Capítulo 6

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Eu a amava, a amei desde meus quinze anos e nunca pararia de ama-la.

Quando acordei naquela manhã e descobri que ela havia ido embora foi como se eu tivesse perdido uma parte de mim, eu iria pedir ela em casamento naquele dia, mas ela se foi e sumiu por dois anos.

Agora eu a reencontro quando já tinha perdido minhas esperanças de a ver novamente, enfrentando Snape o que me fez rir por alguns minutos, aquela era a minha garota.

Foi quando ela disse aquilo que eu senti como se meu coração estivesse sendo partido, ela tinha um filho o que significava que provavelmente estava casada. Por alguns segundos eu acreditei que tinha sido por isso que ela havia ido embora.

Minha curiosidade falou mais alto e olhei para onde Lily estava anteriormente e então o vi sentado no cercadinho brincando com as bolhas que saiam da varinha de Mary.

A criança idêntica a mim, menos pelos olhos, eles eram verdes.

Então por alguns segundos sinto o ódio correr por mim e voltei a prestar atenção na discussão que ocorria:

— O pai do meu filho não sabe da existência dele por culpa do seu egoísmo e babaquice, ranhoso — ela estava com a varinha próxima ao pescoço dele, vejo Remus se aproximando e tirando ela de perto. Ao longe posso ver o sorriso que ele tanta esconder, ao meu lado Sirius também tenta esconder o seu.

— Você fala como se ele não soubesse se proteger — Severus fala e posso ouvir o nojo em seu tom de voz, algo quase imperceptível.

—Ele sabe, mas eu o amo e eu prefiro viver uma vida sem ele do que uma vida onde ele está morto.

Aquilo me atinge como um soco no estômago.

As perguntas rondam a minha cabeça durante toda noite. Tento dormir, mas tudo que me vem à cabeça são suas palavras sobre mim e a visão dela segurando a criança antes de sair da sala.

Já era quase meia-noite e saio a procura de seu quarto. Quando abro a porta para sair vejo no fim do corredor Dumbledore saindo de um quarto, ele me vê e deixa a porta aberta. Poderia jurar que vi um sorriso em seu rosto quando passou por mim.

Quando me aproximo posso escutar a voz de Lily, ela está com o menino no colo e de costas para a porta por isso não me vê.

— Oi! Pestinha, mamãe vai ter que te deixar longe da sede por um tempo, ter você vivo é muito mais importante do que ter você perto de mim — pela sua voz dá para perceber que ela está chorando, ela arruma a criança no colo e começa a cantar uma música baixinho.

Trouxe a capa comigo e a coloco entrando no quarto. Fecho a porta com cuidado para ela não ver e fico em um canto a observando, ela coloca o bebê no berço depois de um tempo e fica o observando dormir.

O bebê.

Não sei o nome do meu próprio filho.

Novamente o sentimento de raiva aparece, ao mesmo tempo, tristeza por ter ficado longe deles. Não ser visto Lily grávida e estado lá no nascimento do nosso filho.

Queria ter podido acompanhar isso.

Acompanhar tudo.

Lily sai de perto do berço e começa a arrumar as coisas do bebê em uma mala. Ela ainda está chorando e eu queria poder abraça-la e falar que vai ficar tudo bem, mas não posso fazer isso.

É claro que eu só estou sendo orgulhoso e deixando a mágoa falar mais alto, mas ela tirou de mim a escolha de continuarmos juntos, de conhecer o meu filho e de poder proteger a minha família.

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