O casamento

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ZAYN

Fiquei encarando aqueles empregados entrando no quarto com a maior educação do mundo. Pedindo para que eu os chamasse pelos números que lhe foram dados. Rolei meus olhos com isso.

Levantei da cama e todas as mulheres que estavam ali saíram correndo porque eu estava completando nu. Elas não ajudavam o príncipe a se vestir não? Era só um corpo, nada mais que isso. Peguei uma maçã verde em uma das tigelas, mordendo rapidamente e com força, deliciando com o azedo suculento gostoso que tinha. Em Hogary não tínhamos maçãs. Somente frutas mais secas. Nada de muito doce. A terra não era boa para plantações, infelizmente.

Entrei no grande recipiente que haviam preparado para o meu banho, continha pétalas de rosas vermelhas ali. Franzi um pouco o nariz com aquilo, mas afundei na água. Ficando submerso, pensando em tudo que aconteceu ontem.

O cheiro do Harry não saiu da minha cabeça. Nunca me senti tão dependente, descontrolado e excitado daquela forma. Senti que quase perdi totalmente o juízo e o ataquei ali mesmo. Sua pele branca não saia da minha mente também.

Sonhei com ele à noite toda. Não consegui nem acordar e encontrar alguém pra foder até tirar aquilo da minha cabeça. Então apenas deixei meu corpo queimar como se o perfume dele estivesse impregnado na minha carne. Lambendo minha pele. Fodendo minha mente.

Submergi, deixando meus fios negros para trás, passando meus dedos desenhados em meu rosto e minha atenção só foi tomada quando um empregado entrou com o tecido para me enrolar.

— Não precisa disso. — sai da água, deixando meu corpo extremante molhado respingar por onde eu passava. Sai na sacada do castelo, respirando fundo aquele ar tão fresco que me incomodava. O sol batia contra mim, fazendo aquela água evaporar aos poucos do meu corpo. Até consegui sentir minha pele esquentar e até suar um pouco pelo sol está absolutamente quente.

O dia estava ótimo. Gostava do calor. Gostava do fogo e de tudo que ele representava.

Continha mensagens ocultas nele. E só seus verdadeiros filhos conseguiram decifra-las. Filhos da guerra. Donos do sangue. Olhei para o sol e lambi meus lábios, sentindo ele queimar um pouco meu rosto. Então voltei para dentro, deixando que me arrumassem e fui tomar café com o belo príncipe e seu pai.

Encarei bem seus olhos, deixando os meus ficarem absurdamente presos naquele tom verde quando me aproximei da mesa. Fiz um meneio de cabeça para ele e o rei.

— A cerimônia ontem fora espetacular. Vocês ficam muito bem juntos. — ouvi o pai dele começar, então voltei a olhá-lo. Erguendo uma sobrancelha.

— Você acha isso, noivo? — perguntei, colocando uma uva na minha boca.

— Foi emocionante. — continha mais ironia na sua voz do que café em sua xícara.  Assisti seu sorriso falso e estreitei de leve meus olhos ali.

— O que achou da cerimônia? — voltei meus olhos ao rei.

— Deliciosa. — virei meu rosto para o príncipe de novo, piscando um olho pra ele. — E quanto a nós dois juntos, noivo? Concorda com seu pai sobre ficarmos muito bem juntos? — lambi meu lábio superior ao perguntar isso. Pude sentir o olhar fixo do rei no filho dele.

— A minha opinião é importante pra você, príncipe Malik? Por que me olha desse jeito? Está querendo me deixar intimidado? Pois saiba que não conseguirá nada de mim além das obrigações que terei como seu esposo, então é bom que não comece com gracinhas para cima de mim. — Harry respondeu com rapidez, sem hesitar ou gaguejar. Largando sua xícara em cima da mesa de forma ríspida e o guardanapo do seu colo sendo jogado ao lado.

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