Midnight Sun | Nofya

0.5

3/6 (vou postar mais cap amanhã)

SOFYA PLOTNIKOVA

Joalin havia ido buscar meu caderno na estação, eu estava surtando com medo de algo ter acontecido com ele. Logo ela mandou uma mensagem dizendo que estava com ele mas foi para o trabalho e deixou na bilheteria.

- Pai, eu preciso ir até a estação de trem pegar meu caderno com o Fred. - Aviso quando chego na sala.

- Mas avisa quando chegar lá e toma cuidado. - Ele estava assistindo enquanto se entupia de comida.

Eu tenho o pai certo.

Era noite e eu saí pelas ruas da cidade. Eu não considero que aqui seja um lugar perigoso, ou nunca experimentei sair durante o dia para ver a diferença. Pessoas normais dizem sentir medo de sair pela rua a noite mas é o único momento do dia que eu posso passear, então não tenho uma opinião formada.

Quando chego na estação, aviso meu pai e dou algumas voltas percebendo que Fred não estava lá. Mas pelo contrário dou de cara com Josh, ele segurava meu caderno nas mãos.

- Joalin, sua traíra! - Sussuro me escondendo. - A meu Deus, ai meu Deus!

JOALIN LOUKAMAA

- Obrigada!

Respondi assim que terminei de vender um sorvete e corro atender o telefone que tocava impaciente.

- Sorveteria Eislabor - digo com toda animação do mundo.

Tá, isso foi ironia.

- Joalin! - Ops, era a Sofya.

- E aí, como tá o segundo encontro? - Pergunto animada.

- Como pode ser tão traíra? - Ela estava completamente nervosa. - Ai meu Deus, eu tô com calça de pijama e meu cabelo tá horrível, eu prendi. - É o drama em pessoa. - Eu tô horrorosa.

- Ah, para! Sofya você é gostosa pra caramba e eu nem tô te vendo agora mas sei que você tá linda. - Tranquilizo minha melhor amiga, ela é surtada as vezes mas o coração é enorme.

- Oi, licença. Eu vou querer um sorvete...

- Não tá vendo que eu tô no telefone? - Interrompo o garoto em minha frente. - E ele gostou de você, tá? Deu pra ver! - Continuo a ligação. - Só seja você mesma, não fala demais e me liga depois.

- Tchau!- Ela desliga.

Eu me sinto uma pessoa horrível mas ela precisava disso. Horrível não, tô me sentindo incrível.

NOAH URREA

Joalin e eu planejamos, talvez hoje eu veja a garota da estação mais uma vez. Eu já estava quase desistindo quando vi ela desligando o telefone.

Ela tenta se esconder novamente, mas era óbvio que não daria certo. A garota veio caminhando, ela parecia nervosa assim como ontem a noite.

- Nossa, você existe - digo e ela estranha. - Achei que estivesse sonhando ontem a noite.

- Será que você não tava na fase de sono REM?

- O que? - Pergunto, não fazendo ideia do que ela tinha dito.

- É nessa fase do sono que a maioria dos sonhos acontecem - ela explica nervosa. - Sua atividade cerebral fica super alta e bem ativa, e olhos ficam muito doidos atrás das pálpebras. É bem estranho, parece uma máquina de escrever. Pois é, obrigada por...

- Peraí! - Interrompo enquanto ela tentava pegar o caderno das minhas mãos. - Eu ainda nem sei seu nome.

- É Sofya!

Que nome lindo!

- Sofya! - Sorri. - Eu sou o Noah.

- Nossa, mas que nome esquisito e ainda bem que disse porque eu nunca saberia se você não tivesse dito. - Ri novamente, ela é incrível. - Mas obrigada!

- Não, espera aí! - Chamo enquanto ela já ia embora com o caderno em mãos.

- Você não leu o caderno, não é?

- Só um pouco, eu...

- O que? - Eu sei que foi um erro. - Isso é sério, leu o meu caderno?

- Olha, é que eu...

- Ele poderia ser um diário, ele é tipo um diário!

- Eu sinto muito! - Me desculpo. - Você saiu correndo na noite passada e eu não sabia de quem era, então só passei o olho bem rápido.

Ela segurava o caderno como se segurasse sua vida nas mãos. Sabia que tinha sido um erro ler mas só estava procurando um nome ou algo do tipo agora tentar devolver.

- Mas eu gostei que você escreve a mão, é bem a moda antiga - digo depois de um pequeno silêncio e pela primeira vez vejo Sofya um pouco menos tensa.

Até um sorriso se formou no canto do seu lábio, lindo por sinal.

- Valeu... por achar o caderno.

- Claro! - E ela sai apressada novamente. - Espera aí! Outro gato morreu hoje?

- Eu tenho... eu... tô indo pra casa - ela diz depois de rir do que falei.

- E posso te acompanhar?

- Claro!

Ela responde e um sentimento bom toma conta de mim, ela finalmente baixou a guarda.