Capítulo 24

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Lentamente Maite começou abrir os olhos, a claridade fizeram os mesmos dar uma leve lacrimejada. De repente a lembrança do parto veio em sua cabeça e rapidamente tocou sua barriga que pela diminuída indicava que não tinha mais ninguém ali, estava desesperada sem saber o que havia acontecido, se seu filho estava bem. Quando já estava começando se levantar ignorando a dor que sentia embaixo do ventre a porta se abre e uma enfermeira entra

- Senhora, fique deitada não pode se levantar - Disse indo até Maite e lhe deitando novamente

- Meu filho, como está meu filho?

- Está bem, mesmo com as complicações nasceu super saudável e com fome, logo o bebê vem para mamar

- Graças a Deus - Disse suspirando aliviada

- Falando nele - Disse sorrindo quando um outro enfermeiro adentrou o quarto com aquele pequeno pacotinho nos braços

Os olhos da nova mãe se encheram de lágrimas quando reparou na roupinha rosa que havia comprado

- Aurora - Sorriu emocionada quando pegou a filha nos braços

A enfermeira deu algumas dicas de como amamentar de uma maneira mais segura e confortável tanto para mãe quanto para o bebê

- Parabéns, aprendeu rápido - Comentou baixinho sorrindo

- Ela é linda - Falou toda babona

- É sim

- Quando podemos ir para a casa?

- Se tudo continuar bem assim, amanhã cedo já terão alta

- Ainda bem

- O pai da criança já está sabendo?

- Sim, mas ele é muito ocupado - Mentiu

- Perdão pela pergunta - Respondeu sem graça -  Tá na hora da Aurora ir para o berçário de novo

- Tudo bem, até depois meu amor - Disse dando um beijinho na cabeça da filha e a entregando para a enfermeira que apenas deu um sorriso e saiu em seguida.

Em seu quarto Anahí chorava baixinho, estava com medo de ter feito algo com o bebê e resolveu ligar para Alfonso que atendeu no segundo toque

- Alô!

- Alfonso, oi!

- Anahí? Oi, tudo bem?

- Mais ou menos

- O que aconteceu?

- Você está no hospital agora?

- Estou saindo de casa agora para ir lá, por que? Aconteceu alguma coisa?

- Preciso de um favor

- Qual?

- Acredito que Maite esteja lá, aconteceu uma coisa entre nós ela caiu, checa para mim se está tudo bem com o bebê, por favor

- Ok, vou tentar

- Obrigada, se conseguir me liga depois

- Pode deixar, tchau

- Tchau

Enquanto isso Maite trocava insistentemente o canal da TV que tinha em seu leito, não achava nada que lhe agradasse, apenas queria ir logo embora. Até que batem na porta, ela manda entrar

- Doutor Alfonso? - Falou surpresa ao vê-lo ali, sabia que era ele o psiquiatra de Anahí

- Como vai, Maite? - Perguntou se sentando na poltrona ao lado da mulher

- Bem... O que faz aqui?

- Sua irmã me ligou, queria saber se estava tudo bem com o sobrinho

- O sobrinho que ela colocou a vida em risco?

- Anahí está descontrolada, como psiquiatra sei que ela não está em seu perfeito estado, o que aconteceu com você e William mexeu muito com ela

- Eu não fiz por querer, foi um amor muito maluco, eu tentei, mas não consegui evitar

- Eu entendo, não julgo você nem o rapaz, a Anahí sempre teve esses problemas com o próprio corpo você sabe disso, e quando tudo aconteceu ela acreditou que era porque ela era feia, insuficiente

- Eu vi o estado dela, apesar de tudo me preocupo com ela, como anda o tratamento?

- Não anda, eu comecei fazer as visitas em casa, quando eu chego lá ela não fala nada, me manda sair... Se ela soubesse o quanto eu gosto dela... - Disse aquelas palavras como se doessem em sua alma

Nesse momento Maite olhou desconfiada para ele, e só então o médico percebeu o que havia acabado de dizer

-  Gosto como amiga, ela foi uma ótima funcionária enquanto trabalhou na minha clínica e... - Dizia desesperado tentando consertar o que tinha falado anteriormente

- Você ama ela, doutor?

- Ela é uma mulher incrível, tão forte, mas tão sensível ao mesmo tempo - Deu um longo suspiro

- Por que não diz isso a ela?

- Já tentei, antes mesmo de William, mas ela não se toca ou percebe e não quer nada comigo mesmo

- Sei que as coisas com ela não devem estar nada fáceis, mas continue tentando, acho que você seria um ótimo homem para ela

- O psiquiatra sou eu, mas obrigado pela conversa Maite, sempre tão atenciosa e gentil, realmente lamento tudo que aconteceu. E parabéns pela filha, você será uma ótima mãe

- Obrigada doutor... Aurora

- O que?

- Nome da minha filha é Aurora, diga a Anahí

- Pode deixar - Disse sorrindo e saindo do quarto

Rapidamente pegou o celular em mãos e ligou para a loira que rapidamente atendeu

- E aí? Ta tudo certo?

- Sim, é uma menina

- Isso não me interessa, só queria saber se estava viva

- Não quer saber o nome?

- Não tenho interesse algum no filho dessa traidora, apenas me senti na obrigação de saber se estava bem. Obrigada pela ajuda

- Aurora... É Aurora

Anahí desligou logo em seguida, suspirou triste antes de se levantar e seguir até a sala onde estava seus pais, ambos mal se falavam depois que Ângela concordou em expulsar Maite de casa, aquela casa nunca mais foi a mesma

- A bastarda nasceu

- Do que você está falando? - Perguntou Davi

- A filha de Maite, é uma menina

- Sério? - Perguntou o homem com os olhos brilhando - Elas estão bem?

- Maite eu não sei, a criança está

- Que esse filho traga mais juízo para a cabeça de Maite - Disse a mãe

- Acho difícil, foi capaz de casar com um velho para ter dinheiro - Respondeu Anahí

- Porque foi expulsa de casa - Falou Davi irritado

- O que ela fez foi imperdoável, Davi - Falou já alterando o tom de voz

- IMPERDOÁVEL É A MÃE EXPULSAR A FILHA GRÁVIDA DE CASA

- VOCÊ QUERIA O QUE? SE ELA CONTINUASSE AQUI ANAHÍ IRIA MORRER

- OLHA O ESTADO DA ANAHÍ, ESTÁ PÉSSIMA, ADIANTOU PORCARIA NENHUMA EXPULSAR MAITE, EU NÃO POSSO NEM TER CONTATO COM MINHA NETA, VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NISSO?

E de fininho Anahí saiu da sala indo para o seu quarto, já chorava baixinho, nunca imaginou ver os pais brigando, eles se amavam e se respeitavam tanto, agora todos os dias era aquilo, brigavam até se uma colher caísse no chão.

O namorado da minha irmã.Onde histórias criam vida. Descubra agora