Romeo and Juliet

Almond Eyes - 03.

Oi, oi, gente. Só queria dizer de novo que estou muito feliz, é isso. Boa leitura!!
Ah, e pra quem não sabe, o Louis tem duas irmãs, uma chamada Issie, e a outra, Millie — esses brotinhos da mídia.

🎭

21h30

Ao decorrer do dia, Louis pensou em incontáveis ideias para convencer Millie Bobby Brown a ser a sua auxiliar. Aulas de música? Talvez ela gostasse de instrumentos, pensou, esperançoso. Mas e se ela quisesse dinheiro? Estremeceu ao cogitar tal possibilidade — precisaria procurar um emprego pela parte da noite, já que seu colégio era integral, e inventaria ainda mais mentiras para Issie, sua irmã mais velha, pois a mesma não o deixava trabalhar, alegando que ele deveria concentrar-se nos estudos.

— Entreguei alguns currículos hoje. — Issie comentou despretensiosamente.

Sentados em almofadas distribuídas pelo chão da sala, eles devoravam um saco de salgadinhos de queijo e bebiam mini latinhas de Coca-Cola.

— Onde?

— Em alguns restaurantes, cafeterias... Sabe? — respondeu, suspirando demoradamente. — A maioria disse que não estava contratando, mas que ligaria caso precisasse.

— Posso arrumar um emprego, Issie, você sabe disso.

— Não pode, não, Louis. Você precisa se concentrar nos estudos e seguir os seus sonhos.

Quais sonhos?, questionou-se, decepcionado. Aos dezessete anos de idade, ele não fazia a menor ideia do que gostaria de "ser quando crescesse", diferente de Issie, que, desde muito jovem, sabia que queria ser uma renomadíssima advogada, ou de Millie, que, ao menos, era ambiciosa — até demais para uma criança.

Louis não tinha muitas metas ou propósitos, não sabia qual profissão seguir e, muito menos, em qual faculdade estudar. Na verdade, não sabia nem se queria mesmo ir para uma universidade.

— É por isso que existem empregos noturnos. — rebateu, sorrindo com esperteza.

— Está tudo sob controle, Lou. Relaxe.

Ela tentou tranquilizá-lo, exausta por ter vagueado a tarde inteira pelas ruas de Londres, ao mesmo tempo em que Millie, a caçula, adentrou o cômodo, rodopiando entre as mãos um galão de leite vazio, e disse: — O leite acabou, gente.

Ele arqueou ironicamente as sobrancelhas para a mais velha, que apenas ignorou-o. — Desculpe, Millie, esqueci de comprar. Amanhã compro, prometo.

— Você não é velha demais para tomar leite? — Louis provocou.

— Você não é novo demais para ser tão chato?

— Muitos anos de convivência com você me deixaram assim. Sabe como é.

— Engraçado você dizer isso, Louis, porque... — Millie foi interrompida por uma almofada arremessada em seu rosto.

Sem pensar duas vezes, ela revidou, triplicando a força desferida, e acabou acertando Issie, que derrubou uma latinha de Coca-Cola em seu pijama favorito, assim iniciando uma acirrada guerra de travesseiros — ou melhor, almofadas.

Hora após hora, minuto após minuto, segundo após segundo, Louis sentia um esmagador aperto em seu peito, causado pela indescritível culpa que estava experimentando por ter enganado suas irmãs por quase um ano, agindo como um inconsequente e faltando as aulas de teatro somente para se divertir. No entanto, naquele agradável, e, apesar dos golpes e gritos ferozes, amoroso momento em família, ele conseguiu esquecer-se por alguns minutos de sua imprudência.