O namorado da minha irmã.

Capítulo 28

Quando a campainha toca é Ângela quem abre

- Oi Doutor Herrera, como está? -Perguntou enquanto dava passagem para o homem entrar

- Bem e a senhora?

- Já nem sei mais doutor, são tantos problemas...

- Se precisar se consultar algum dia, estarei a disposição

- Claro, obrigada. Any está no quarto como sempre

O homem apenas concorda com a cabeça e segue para o quarto da garota

- Como está minha paciente preferida? - Pergunta sorrindo e puxando a cadeira para perto da cama da loira que estava deitada

- Engordei um quilo

- Como sabe se te proibi de subir em balança?

- Enganei minha mãe dizendo que queria dar um volta, fui até uma farmácia e pesei

- E o que você está sentindo?

- Que estou feia

- Eu já te expliquei que você está muito abaixo do que seria seu peso ideal, então devíamos comemorar cada quilo a mais

- Alfonso já faz mais de 10 anos que você é meu médico, e dentro de todo esse tempo eu tive melhora apenas uma vez e durou muito pouco, por que não desisti de mim?

- Como desistir de você? Eu gosto de você, porra eu te amo Anahí - Disse num misto de ansiedade e medo

A loira apenas abriu a boca, depois a fechou. Estava muito surpresa e nem sabia o que dizer

- Desculpa, eu sou seu médico pode parecer até meio antiético, mas também já faz mais de 10 que venho guardando esse sentimento para mim, eu não aguentava mais. Tudo bem se decidir trocar de psiquiatra eu vou entender, mas eu precisava te falar, não dava mais para esconder

- Eu... Eu...

- Não precisa dizer nada por enquanto

- Você está dizendo isso só pra ver se melhoro igual quando eu estava com o William...

- Chega disso Anahí, eu jamais me comprometeria com alguém por causa do meu trabalho, se falei que te amo é porque te amo

- Eu gosto muito de você Alfonso, mas eu sofri demais

- E por isso vai se fechar para o amor pra sempre? Nunca mais se deixará ser tocada - Falou pegando nas mãos dela - Nunca mais se deixará ser acariciada - Tocou em seus cabelos numa lenta carícia - Nunca mais se deixará ser beijada...

Aos poucos Alfonso foi se aproximando, mas foi Anahí quem selou de vez o espaço entre eles com um beijo, um beijo calmo, sem pressa como se ambas as partes quisessem aproveitar ao máximo aquele momento. Anahí sentia seu coração bater tão forte que parecia querer sair pela boca, uma das mãos do homem estava em sua cintura a puxando para si, enquanto a outra descansava em sua perna fazendo carícias que causava arrepios por todo corpo da mulher

- Eu posso te fazer feliz, Any - Disse quando o beijo acabou

- Eu peço que tenha calma, estou realmente disposta a tentar mais uma vez... E provavelmente a última, por favor não estrague senão será meu fim

Alfonso não respondeu nada, apenas sentou ao seu lado na cama e a puxou para um confortável abraço.

Maite folheava alguns papéis quando batem na porta

- O que você quer? - Perguntou quando viu que era William

- Conversar

- Não temos nada para conversar

- Discordo - Respondeu fechando a porta e se sentando frente a Maite - O que aconteceu depois que fui embora? Como Anahí ficou sabendo de nós dois?

- Eu contei

- E por que?

- Não aguentava mais esconder

- E depois? Você foi expulsa e aí?

- Fui demitida também, queria economizar o máximo que eu pudesse e decidi dormir no carro, mas fui assaltada, o ladrão levou o meu carro e eu expliquei minha situação para ele, e o mesmo acabou deixando minha bolsa com meu acerto comigo

- Você não deu queixa?

- Não adiantaria, por isso nem tentei

- E depois?

- Com o dinheiro comecei morar em uma pensão, e fui em busca de trabalho, porém nada... Até que um dia entrei nessa empresa, Roberto me atendeu e disse que não tinha vagas, mas podia me dar dinheiro de outras maneiras e me propôs um casamento, de princípio não aceitei, só que cada dia que passava eu estava ficando mais desnutrida, a pensão estava atrasada eu ia ser despejada. E um dia voltei aqui e concordei em me tornar sua esposa

- O que aconteceu com Roberto?

- Ele morreu em um acidente

- Ele te tocava?

- Pretendo não falar nesse assunto - Respondeu tentando afastar do pensamento aquela noite terrível em que foi estuprada

- Quem é o pai da Aurora?

- Isso não te interessa

- Por que fica tão nervosa quando fala do pai dela? Por acaso o pai dela sou eu? - Questionou desconfiado

- Não, claro que não - Respondeu nervosa

- Então quem é Maite?

- Eugênio - Disse o primeiro nome que veio em sua mente

- O que? - Perguntou irritado

- Depois que você sumiu, dormi com ele algumas vezes e engravidei

- Ele não quis assumir?

- Não, mas também não insisti

- Foi pela gravidez que você se casou?

- Sim... Ela ia morrer, o médico me disse que ela estava num estado de desnutrição muito grande, e... Ela ia morrer... - Disse com lágrimas nos olhos

Instantâneamente William segurou as mãos da mulher, tentando acalma-la

- Mas não morreu, agora está aí linda e cheia de vida, esbanjando simpatia e alegria. Aliás, parabéns você pelo jeito é uma ótima mãe

- Eu não sou vagabunda como dizem... Eu fiz isso por ela, não por mim... Se eu estivesse sozinha eu não ligaria de morar na rua, de passar frio ou fome... Mas não podia deixar minha filha sofrer, ela não pediu para vir ao mundo, e aconteceu por irresponsabilidade minha e sua... Digo minha e de Eugênio

- Eu não vou te julgar, tá bom? Fique tranquila - Respondeu se levantando e a abraçando - Você é forte e nunca deixe que digam o contrário

Depois de alguns minutos ali abraçados o telefone toca, Maite se afasta rapidamente ainda secando as lágrimas e o atende

- Alô... Tudo bem já vou

- Algum problema?

- Não, só preciso dar uma olhada no comercial - Falou se levantando

- Quer que eu te acompanhe?

- Independente do que aconteceu, eu não quero voltar a me aproximar de você William, agora você já sabe o que se passou na minha vida depois da sua partida, e pode me deixar em paz

Sem esperar uma resposta ela saiu

- Eu vou encontrar esse Eugênio e acabar com ele, como ele pode deixar Maite grávida e sozinha? -  Falou para si mesmo e pegou o celular discando um número

- Ezequiel?... Oi é o William... Tudo bem sim. Ezequiel sei que você é um ótimo investigador e preciso que encontrei para mim Eugênio Siller, ele é um fotógrafo... Obrigado - Disse e por fim desligou.