Canto esta melodia
que ecoa com maestria
por corredores sanguíneos.É muda, é cinza;
é vazia, é oca.
As notas Sol ficam ranzinzas
com a sonoridade louca.Que som tenho eu?
O som que queres ouvir ou o som da minha essência?
Sinto que não me pertenço,
sem lealdade a mim mesma.Que som tenho eu?
Soar avulso, vermelha tercina,
púrpuro Si, acorde que ilumina?
Sinto-me mas não me reconheço.
Sem dignidade, saio ilesa.Carrego o fardo de uma vida
que não é minha,
o fardo da falsa personalidade.Carrego prédios com corredores fora de linha,
prédios dum eu sem legitimidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Almardente
Poetry"Porque tudo é oriundo de sentimento, arte é tudo". Coletânea de poemas.