Um Novo Começo - Tom Holland x Reader

Primeiro Capítulo

Um Novo Começo - Tom Holland x Reader

Primeiro Capítulo

  Mudar de escola é sempre uma situação desagradável. Você precisa se adaptar ao local, aos novos professores, novos alunos. E esse será meu primeiro e último ano no Colégio de Kingston-upon-Thames. Além de ter de passar por uma adaptação colegial, também terei de me adaptar ao novo país.

  Sou nascida e criada no Brasil. Meus pais são donos de uma empresa de entalados que está fazendo muito sucesso no Brasil e agora na Inglaterra também. E é esse o motivo da minha repentina mudança. Está certo que não foi tão repentina, contando que eles já vem falando dessa possível mudança há 2 anos. Porém, nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer antes de eu ter terminado o ensino médio onde estudo desde que me entendo por gente.

  Não estou reclamando de estar vivendo na Inglaterra. Esse é o sonho de quase todo mundo e eu sou apaixonada pela língua inglesa. Eu fiquei fluente em inglês aos 13 anos estudando em casa sozinha. E mesmo assim, meu inglês é de dá inveja a muitos professores de cursinhos da minha antiga cidade. Meu pai também fala inglês. Para ele foi mais fácil, pois ele é de origem inglesa. Não posso dizer o mesmo da minha mãe, só aprendeu o básico depois de tanta insistência minha. Já ouvi ela dizer umas três vezes que se arrepende de não ter levado o inglês a sério desde que chegamos aqui.

  Eu sou filha única, posso até dizer que sou um pouco mimada, principalmente por meu pai. Ele sempre tenta me agradar de todos os jeitos possíveis, talvez para compensar a ausência dele. Houve uma época em que eu fiquei muito mal criada por conta disso, no fundo eu só queria atenção. Me envergonho disso, mas sabe como são as crianças. Ele é aquele tipo de pessoa viciada em trabalho e eu sentia falta de tê-lo por perto.

  – Eu prometo que estarei mais presente de agora em diante.

  Ele disse enquanto ainda estávamos no avião. Eu acredito nas palavras dele, eu sei que ele fará o possível para tornar isso uma verdade.

  Ainda estou parada em frente àquela construção antiga que chamam de colégio aqui. Não é feio, mas também não é bonito. É só... antigo. Com aquele toque bem inglês de tijolinhos vermelhos e janelas cumpridas. É como uma casa onde crianças e adolescentes estudam.

  Eu recusei a carona que meu pai ofereceu até o colégio e peguei um daqueles ônibus amarelo. Não queria atrasar meu pai nem sofrer bullying por ainda ir acompanhada dos pais no ensino médio. Ainda não sei como são as pessoas aqui.

  – Agora eu gostaria de estar nos Estados Unidos, lá eu já poderia estar dirigindo.

  Falo comigo mesma enquanto caminho em direção ao ponto de ônibus. O local não está muito movimentado, mas de acordo com o app que instalei no celular, é aqui por onde ele passa antes de levar os alunos para o colégio.

  De longe vejo uma coisa amarela se aproximar e parar mesmo sem eu dar sinal. Eu não faço ideia como pegar um desses. Entro e vejo alguns alunos vestindo o mesmo uniforme que eu. Camisa branca, saia xadrez, terno preto e meias brancas. É ruim e me sinto desconfortável indo de saia para o colégio.

  Quando passo para o outro lado, todos prestam atenção em mim, como se eu fosse um alien ou pior que isso. Acho que quando os aliens chegarem na Terra, as pessoas não irão olhar para eles assim. Vou caminhando devagar procurando um lugar para sentar. Todos os da frente estão ocupados, me fazendo passar mais tempo em pé no meio do ônibus com muitos pares de olhos em mim. O penúltimo banco do fundo está vazio os dois lados. Sento no lado da janela e coloco minha mochila do banco ao meu lado para que ninguém sente perto de mim. Sei que é meu primeiro dia de aula e eu deveria fazer amizade, mas não estou afim.