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Vou virar lenda, então de uma olhada
Deixo eles cegos com a vibração que me ilumina
Invejosos pra tumba, nós vamos para a rumba.
The Black Eyed Peas, J Balvin - RITMO

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Já estávamos andando a horas dentro da floresta, não era mais o perímetro do acampamento, e é assustador pensar que não estou mais dentro das fronteiras.

Quando me imaginava saindo pra ver o mundo, não era bem assim, realizando uma missão, com um Jake que se eu respiro alto demais acha ruim, e a beira de uma guerra.

Já era noite de novo, mas não consigo ver o céu, as arvores enormes cobrem tudo, meu relógio mental diz que deve ser por volta das nove da noite.

Jake tira a lança que estava amarrada nas costas, e a segura olhando pra todos os lados.

- Vamos fazer uma pausa - ele diz jogando a mochila no chão - tem alguma coisa errada por aqui, preciso pensar.

Eu estava cansada demais pra retrucar sobre os pensamentos dele, me sento no chão e bocejo.

Minha barriga estava vazia, e minhas pernas pareciam chumbo, meus olhos queriam se fechar, mas eu lutava contra eles.

Jake por outro lado se sentou no chão sem emitir cansaço, ainda estava frio, mas sua jaqueta estava amarrada na cintura, seu cabelo preto estava arrepiado pelo vento, e ele murmurava baixinho.

E até estranho ver ele assim, juntando gravetos pra fazer uma fogueira, isso deixa ele mais humano, e não só um idiota que é mal humorado.

- Estamos andando a mais de doze horas - digo - e ainda não saímos da floresta.

- Eu já percebi que ainda estamos na floresta - Jake retrucou ainda mexendo nos gravetos - mais uns metros e vamos chegar em uma cidade.

Ele tira uma frigideira de dentro da mochila e alguns legumes, junto com um pedaço de carne embrulhado em papel plástico.

- Vou fazer o jantar - ele diz.

- Tudo bem, mas eu não como carne.

Ele me olha confuso, mas parece entender e assente.

Sou vegetariana desde meus nove anos, depois que meu pai levou eu e Jonas para uma viagem no interior, nós passamos por um matadouro, eu ainda consigo ver com clareza aqueles homens matando a vaca.

Não consigo mais, o cheiro daquele lugar, os lamentos dos animais, tudo foi horrível demais.

Jake acendeu uma fogueira com as mãos, e mexia nas brasas.

- Posso fazer uma pergunta? - digo.

- Já está fazendo uma - ele responde sem animação enquanto coloca a frigideira em cima do fogo.

- Aquela garota, Sadie, ela pareceu meio receosa comigo depois que soube quem eu era - Jake suspira e balança a cabeça de leve - e a maneira como ela disse o nome do meu irmão, você sabe qual o problema?

Ele abre um saco e joga vários pedaços de pimentão dentro da frigideira.

- Ela gostava dele - ele diz balançando a frigideira - e ficou bem chateada quando ele deu um fora nela.

- Mas o Jonas é gay.

- É, mas ele não disse isso pra ela - Jake da de ombros - ele me disse que surtou e disse a primeira coisa que passou pela cabeça dele, que ela não era o que ele queria.

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