Vamos jogar boliche? #2

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"Eu estava me divertindo, Chug é bem legal apesar de ser o cara mais medroso que já conheci em toda a minha vida, o lugar era bem legal e até tinha um palco para apresentações.. Mas aí ele apareceu, o filho da puta do Travis"

As pessoas procuravam lugares para se sentar ou se aproximavam do palco ou pegavam mais bebidas e enchiam a cara, o lugar estava bem cheio, talvez umas 150 a 200 pessoas, pra um lugar pequeno como o boliche club's isso era muito, estava começando a ficar apertado quando Sal sentiu seu braço sendo puxado e levando para uma área que estava um pouco menos caótica

Sal olhou para a cabeça da pessoa que o puxava e viu os grandes cabelos castanhos de Larry e assim parou de resistir e começou a segui-lo e assim chegaram ao local mais calmo do lugar, perto de onde ficavam as bolas de boliche que estavam em um canto do clube afastado do palco

-Caralho tá mais cheio do que eu esperava, tudo bem aí carinha?

-Puxaram meu cabelo cara! - Sal diz irritado enquanto arrumava seu cabelo que estava um pouco bagunçado

Os dois se apoiaram na parede e começaram a observar os músicos fazendo os últimos ajustes nos instrumentos musicais para que o show começasse

-Quem vai cantar Larry?

-Seu lá, qualquer um pode cantar aqui, contanto que pagem uma pequena taxa e passem no texte que eles tem que fazer

-Teste? - Pergunta confuso

-Pra saber se o cara sabe cantar e saber quais músicas ele vai tocar, não é como se fossem deixar um padre cantar hinos aqui né

-Faz sentido, mas se é assim que tipo de músicas as pessoas podem tocar aqui?

-Varia entre rock, metal, sadsong, gueek e etc depende muito se o som é bom

-Quem faz essa seleção? O Chug?

-O Chug tem o pior gosto musical que eu já vi - Larry faz uma careta - o Neil faz isso

Sal concorda mesmo sem saber quem diabos é Neil

As pessoas que estavam no palco rapidamente ajeitam os instrumentos e as luzes se apagam ficando acessas apenas algumas luzes néon e no palco três pessoas entram, uma vai a bateria a outra pega um baixo e a terceira pega uma guitarra e vai até o microfone. A "platéia" começa a vibrar e gritar descontroladamente, talvez porque a maioria estava bêbada

Aquele que estava no microfone faz alguns acordes lentos e tristes, aquele som trazia um sentimento estranho de tristeza e curiosidade, fumaças saem de traz dos músicos e o rapaz da guitarra começa a cantar

Perdido no meio

Minha confusão

Meus sentimentos

Minha condenação

A voz da pessoa que cantava era rouca como a de Larry porém um pouco mais grossa e grave, era uma bela voz

Sim estou perdido e minhas lágrimas voltarás ao tormento que em mim me priva

A verdade não encontrarás pois aqui jaz a minha mente ferida com toda a sua espectativa

E se eu me buscar vou encontrar a dor

Se você me abraçar vou sentir falta do amor

Sufocando vejo no espelho a figura de uma sombra que eu já chamei de amigo

Nos meus pés eu nada sinto, é que em meio a estrada longa foi normal perder o chão pelo caminho

Desculpa por me culpar e assim fazer sangue cair

Desculpa por só negar a bondade que havia em mim

Perdido no meio

Minha confusão

Meus sentimentos

Minha condenação

Minha máscara de vidro caiu e foi então que eu me vi aqui

Minha máscara foi só o que viu um momento antes de partir

Mesmo não sendo um rock as pessoas vibravam e cantavam junto com o vocalista, Sal nunca tinha ido em um show antes, era um pouco estranho ver tantas pessoas gritando coisas diferentes ao mesmo tempo

Eu me vejo em meio a dor buscando sentir amor sabendo que o escuro me espera no meu quarto

Enfatizar meu rancor sempre disfarçar o ardor pois as mangas sempre cobrem dores de um sorriso falso

Eu já não posso fugir continuar a refletir as ações daqueles que os meus pais me comparam

As suas expectativas sobrefugiaram meus sonhos

Pelo medo de fugir é que eu me sinto tão falho

Mesmo se eu falar
O que irá mudar?
Mesmo se eu cantar
Quem irá escutar?

Mesmo se eu falar
O que irá mudar?
Mesmo se eu cantar
Quem irá escutar?

O cantor suspira e em seguida alguns fogos saíram de traz do palco fazendo as pessoas gritarem por mais, porém o vocalista foi embora do palco levando sua guitarra enquanto outro músico entrava em seu lugar, Sal não conseguiu ver o rosto do músico pois estava muito longe do palco mas ele reconheceu aquela voz

"Ele mora aqui? Em todos os lugares do mundo porque aqui?"

-Gostou? - Larry olha para Sal que não tirava os olhos do palco

-Eu quero ir embora

-Que? Porque ainda tem muitos músicos

-Não quero ficar em um lugar cheio assim, algumas pessoas estão me olhando estanho

Larry olha ao seu redor e vê que na esquerda tinham 2 caras bêbado olhando para Sal e tirando sarro da sua cara, provavelmente iriam provocá-lo a qualquer momento

-Ok, me espera na saída, vou pagar o Chug

Sal se esgueira entre as pessoas e consegue sair. Era noite, a rua estava clara por causa da lua cheia que brilhava como nunca nos céus negros daquela cidade

Sal se senta no meio fio e suspira quando do nada sente um chute em sua costas, olhando para cima ele vê o rosto de quem havia lhe chutado, era um rapaz alto de cabelos loiros e uma grande marca em um dos seus olhos, aquelas roupas amassadas e aquele cordão de crucifixo eram inconfundíveis, era Travis Phelps

-Travis - Sal se levanta

-Sally Face - o garoto de cabelos dourados carregava uma ironia em sua voz - dizem que quem é vivo sempre aparece

-O que você quer?

-É assim que se fala com um amigo? Pensei que fosse um rapaz educado

-Que seja - Sal vira as costas e começa a ir em direção ao apartamento implorando mentalmente para que Travis o esquecesse, o que não aconteceu

Travis puxou Sal pelos ombros e o segurou pela gola da camisa e olhando profundamente nos olhos de Sal ele disse:

-Eu disse que não iria fugir de mim pra sempre, não disse?

-Vai mesmo continuar com isso? Achei que tinha deixado de ser uma criança idiota

Travis empurra Sal o fazendo cair no chão e sem dizer nada Travis se vira e vai embora

"Bully de merda"

Sal se levanta e ajeita sua roupa,Larry volta e Sal age como se nada tivesse acontecido e assim os dois voltam para casa conversando sobre o dia que tiveram e sobre futuros passeios

Por trás da máscara (Sarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora