— Há uma lenda aqui no Maine. Ela diz que uma vez por ano, em todo Halloween, ao menos duas almas são consumidas pela escuridão e nunca mais são vistas. Essas almas, são ceifadas pelos arautos das trevas. Arautos esses que nunca podem ser parados. Eles podem ser qualquer pessoa, pois são escolhidos exatamente na noite do Halloween. Então tomem cuidado pessoal! No dia trinta e um de outubro, quando a noite se aproximar, não andem sozinhos, pois vocês poderão ser os arautos das trevas escolhidos para ceifar as almas. Ou podem ser as almas ceifadas por eles! – uma risada falsa ecoou no corredor do colégio, deixando os mais medrosos ainda mais arrepiados. No entanto, o clima assustador se fora logo que uma música mais animada começou a tocar – Não esqueçam de garantir seus ingressos para o baile de Halloween, ainda dá tempo! O almoço de hoje é pão de batata e salsichas, tenham uma boa aula.
— Muito bem, garota! – Marinette elogiou Alya, que se desprendia dos equipamentos da rádio da escola.
— Acha que fui assustadora o suficiente enquanto contava a lenda?
— Sim, acho. Tanto é que fiquei arrepiada. – mostrou os pelos do braço eriçados para a melhor amiga, que riu. – Não sei o que seria pior, ceifar almas ou ter a alma ceifada. – sentiu um arrepio percorrer o corpo e balançou as mãos, afastando a sensação ruim que as palavras causavam nela. – Aliás quem foi que inventou essa lenda?
— Talvez não seja uma lenda. – Alya balançou os dedos na direção de Marinette, fazendo uma voz sinistra.
— Prontas para terem a alma consumida? – Nino adentrou o local, causando um susto nas duas amigas – Nossa! Não sabia que eu era tão feio assim! – elas riram. Alya se aproximou do namorado e beijou levemente os seus lábios.
— Pelo visto ouviu a lenda. Se eu fosse você não andaria sozinho hoje à noite.
— Não vou. Vou levar a minha namorada ao baile. – Nino passou o braço pelos ombros de Alya, que sorriu com as palavras. – Precisa de ajuda para desligar os equipamentos?
— Pode ser.
— Eu vou indo pra sala. – Marinette apontou para o corredor e os dois assentiram – A propósito, viram o Adrien por aí?
— Serve o que está bem atrás de você? – a garota virou assustada, dando de cara com o loiro.
— Falando de mim pelas costas? Não é típico do seu comportamento, Marinette. – ela balançou a cabeça em negação, enquanto o Adrien sorria.
— Só queria encontra-lo para saber sobre as fantasias.
— Relaxa, já cuidei de tudo. Vamos indo pra sala?
— Tá bem. – Marinette e Adrien saíram andando lado a lado. Ambos queriam iniciar uma conversa longa e demorada, mas sequer sabiam sobre o que falariam. A relação dos dois era uma completa incógnita até mesmo para eles. No verão passado, os dois ficaram na cidade enquanto Alya e Nino viajaram, então acabaram se aproximando mais. Marinette e Adrien se beijaram algumas vezes, mas não passou de apenas um casinho de verão. Quando o ano começou, parecia que nada tinha acontecido. O problema foi quando começaram a sentir algo a mais um pelo outro, contudo, nenhum teve coragem de falar o que sentia, resultando em uma relação esquisita e enrolada.
— Você por acaso assiste Miraculous? – Adrien decidiu puxar assunto, achando algo menos óbvio do que "o que você acha do clima?" para iniciar uma conversa.
— O quê?
— Aquela série, da qual Alya retirou a ideia das nossas fantasias. – Marinette negou e um sorrisinho brotou nos lábios de Adrien – Então não sabe o que a espera, certo?
— Bem, Alya só me disse que nossas fantasias são baseadas em super-heróis. – deu de ombros, enquanto paravam na frente da sala de aula – Por que, há algum problema? – Adrien a encarou com uma expressão pensativa – O que foi?
— Nada. Só estou imaginando como você vai ficar de collant. – as bochechas de Marinette esquentaram de leve, enquanto o loiro sorria travesso.
— Um collant? Sério mesmo?
— Fica tranquila, não é tão ruim quanto parece. – ele piscou e adentrou a sala, deixando Marinette parada na porta.
— Como um collant não seria ruim? – a garota murmurou, mas sabia que Adrien já não estava mais a escutando. Uma brisa fria invadiu o corredor, fazendo Marinette abraçar o próprio corpo. Bem ao seu lado, a vista da janela dava para a rua, embora fosse difícil enxergar qualquer coisa por conta do tempo chuvoso. Todavia, o olhar de Marinette prendeu-se em uma sombra, parada do outro lado da rua, a encarando e segurando um guarda-chuva. Parecia ser um homem, não tinha tanta certeza. No entanto, não sabia como, tinha certeza que olhava para ela. Um arrepio percorreu o corpo da garota, a fazendo engolir em seco. Quem era aquela sombra? Marinette apertou os olhos, tentando enxergar.
— Marinette? – a garota deu um pulo, se virando na direção que tinham chamado o seu nome – Vai ficar aí olhando pra janela, ou vai entrar? – Chloé cruzou os braços a fitando. Marinette estava parada na frente da porta da sala de aula, trancando a passagem.
— É que eu achei ter visto... – olhou novamente para a janela, mas não tinha mais ninguém na rua.
— O que você viu? – a loira passou pela amiga e olhou pela janela – Não dá pra ver nada. Credo, o tempo tá horrível! A umidade é péssima pro meu cabelo!
— Não vi nada. – Marinette se apressou a negar – Vamos entrar. Sabe, antes que a professora chegue. – pegou Chloé pelo braço e a conduziu em meio a reclamações sobre o clima para dentro da sala. Marinette podia dizer que a atitude apressada era por sua vontade de manter-se fora de apuros, mas sabia que na verdade era porque a sombra bizarra daquele homem tinha a assustado mais do que deveria.
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OLÁ LEITORES!!!!!
Quem viu o meu Twitter ou Instagram sabe que eu postei que ao longo do mês de outubro sairá uma shortfic especial meu aniversário + halloween. O primeiro capítulo saiu hoje e o último sairá dia 31/10.
Muito obrigada pelas mensagens de parabéns e espero que tenham gostado <3
OBS: A fanfic é de Miraculous mas a história se passa no Maine, EUA.
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Scream It Out
FanfictionMarinette e Adrien são dois adolescentes como quaisquer outros. Porém, na noite fria e chuvosa da festa de Halloween os dois acabam se deparando com uma lenda antiga. Uma lenda assustadora, que os perseguirá até que eles acabem com ela. Mas só há um...