A Escuridão

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Marinette e Adrien conversavam sobre assuntos aleatórios enquanto iam até a casa de Alya. Tudo estava correndo perfeitamente bem, até que Adrien dobra rua a qual o carro de Marinette tinha desligado horas antes e ela tinha visto o... Bem, talvez não tivesse visto nada, não é?

Um leve arrepio percorreu o corpo de Marinette, que fechou as mãos em punhos e sentiu seu corpo ficar tenso. Adrien a encarou e notou o estado em que ela se encontrava.

— O que houve? – indagou curioso, alternando o olhar entre a estrada e Marinette. A garota o fitou.

— Nada. – se apressou em responder – Quer dizer... – olhou em volta, estavam se aproximando do sinal. – Eu... – Marinette prendeu a respiração quando avançaram o sinal verde e soltou o ar quando o carro atravessou a rua. – Está tudo bem. – seu alívio passou logo depois, pois o carro de Adrien morreu assim que alcançaram o outro lado.

— Ué, o que será que houve? – o loiro tentou ligar cerca de três vezes, porém nada aconteceu. – Vou ver o que pode ter sido. – Adrien fez menção de sair, porém Marinette segurou o seu braço.

— Não! – ele a encarou sem entender.

— Você está bem? – a garota parecia pálida. – Marinette, o que está acontecendo?

— Eu... – um trovão ribombou no céu, fazendo eles se assustarem. Marinette apertou mais forte o braço de Adrien e se aproximou. A chuva aumentou seu ritmo, deixando a garota ainda mais apavorada. – Ele está lá fora?

— "Ele" quem? – Adrien olhou para todos os lados – Não tem ninguém aqui. – assim que as palavras saíram de sua boca, seus olhos pousaram no homem misterioso segurando um guarda-chuva do outro lado da rua. O loiro sentiu sua garganta ficar seca e tratou de tentar agir normalmente, pois Marinette não podia saber que ele era um louco que via coisas. Porém ao encará-la, se perguntou se ela não tinha visto o homem também e era dele que falava.

— Tem certeza? – Marinette não ousava olhar para fora, seus olhos estavam focados no garoto à sua frente, enquanto segurava o braço dele. Adrien não sabia se deveria dizer que o homem estava ali, ou se era coisa de sua cabeça. Se Marinette também o via, era um problema pois ele existia de fato. Porém se apenas ele estivesse o enxergando a sombra, seria outro tipo de problema. Não queria admitir o que sempre sobre, que era um lunático.

— Não tem ninguém aqui. – reforçou a fala de um jeito mais sério, olhando nos olhos da garota. Disse mais para si mesmo do que para ela. Quando voltou seu olhar para a rua, o homem não estava mais lá. Adrien suspirou aliviado.

— Desculpa, eu... Acho que estou ficando louca. – colocou a mão sobre a cabeça e riu sem graça. Adrien permanecia a encarando. – O que foi?

— Hã... Eu preciso ir lá fora. Ver o que aconteceu com o motor. Você vai ficar bem? – ela assentiu, após respirar fundo. – Eu volto logo. – Adrien também respirou fundo e saiu do carro. Abriu o capô e tudo parecia em ordem. Deu mais uma olhada para se certificar que não tinha deixado nada passar, mesmo que não entendesse muito sobre carros.

Marinette encarava seus pés, sem coragem de olhar em volta. Tudo o que ela queria era que Adrien voltasse para dentro do carro – ou melhor, que nem tivesse saído dele –, mas não queria parecer uma covarde. E tem mais, se tivesse dado algum problema com o motor, eles não sairiam dali até que ele fosse resolvido. Se ela ficasse agarrada ao braço do loiro, não teriam muito progresso. E se tinha algo que Marinette queria mais do que Adrien ao seu lado dentro do carro, era sair dali o mais rápido possível.

— Tudo certo. Eu acho. – um alívio tomou conta do seu corpo assim que o loiro adentrou o veículo. Adrien deu a partida e o carro voltou a funcionar.

Os dois seguiram em silêncio depois do ocorrido e o único som a ser ouvido, era o barulho da chuva constante e dos trovões ao longe. Seria reconfortante para ambos estar na presença um do outro, com um clima chuvoso e acolhedor. No entanto, após o carro falhar e a misteriosa sombra aparecer novamente, o clima era tudo, menos acolhedor. Sem contar que era noite de Halloween e boatos diziam que o Maine sempre ficava estranho nessa época. Marinette e Adrien nunca tinham notado isso de fato, só que agora, sentiam algo estranho no ar, algo... Sombrio.

Poderia ser apenas uma loucura de suas cabeças – Adrien achava que era e Marinette gostaria que fosse –, mas algo parecia errado.

Marinette contava os minutos para chegarem à casa de Alya. Não sabia se com a melhor amiga e Nino dentro carro as coisas ficariam menos esquisitas, mas esperava que sim. Todavia, para a tristeza de Marinette, algo inesperado interrompeu o trajeto deles novamente.

Uma sombra apareceu tão rapidamente no meio da rua – deserta, exceto pelo carro de Adrien –, que Adrien quase acertou o que quer que fosse. O garoto virou a direção com pressa e o carro deslizou sobre o asfalto molhado, girando e batendo a traseira no poste da rua. O airbag acionou, amortecendo a batida dos dois. Marinette gritou, enquanto o poste soltava faíscas e por fim apagou, logo, a rua inteira estava imersa na escuridão. A mão da garota tateou o banco até encontrar a de Adrien e a apertar bem forte.

— O que foi isso? Você está bem? Se machucou? – indagou rapidamente.

— Não sei, não sei. – Marinette se aproximou de Adrien – Eu estou bem, mas estou com medo. Muito medo! – enquanto o coração de Adrien batia rápido e adrenalina tomava conta de si, ele sentia a garota ao seu lado tremer e se encolher. O loiro levou a mão até o rosto dela, fazendo com que ela o encarasse. – Eu estou bem. Não estou ferida. – garantiu, notando a preocupação nos olhos dele. – E você? Você está bem?

— Sim, eu estou. – enquanto seus olhos focavam em Marinette, seus ouvidos tentavam captar qualquer som que visse da rua. Adrien estava atônito, não sabia se abraçava Marinette, ou se saía do carro. Queria ver o que era aquela sombra. Não podia ser um animal, não dentro da cidade. Porém Marinette não parava de tremer e achava que se fizesse menção de sair, ela certamente teria um surto. Precisava ir com calma. – Olha só, nós precisamos sair. – disse com a voz suave.

— Não! Não, eu...

— Shh! Calma. – acariciou o rosto dela, que estava coberto de lágrimas a essa altura – Precisamos sair do carro, por questão de segurança. Por sorte o poste ainda está no lugar, mas se ele cair em cima da gente...

— Eu entendi. Mas estou com medo.

— Eu carrego você. – ela hesitou, porém viu que não tinha opção melhor. Não soltaria Adrien em hipótese alguma. O loiro abriu o braço livre e Marinette passou do banco do caroneiro para o colo de Adrien no banco do motorista. – Não se preocupe, estou segurando você. Só preciso que solte a minha mão. – ela largou a mão dele lentamente, enquanto passava a segurar firmemente nos seus ombros.

Adrien colocou uma das mãos na cintura e a outra nas costas da garota, e saiu do carro a puxando. Assim que saíram do veículo e colocaram os pés no asfalto, um trovão fez com que eles se assustassem.

— Calma, foi só um trovão. – Adrien assegurou.

A chuva caía constantemente sobre eles, a rua estava completamente silenciosa e escura. Adrien tateou o bolso da fantasia para pegar seu celular, no entanto sentiu algo gelado sobre a sua nuca.

— Adrien? O que voc... – Marinette foi arrancada violentamente de seus braços, enquanto tentáculos gelados tomavam conta dos corpos dos dois. Parecia que o asfalto tinha tomado vida própria e estava os engolindo. Ambos gritavam mas a voz ficava presa em suas gargantas, gritos abafados pela tempestade que se intensificava. Quanto mais lutavam, mais se afundavam. E por fim, tudo o que sentiam dentro de si era escuridão.


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BOA NOITE FAMÍLIAAAAAAAAA!!!!

O capítulo era pra ter saído na terça-feira, mas a semana foi corrida e a autora de vocês estava bem plena jurando que já tinha postado. Agora eu vi que esqueci e vim correndo postar. Não se preocupem, ainda dia 31/10/2020 saí o último.

Espero que estejam gostando do especial :)

Muito obrigada por terem lido, nos vemos no próximo capítulo <3 xoxo

Scream It OutOnde histórias criam vida. Descubra agora