Canibalismo, o tabu supremo.

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_ O que disse o padre Marcs, algum dos voluntários chamou a atenção dele?

_ Ainda não.

_ Café?

_ Por favor!

_ Oi Garcia.

Evy diz ao atender seu celular.

_ Eu estou passando os detalhes dos homicídios pelo programa e nada, ainda.

_ Tá bom, acabei de te enviar a lista de voluntários.

_ Ótimo, eu vou cruzar os nomes deles com os hospitais psiquiátricos.

_ Atenção para os indivíduos que foram internados a revelia na Flórida. Rossi está convencido que o descon é do tipo que gosta de ficar perto de casa.

_ Tá, ligo depois.

Evy pega seu café, Morgan pega dois copos e vai até o padre.

_ E aí.

_ Eu conheço essa gente melhor que ninguém, ninguém deles se encaixa na descrição que vocês deram.

_ Um deles se encaixa.

_ Olha, eu lamento mas e...

_ Ele é falso, ele imita a fé. Vai a missa todo domingo, mas só vai porquê todo mundo vai, o senhor conhece ele.

_ Eu faço o que posso para guiar o rebanho, ouviu. Mas hoje em dia, a maioria, não só os jovens, os homens descasados, fingem ter fé. Quase todos vão, porquê os outros também vão e o meu dever é...

_ Olha, nada disso importa agora, o que importa é que procuramos um assassino e ele está nessa lista.

_ Eu não sei quem é e eu não posso ajudar, desculpe.

_ Diz isso pro marido e filhos de Sheron Tymont, quando pedirem que rezem em cima dos restos dela. Aposto que vai servir de consolo.

Lhe mostra uma foto de Abby Kelton, morta.

_ E eu vou rezar pelo bem deles e pelo seu, para nunca ter que fazer isso, agente Morgan.

_ Boa sorte!

_ O que houve a você? Só alguém criado com religião, pode ter tal desprezo por um padre que mal conhece.

_ Quando eu era criança, uma coisa ruim acontecia comigo e eu ia a igreja todo dia, e eu rezava. Eu rezava pra acabar, o senhor sabe o que Deus fez? Nada.

_ Ele nunca nos da o que não podemos suportar.

_ Acho que o seu Deus espera demais de um menino de treze anos.

Morgan saí pra fora da delegacia, o padre vai embora e Rossi vai falar com ele.

_ O padre Marcs parecia bem agitado, quando saiu.

_ É, ele tinha razão pra isso.

_ Ainda está com raiva por eu ter mandado você falar com ele, ontem.

_ Estou?

_ Olha na minha época, se um parceiro pedisse um pedido desses... Bom, eu só quis te da uma chance de crescer como pessoa.

_ Eu te entendo, David. Você não é um mistério pra mim, dizem que não entrevista psicopatas, mas você entrevista. Dizem que não organiza uma reunião de perfil, mas você organiza. Disseram que não voltaria por nada do mundo, já voltou. É a sua natureza, Rossi. É quem você é.

_ Se sabe disso tudo, por quê me disse que não queria falar com o padre?

_ Sabe, eu te dei uma chance de crescer como pessoa.

A novata do FBI (Criminalminds)Onde histórias criam vida. Descubra agora