3- Sobrinho Da Dona Rosa

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Ainda faltava uns 15 minutos para o sebo abrir, então resolvi dar uma volta para esperar o tempo passar e pensar sobre coisas aleatórias da vida. Mas algo não saía da minha cabeça: aquele menino ruivo no ônibus.

E a Alana fanfiqueira não para de me atormentar, ela está pensando na criatura que vi correndo e no menino ruivo fofinho que eu vi no ônibus. Um dia vou aprender a controlar ela.

No caso daquele menino,  o nome dele era Fernando, ele gosta de ler, um otaku iludido, é criado pela avó e apesar de tímido é super simpático e um bom amigo. E tudo isso foi deduzido pelo pequeno diálogo que eu tive com ele e seu estilo. Moletom da Akastuki (otaku), livro maravilhoso de fantasia com alguns pos-its marcando em algumas partes do livro (gosta de ler), sua forma de agir meio envergonhada e desajeitada (tímido), o jeito como ele projetava a voz mostrando interesse em começar uma conversa (super simpático) e sobre morar com a vó, isso veio da minha cabeça mesmo, precisava criar um pouco mais da história dele. Talvez eu crie um personagem baseado na personalidade que eu criei para esse menino.

Parando para pensar agora, talvez seja muito estranho como eu consigo reparar em pequenos detalhes, mas se levar em consideração que sou uma pessoa muito paranóica e sempre tento estudar as pessoas para evitar futuros desastres, não é estranho eu ter percebido tudo isso com um diálogo de 5 minutos.

Após um tempo pensando em tudo isso, voltei como se tivesse caído de um lugar alto para a realidade e lembrei que estava no centro da cidade e que eu precisava ir ao Sebo Universo dos Livros e que a dona Rosa estava me esperando. Olhei para o relógio no celular, era 8h45, fazia 15 minutos que o sebo fora aberto. Isadora deve estar certa, eu estou louca. 

Andei um pouco mais rápido em direção ao sebo e quando cheguei na porta vi a dona Rosa de costas para a entrada conversando com alguém que estava na parte onde ficava os livros que acabaram de chegar e os livros que seriam entregues pelo correio, que ela apelidou carinhosamente de 'Rodoviária dos livros'. O que eu achei um pouco estranho, porque quase ninguém podia entrar ali, só a Julia, que é funcionária, mas está em licença-maternidade, a dona Rosa e eu, quando ajudava a cuidar do sebo.

Será que era algum parente? Ela quase nunca recebe visitas, um dos motivos por gostar de quando eu passo a tarde com ela.

Me aproximei tentando não fazer barulho, mas dona Rosa virou e não deu tempo de fugir, ela me viu.

_ Ah! Você chegou! Estava te esperando para apresentar uma pessoa, Alana, esse é o meu sobrinho, Josh, ele vai ficar aqui comigo por um tempo._ falou dando espaço para um menino ruivo sair de trás dela. Espera, é o menino ruivo do ônibus!

Eu olhei para ele, ele olhou para mim e começamos a rir. _ Você é o menino do ônibus! Aquele que estava me encarando só para descobrir o nome do meu livro!

_Então vocês já se conhecem?_ disse dona Rosa com a sobrancelha arqueada.

_ Na verdade, eu encontrei ela no ônibus e queria saber o nome do livro que ela estava lendo, mas nem chegamos a nos apresentar._ falou o Fernando...quer dizer Josh que de novo estava meio corado que levantou a mão para apertar a minha_ Prazer, Josh.

Apertei a mão dele. _Prazer, Alana.

Dona Rosa não ficou muito feliz com a forma como nos apresentamos e me empurrou com delicadeza para eu abraçar ele. _ Parem de ser tímidos, os dois vão conviver juntos por um tempo.

_ Como assim dona Rosa?_ perguntei um pouco receosa.

_ Eu consegui uma parceria na Guardinha e, três meses atrás, fiz uma solicitação para você trabalhar aqui. E a solicitação foi aceita!

Eu estava muito feliz, porque eu estava na Guardinha fazia cinco meses e não tinha começado a trabalhar em nenhum lugar. Abracei ela e agradeci baixinho por tudo o que ela estava fazendo para me ajudar.

Nós nos separamos e ela apontou para o caixa._ Então, você só precisa assinar o papel q está ali e entregar para a sua mãe assinar.

Eu pego o papel e assino onde a dona Rosa mostrou. Se eu correr, consigo chegar em casa antes das dez e consigo chegar antes da minha mãe levar a minha irmã para a catequese.

_ Dona Rosa, eu vou correndo lá para casa, porque acho que consigo chegar antes da minha mãe sair.

_ Quer saber, como não tem muito movimento agora, o Josh pode te acompanhar, vai ajudar ele a conhecer a cidade também.

Josh olhou para a tia meio surpreso, mas não se manifestou.

_ Não precisa, não é tão longe daqui e eu não quero incomodar._ Apesar de ser uma pessoa consideravelmente simpática, não gosto de conversar muito com pessoas que eu não conheço e tenho sérios problemas em fazer novas amizades.

_ Não, tudo bem, como minha tia disse, vai ser bom para eu conhecer melhor a cidade._ falou ele já indo para a a entrada do sebo.

_ Então vamos._ Que maravilha, eu vou andar de ônibus do lado de uma pessoa que eu acabei de conhecer para o outro lado da cidade até a minha casa!

Ficamos esperando o ônibus em silêncio, um tanto constrangedor, mas ninguém tomou atitude para começar uma conversa, então tomei a atitude mais sensata que eu poderia tomar: comecei a viajar e prestar atenção em nada.

Nota da Autora (N.A.): Minha amiga desenhou o Josh (muito obrigada Marcela) e eu preciso mostrar para vocês:

 Quem quiser desenhar algum dos personagens meu insta é @bate_papo_com_os_livros, você me manda (fala qual é sua conta aqui no Wattpad e eu posto no final do capítulo)

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 Quem quiser desenhar algum dos personagens meu insta é @bate_papo_com_os_livros, você me manda (fala qual é sua conta aqui no Wattpad e eu posto no final do capítulo). Amaria ver como vocês imaginam os personagens.










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