5- Você Quer Dividir Uma Coxinha Comigo?

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Já faz duas semanas que eu estou trabalhando no sebo e é bem diferente de ajudar a dona Rosa, estou amando, além de ficar cercada por livros o dia inteiro e o acompanhamento na Guardinha, eu tenho duas boas companhias, dona Rosa e Josh.

Aliás, eu e Josh nos damos muito bem e, mesmo ele sendo tímido, conversamos sobre tudo. Acho engraçado isso, porque somos muito diferentes e muito parecidos ao mesmo tempo. Enquanto ele é mais pé no chão, (muito) sistemático por limpeza e organização, tem problemas em interagir com pessoas, vê o mundo com um olhar de artista e romantiza a vida, eu viajo na maionese, não consigo organizar nada além de livros, convivo razoavelmente bem com as pessoas, não fico tempo o suficiente nesse mundo para poder definir o jeito como eu o vejo e também romantizo muito a vida. 

Agora estou saindo para almoçar, vou aproveitar que trouxe dinheiro e vou comprar a coxinha na lanchonete do seu Luiz, ele vende coxinha de carne e de frango que são perfeitas, se eu pudesse, me casaria com elas. Algo raro aqui em Campinas, que eu saiba, só em Bauru e região vende coxinha de carne.

_Alana, você conhece um lugar bom para comer aqui? _ perguntou Josh me tirando dos meus pensamentos com a coxinha.

_ Sim, na esquina tem uma lanchonete muito boa, se quiser pode vir comigo, vou para lá.

_ Tudo bem.

Chegamos e nos sentamos nos banquinhos em frente a vitrine de salgados. Eu já olhei para a coxinha de carne na minha frente, estava quase babando, sério, eu preciso tratar essa obsessão por coxinhas.

_ Alana! Você estava sumida, o que aconteceu? _ seu Luiz me encontrou e como eu vejo sempre aqui, ele também me conhece.

_ Seu Luiz! Estava sem muito dinheiro, você sabe, a demanda de pessoas apaixonadas ou pessoas que queiram comprar poesias caiu, então estava difícil conseguir dinheiro. Mas agora estou trabalhando no sebo e vou conseguir vir comer mais aqui. _ expliquei para o senhor que eu já considerava meu avô.

Josh me olhou surpreso, não sabia que eu vendia poesias, espero que ele goste de poesias, vou ver se convenço ele a virar cliente. Aqui é assim, se dá para tirar uma casquinha, eu tiro.

_ Espero que você não pare de escrever as poesias, elas são ótimas. Mas agora me apresenta esse menino aí do seu lado. _ disse seu Luiz amigavelmente.

_ Ah sim! Esse é Josh, ele é sobrinho da dona Rosa. Josh, esse é seu Luiz, o dono da lanchonete.

_ Prazer Josh, seja bem vindo, espero que goste da nossa comida.

_ O prazer é meu seu Luiz._ uma curiosidade sobre o Josh, ele é tão tímido que qualquer coisa que aconteça ele já fica com as bochechas vermelhas deixando ele muito fofo, e foi a mesma coisa naquele momento.

_ Então, o que vocês vão querer? Vai querer o de sempre Alana?_ perguntou o senhor.

_ Sim, o de sempre._ respondi sorrindo.

_ E você Josh? vai querer o que?

_ O mesmo que Alana, só que de frango._ agora eu que fiquei surpresa, ele nem sabia o que eu pedi.

_ Já o Antônio chega com os pedidos. Hoje a lanchonete está cheia._ ele saiu, me deixando um pouco inquieta porque o Josh sabe ler mentes e porque Antônio, filho do seu Luiz, é apaixonado por mim e fica me enchendo o saco toda a vez que a gente se encontra.

_ Josh, você sabe o que eu pedi? Você tem poderes de ler mentes?_ falei para o ruivo que começou a rir.

_ Minha tia tinha falado que você ama coxinha e que você sabia sobre um lugar que os salgados são bons._ falou ainda sorrindo.

𝕆 ℝ𝕦𝕚𝕧𝕚𝕟𝕙𝕠 𝔻𝕠 𝕄𝕖𝕦 ℂ𝕠𝕣𝕒𝕔𝕒̃𝕠Onde histórias criam vida. Descubra agora