Reino em Ruínas

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Ó árvore frondosa, quem te desenhou?
Tu abraça o tucano, acolhe a arara, dá
abrigo ao gavião, em ti dorme a
preguiça e pula-pula o mico leão.

A vida flui com delicadeza, o vento
acaricia as folhas com sutileza;
Sobre a relva o macaco voa confiante,
com agilidade a onça passeia vigilante.

Ó serpente cristalina, quem chorou tuas
lágrimas? Em teu ventre o boto nada
com maestria, o pirarucu com dinastia;
Em tuas águas descansa a piranha,
é o lar de caça das ariranhas!

Ao canto do uirapuru o sol desabrocha,
e como uma tocha derrete o breu;
A orquídea desperta, seu perfume no
ar, és mais um dia à superar.

Ó grande fera, por que te apodera?
A selva está em luto, de luto sem
perceber, sem ninguém à socorrer;
Ó mãe natureza, até quando sustentará
a tua fascinante beleza?

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