CHLOE
Assisto os grandes arranha-céus, lojas e casas luxosas partirem e logo tudo o que vejo são casas pequenas, mato e muitas pessoas. Não questiono mas fico ainda mais receosa e desconfiada. Mas logo tudo se esvai e a incredulidade me bate assim que ele estaciona em frente a um parque todo iluminado e abarrotado de gente.
- Um parque de diversões? Sério? - pergunta assim que desço da moto e retiro o capacete
- Sério, achei que seria divertido.
- Divertido seria ir para Milão. - o encaro - Não isso.
- Ah, deixa de ser mimadinha e vamos nos divertir. - diz e sai andando me deixando para trás
Encaro todas aquelas luzes, pessoas passeando, gritando e com sorrisos largos em suas caras. Os brinquedos funcionando a todo vapor e carrinhos de comida para todos os lados e acabo torcendo o meu nariz de desgosto.
- Definitivamente isso não é para mim. - consto encarando tudo e tenho vontade de chorar
Um homem passa a minha frente com vários balões em mãos e me encara com um sorriso quase que banguela. Temerosa assim que ele começa a se aproximar, eu corro para acompanhar Henrico.
- Ei, me espera. - digo puxando seu braço
- Calma, só estou indo comprar os ingressos. - diz
Acompanho ele até onde os ingressos são comprados e logo ele se vira para mim me entregando um monte de papéis coloridos.
- São muitos, não acha? - questiono
- Só quero ter a chance de poder ir em todos os brinquedos. - diz e dá de ombros
Oh Deus, será uma longa noite.
Passamos por um largo portão e ali eu vejo os brinquedos por inteiro.
- Então, qual primeiro? - questiona atraindo minha atenção
Henrico parece uma criança olhando cada uma das suas opções.
- Não sei. - digo e ele me encara
- Não vem muito a parques? - pergunta
- Na verdade eu acho que nunca vim, pelo menos não me lembro. - respondo com sinceridade e ele me encara por um tempo
- Nossa, agora eu fiquei surpreso. - diz de boca aberta - Vem, vou te mostrar os melhores daqui. - diz de forma gentil e eu acabo rindo.
Ele primeiro me leva a um enorme brinquedo que mais parece um pandeiro. Aquilo, sem sombra de dúvidas não é de Deus. Não há nada com a qual me prenda ali, é eu por eu mesma enquanto ele pula, balança e sacode para todos os lados no ritmo da música. Que tem aqueles mais corajosos que se desafiam a ficar em pé naquilo. Henrico é um, o brinquedo pulando, minhas mãos brancas de tanta força que eu segurava o ferro atrás de mim e quase tive um treco ao ver ele em pé, sem nenhum apoio naquela coisa.
Depois fomos na montanha-russa, barca dançante, ventilador, carrinho de bate-bate... Fomos em tantos brinquedos que eu já estava exausta.
- Estou morta. - digo parada no bancão de uma barraca de tiro ao alvo enquanto assisto ele tentar ganhar um brinde
- Já vamos embora. - diz concentrado em seu alvo
Suspiro e olho ao redor, a maioria dos brinquedos já fomos, pela minha conta só falta a casa assombrada mas esse eu me recuso.
- Ganhei! - Henrico exclama atraindo minha atenção e eu me viro para ele
Henrico está com um lindo sorriso nos lábios enquanto o homem caça o prêmio do mesmo.