Inércia

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Eu tento, tento ver com clareza,
mas a tristeza me consome;
Eu tento não pensar, não chorar;
Por quê? Não; não pode ser.

Seria eu culpado? Eu teria evitado?
Eu sabia, ele comigo se abria!
Ele quis silêncio, eu disse sim;
pois ele confiava em mim.

Minha intenção era ajudá-lo,
eu queria apenas guiá-lo;
Achei que o pior já tinha passado,
infelizmente, eu estava enganado.

Não sei exatamente o porquê,
nem como esse sentimento foi nascer;
Ele tinha tudo, mas nada enxergava,
a depressão o dominava; cegava-o.

Sem nenhum motivo aparente,
era frequente o seu desânimo;
Ele sorria, mas a dor escondia;
Ele brincava, mas o vigor lhe faltava.

Eu falhei, ignorei seu sofrimento,
não procurei um tratamento;
Meu amigo, meu irmão, peço-lhe
perdão; eu falhei... perdoe-me.

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