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— Então você estudou em casa, né? — ele pergunta. — Isso deve ser fantástico.

— Na verdade foi mais o contrário de fantástico, o meu pai é super protetor.

— Ele não tá vigiando a gente agora? — Sofya pergunta e eu rio.

— Ah ele tá! O celular dele é conectado em todas as câmeras daqui.
— Entro na onda e dessa vez ele ri. — Então, o que achou das músicas que leu? Sem a minha permissão, devo te lembrar.

— Na verdade eu não sei.

Meu Deus, ele deve ter achado elas horríveis.

— Não dá pra ler uma música, não é? — Concordo. — Eu teria que ouvir você cantando.

— Bom, então tá! — Disfarço, nem a pau que eu cantaria pra ele. — Eu moro bem ali, você não precisa ir até lá.

Sofya você tem algum problema?

— Espera, você mora ali? — Noah aponta para minha casa. — Eu não consigo entender como eu nunca te vi, eu andava de skate na frente da sua casa todo dia antes do treino.

E aí? Eu já sabia!

— Que... coin... coincidência — digo tentando disfarçar mas eu sou ridícula nisso. — Obrigada!

Enfim, eu saio caminhando devagar com meu caderno especial em mãos. Eu estava um pouco tensa por tudo que aconteceu, mas o que prevalece em mim é uma mistura de ódio e agradecimento à Sina.

— Tá afim de fazer alguma coisa um dia desses? — Noah Urrea me fazendo essa pergunta?

Travei!

— Pois... juntos? — Claro né, idiota!

— É — ele diz sem entender. — Nós dois juntos. — Eu tô rindo de nervoso, ninguém sabe o quanto. — Dar uma volta.

— Então... eu tô super ocupada durante o dia. — Eu jamais teria coragem de contar pra ele assim na cara. — Mas eu posso sair a noite.

— Eu posso sair a noite. — Ele sorri e meu coração se desmonta.

— Bom você pode anotar seu número aqui... — Começo folhear o caderno e percebo que ele foi mais rápido que eu.

— Sou das antigas também!

— Espertinho! — Ri e me despedi.

Por incrível que pareça eu dormi a noite toda. Minha cabeça criava flashs da minha conversa com Josh e eu me sentia estupidamente feliz.

Jamais imaginaria que isso fosse acontecer.

JOALIN LOUKAMAA

— Isso é tão romântico que me dá enjoo, sabia?

Digo jogada na cama da minha melhor amiga. Ela passou a metade do tempo contando com detalhes seu segundo encontro com o Noah.

— O que ele falou do seu XP? — Pergunto curiosa.

— Eu... ainda não contei.

Prêmio de anta pra Sofya.

— Como assim não contou?

— Eu não falei ainda, achei melhor. Não vou chegar do nada e falar... e aí, cara? Só pra você saber a luz do sol me... — Ela faz gestos com a mão como se explodisse. — Quando você fala pra alguém que tá doente, deixa de ser uma pessoa pra ser... doença e não um ser humano. Eu vou contar pra ele, eu prometo mas eu nem sei quando a gente vai se ver de novo.

— Eu sei! — Pulo da cama. — Sabe o mala da sorveteria que fica me incomodando e enchendo o saco?

— O nerd que você odeia?

— Exato! O Bailey May — digo animada. — Os pais dele vão viajar aí ele vai dar uma festa e disse pra levar uns amigos. Então eu vou levar você, e você leva o Noah!

— Não, não não e não! — Que bicha teimosa. — Não... ele... eu... ainda não, sabe? Ainda não... e... eu tenho que esperar ele mandar mensagem, não é?

— É, isso mesmo! E aí o escudeiro dele vai mandar uma carta pelo pombo correio perguntando se você quer ir até o reino dele. — Burra. — O que que é isso? A Inglaterra do século XIIX? Você é um mulherão incrível, garota! E vai mandar mensagem quando bem entender.

Eu exagerei?

Pois acho que não.

— E aliás, você tá ficando gaga?

Debocho de Sofya que gagueja sempre que Noah é o assunto. Aproveito também pra jogar o celular mas mãos dela, que se joga na poltrona.

— Tem que ter confiança, tá? — Sento ao seu lado. — É só ser direta.

E finalmente a mula empacada da Sofya vai mandar a mensagem.

Midnight Sun | NofyaOnde histórias criam vida. Descubra agora