvemos seguir em frente como um casal, por mais estranho que seja, sendo a segurança um do outro.

Batidas na porta me despertaram, levantei do sofá e corri para pegar metade das sacolas que meu namorado deveria estar carregando, mas fui surpreendida quando vi ele segurar apenas uma caixa de confeitaria.

- Minho, cadê meus ingredientes? - perguntei me aproximando.

- Comprei um bolo pronto! - apontou para a caixa, seu sorriso orgulhoso crescendo cada vez mais e me dando vontade de socar algumas vezes.

- Amor, eu disse que queria fazer um bolo com você - reclamei, mas tudo que ganhei foi um sorriso ainda maior.

- Pense comigo, se o bolo já está pronto, podemos utilizar o tempo que gastaríamos fazendo ele com algo mais divertido.

Ele tentava me contornar naquela conversa, apenas para que eu não percebesse que no fim ele teve preguiça só de pensar em fazer um bolinho. Me deixei levar, permiti que ele pensasse que acreditei.

- Ok, e vamos fazer o que com tanto tempo livre? - me joguei no sofá de novo.

Observei o Lee indo até a cozinha e deixando a caixa encima da mesa, em seguida veio em minha direção e me puxou para cima, apertando meu corpo em um abraço grudento e gostosinho.

- Primeiro, quero te dar meu presente - falou no meu ouvido.

Sem saber o que ele queria fora de casa, apenas segui todos os pedidos, vesti um casaco e o segui pelas ruas, até pararmos na porta de uma lojinha de conveniência bem escondida, era colorida, o que me fez perguntar como nunca a notei ali. Entramos no lugar, arrumadinho e com cheiro de shampoo de laranja, esquisito que esse não é o cheiro de uma loja de conveniência. Minho abriu uma portinha vermelha e quando entrei, wow, haviam filhotes correndo para todos os lados, de cachorrinhos até tartarugas, todos muito bem misturados.

- O que é isso? - perguntei, recebendo um olhar divertido de uma garota que brincava com os animais.

- É um abrigo, eles cuidam dos filhotes que encontram na rua, quando mais crescidos geralmente são encaminhados para novos donos - Minho me explica cuidadosamente.

A moça veio até nós, aparentava ter quase a nossa idade, a gatinha branca em seus braços nos encarando com um rostinho assustado.

- E esse é seu presente, amor - meu namorado disse enquanto a moça me entregava a gatinha.

Ela tremeu em meus braços antes de ficar confortável, provavelmente com o carinho que eu fazia. Tanto eu quanto Minho estávamos apaixonados pelo filhote, mas precisamos deixar ela lá por apenas mais um dia, era necessário para finalizar o tratamento.

Decidimos passar na sorveteria antes de voltar para casa, aquele estava sendo o melhor aniversário da minha vida, por alguma razão o Lee estava na maioria dos meus melhores dias.

Caminhando tranquilamente com os dedos entrelaçados, a sensação de conforto me invadindo aos poucos. O tempo já acinzentado e gélido começou a escurecer ainda mais. Minho passou um dos braços por meus ombros.

Virei a cabeça para encarar o rapaz, estranhando tal atitude repentina quando ele parecia realmente focado na caminhada, e foi aí que me surpreendi quando seus lábios tocaram os meus. Os dedos quentinhos dele acariciando meu pescoço afastavam o frio, derretendo o gelo ao menos por dentro, minha pele ficando fraca ao nível de não resistir a tentação de curvar os lábios em um sorriso e abraçar o rapaz.

Afundei meu rosto em seu pescoço, sentindo nossos perfumes se misturarem, eu normalmente não gostava desse tipo de coisa, mas gostava dele. Pingos gelados de chuva caíram sob nossas cabeças, encharcando nossas roupas, agora a pele de ambos estavam frias e molhadas, mas esse fator não era tão grande assim, visto que continuamos ali.

- Precisamos sair daqui, Li.

- Vamos ficar doentes, né? - perguntei rindo baixo, era retórico, óbvio.

Minho colocou a mão naquele bolso enorme de seu casaco e puxou de lá um guarda-chuva dobrável, abrindo e o colocando acima de nós. Juntamos mais nossos corpos e continuamos andando, vez ou outra alguns pingos acertavam meus ombros e ele me colocava mais perto.

- Qual vai ser o nome? - ele perguntou.

- Oi?

- Qual nome você vai dar para a gata?

Fitei nossos pés por alguns segundos, analisando a forma como eles combinavam, andavam juntos em um ritmo perfeito, não era demais para um e nem para outro, cada passo deveria ser lembrado, eram todos marcantes e profundos.

- Mari.

- Mari? Por que? - Suas sobrancelhas arqueadas, era engraçado, elas estavam claramente me dizendo o que os lábios dele proferiam.

- É um nome especial.

Minho sorriu, foi o suficiente, percebi que ele sempre era o suficiente. Embora eu não me sentisse sempre assim 'pra ele, uma parte importante de sua vida ou algo que realmente merecesse prioridade, eu o amava, e assim como ele isso também era o suficiente.


Bom, mais uma curta chegou ao fim.
Tenho medo de que eu não tenha conseguido executar como queria e suprir suas expectativas, mas acho que não foi tão ruim.
Assim como Fangirl+ly, Casual tem uma mensagem importante. Às vezes, em algum relacionamento (seja namoro, amizade, familiar, etc) nos sentimos insuficientes, começamos a nos comparar com outras pessoas e isso nos desgasta, mas além de estar com alguém que te ame, é importante focar naquele alguém que faz você se sentir bem, mesmo que de vez em quando essa pessoa seja a fonte das suas inseguranças, se houver confiança, coragem, companheirismo e amor, acredito que as coisas serão mais fáceis.
A Li é uma personagem inspirada em mim, mas há muitas coisas nela que eu não tenho, e vou tomar isso como um modelo para evoluir, espero que vocês possam criar seus próprios modelos ou se inspirar nela também, como uma pessoa que mesmo com suas inseguranças depositou amor e positividade naquilo que a fazia bem.
Mais uma vez, obrigada pela leitura, eu fico muito contente em ver que alguém se importa com o que faço aqui.
Sim, terão mais fanfics que seguem a sequência dessas curtas, creio que todas curtinhas, espero encontrar vocês .

☂️❤

Casual - Lee MinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora