Red Cadillac - 02.

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Oi, oi, gente!!! Nossa, tô super feliz pelas visualizações, votos e comentários. Sério, vocês deixaram o meu dia amarelo.
Espero que gostem desse capítulo! - as palavras em itálico foram usadas para "flashbacks" do dia da Millie.
Beijo, beijo.

🎭

O inseparável trio estava jantando no Red Cadillac depois de um longo e cansativo dia.

Há três anos, Millie, Sadie e Noah perambulavam pelas ruas escorregadias de Londres procurando por um abrigo da nevasca inesperada. Avistaram, então, um letreiro chamativo e, em menos de um minuto, estavam dentro da lanchonete, observando a decoração temática anos 80 — piso xadrez em preto e branco, cadeiras acolchoadas vermelhas, jukebox, quadros de artistas e frases famosas de filmes da época, como De volta para o futuro e A história sem fim —, pedindo chocolates quentes com marshmallows e muffins de mirtilo.

— Quanto vocês acham que tiraram? — Sink perguntou, preocupada.

— Sads, fica tranquila, o.k.? — Noah sorriu, tentando reconfortá-la.

Enquanto se dirigia ao banheiro, balançando a cabeça no mesmo ritmo em que a música em seus fones de ouvido, Millie caminhava pelos corredores barulhentos do colégio em que estudava há quatro anos, tentando se concentrar em seu roteiro amassado e ignorar a zona de bolinhas de papéis voando e a incessante falação dos alunos amedrontados com a semana de provas, quando recebeu outra mensagem de Sadie.

Respondeu rapidamente, logo a vendo digitar

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Respondeu rapidamente, logo a vendo digitar.

Sua ideia inicial era ir para a sala do Sr

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Sua ideia inicial era ir para a sala do Sr. Harbour, o diretor, para debater sobre o conserto do ar-condicionado na sala de teatro, que quebrara há um pouco mais de duas semanas.

Sink implorou, e Brown suspirou, derrotada, e rumou em direção ao gramado

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Sink implorou, e Brown suspirou, derrotada, e rumou em direção ao gramado.

Mal sabia ela que se tivesse se dirigido para a diretoria, teria ouvido a Srta. Ryder a indicando como auxiliar de Louis Partridge para o papel de Romeu Montecchio.

— Tenho certeza de que você gabaritou, Sads. — Millie reforçou.

— Sim, você estudou por semanas, e de quebra, a Millie te ajudou.

— A Millie me passou cola, você quer dizer. — Sadie corrigiu, rindo.

Após ter ajudado seus amigos por duas horas, o professor Havens entrou no laboratório de química, escreveu as regras na lousa e distribuiu as avaliações. A morena terminou a sua em menos de quarenta minutos e observou os mínimos e sórdidos movimentos de Sink, que balançava as pernas freneticamente e se atrapalhava com as respostas.

Ahoy. — sussurrou disfarçadamente quando viu a ruiva em dúvida entre duas opções.

Na oitava série, os três desenvolveram um mecanismo supereficiente de cola entre eles. Ahoy para A, bullshit para B, Chianti para C, dingus para D, e assim por diante — nunca foram pegos, claro.

— Irrelevante. — Noah revirou os olhos esverdeados, bebendo um gole generoso do milkshake vegano de Sadie.

— Ei, com licença!

Contaram sobre seus dias; como o Sr. Modine, professor de educação física, obrigou Noah a dar dez voltas na quadra por ter se recusado a jogar rugby, como Sadie não se saiu tão bem no teste surpresa de matemática, como Millie acidentalmente derrubou o seu livro predileto, Orgulho e preconceito, de Jane Austen, em um poça lamacenta de neve derretida. Sentiram-se horríveis durante o dia inteiro, porém, ali, juntos, as nuvens acinzentadas sob suas cabeças pareceram desaparecer, dando espaço para arco íris e potes de ouro em forma de gargalhadas.

Depois de ter se despedido de seus amigos, Brown subiu em sua bicicleta, colocou os fones de ouvido e deu play em alguma música antiga da Madonna, pedalando rapidamente e rezando para não chegar atrasada para o jantar — hora bastante sagrada para os seus pais. Chegou em casa às 19h15 e tomou um banho quente e relaxante que retirou quase toda a sua frustração com poças de água suja.

Você pode ler pela internet, Mills. — contorceu o rosto em uma careta ao lembrar-se do que Sadie, que nunca entendeu muito bem o seu apreço por exemplares físicos, disse.

— O cheiro de novo das páginas, a satisfação de segurar, as emoções mais vívidas não chegam aos pés do Kindle, desculpe. — rebateu.

Na mesa de jantar, enrolando uma quantidade grande de massa no garfo, o Sr. Brown questionou: — Como foi o seu dia, filha?

— O mesmo de sempre. Escola, R.C, casa.

— Ah, por isso não está atacando a macarronada da sua mãe, então. — ele disse. — Aposto que jantou lá.

— Jantei... — olhou para a sua mãe, sentindo-se culpada. — Mas está uma delícia, como sempre.

— Está mesmo, querida. — Robert disse, segurando a mão da esposa e depositando um selar carinhoso sob a mesma, fazendo-a enrubescer e rir apaixonadamente, como uma adolescente de quinze anos.

Millie suspirou, totalmente admirada. O amor entre seus pais era nítido, pegajoso e efervescente, mesmo após vinte e cinco anos juntos. A garota, às vezes, flagrava-se pensando se algum dia encontraria alguém que a faria se sentir daquela maneira.

— Eca, sem demonstrações de afeto na minha frente. — brincou, fingindo ânsia de vômito.

— E você, moranguinho? Nenhum pretendente?

Brown sentiu as bochechas queimando; fora o apelido de infância que ela odiava, a pergunta indiscreta de sua mãe a deixou envergonhada e, querendo ou não, a fez pensar em certo alguém com cachos escuros e olhos negros.

— Espaço pessoal! Espaço pessoal! — corada, levantou-se, juntou os pratos e talheres e os levou para a lava-louça. — Eu nem tenho tempo para isso, aliás. Vocês sabem que o meu foco é Juilliard.

O sonho dela era cursar teatro em Juilliard. Ela dedicava metade do seu tempo ao palco e a outra aos estudos e atividades extracurriculares. Sadie e Noah sempre reclamavam e diziam que sentiam sua falta nas festas as quais frequentavam — festas repletas de adolescentes cheios de hormônios à flor da pele, álcool e drogas; nada atrativo para Millie, como uma noite regada de filmes antigos e livros da literatura clássica.

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