Acerto de Contas

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#Priscilla

      Quando ouvi aquela voz eu tive vontade de gritar de raiva, mas não o fiz por medo de que algo ruim acontecesse com o meu amigo, então apenas tentei disfarçar. 

         -Ao que devo a honra de sua ligação Lucas. -Falei me afastando dos outros com a desculpa que iria ao banheiro. -O que você quer? - Perguntei assim que me afastei o suficiente. 

        -É assim que você trata o seu pai? - Pergunta se fazendo de ofendido. 

          -É assim que eu trato assassinos e mentirosos como o senhor. -Meu sangue fervia de raiva. 

         -Se acalme ok? Eu sei que me odeia agora, mas eu nunca fiz nada de ruim para você. -Ele tentou argumentar, mas eu não estava com paciência para ouvir suas mentiras. 

        -Matar minha mãe e esconder o meu irmão não foi nada? Além de esconder que eu tenho uma irmã, e ainda por cima matar a mãe dela também não é nada para o senhor? -Falei com deboche. 

       -Eu cometi muitos erros, mas eu te amo minha filha. E preciso da sua ajuda. 

          -Por isso sequestrou o meu melhor amigo? 

         -Isso não estava em meus planos, quando encontrei o Rodrigo ele estava com o Lucas e você devia me agradecer por não ter deixado ele fazer mal ao garoto. 

         -Como não imaginei que o Rodrigo estaria envolvido também. É claro que ele estaria junto com o senhor nisso. 

        -Isso não importa agora, eu preciso de dinheiro, muito dinheiro para fugir. A polícia está atrás de mim e tem pessoas muito perigosas querendo a minha cabeça. 

        -Seus amiguinhos bandidos imagino. Eu não vou lhe dar nenhum centavo. 

         -Você não está entendendo. Se eu estou nessa situação de merda foi porque não queria que você se envolvesse no esquema e agora você vai me virar as costas? -Júlio Pigliese estava furioso. 

         -Vai quer que eu te agradeça por ter acabado com a minha vida e mentido a cada segundo para mim? Não, não. Você não vai jogar essa culpa nos meus ombros. O bandido aqui é o senhor. 

          -Não pense em virar as costas para mim Priscilla, ou eu mesmo mato o seu amigo e vou atrás daquela bastarda da Bárbara que se meteu o de não deveria. 

    -Finalmente se monstrando como realmente é. O senhor é um monstro. Eu tenho vergonha de ser sua filha. - Eu tentava controlava as lágrimas que insistinham em escapar e sentia minhas mãos trêmulas 

        -Seu julgamento não vai mudar a minha situação Priscilla, ou você me dá o dinheiro ou se prepara para ter o sangue do Lucas em suas mãos. 

     Eu não teve muita escolha, mesmo  não querendo ajudar o meu pai ou o Rodrigo a fugir, eu não poderia deixar que o Lucas morresse por minha causa. Ele havia me dado 24h para conseguir levantar toda o dinheiro que precisava e me mandou fotos do Lucas amordaçado e amarrado como provas de que ele estava bem. E o lugar do encontro não poderia ser mais irônico. O cemitério que minha mãe estava enterrada. 

          -Cadê vocês? -Falei para mim mesmo nervosa, estava com a meleta com o dinheiro e um carro com o tanque cheio. Já havia se passado mais de meia hora do horário do encontro e nada de nenhum deles aparecer.  - Que irônico isso tudo terminar aqui mãe. - me sentei próximo a lápide da minha mãe e senti vontade de chorar, mas segurei. 

Prazer, Pugliese (Natiese) - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora