1 Ano e 9 meses depois

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E lá estava eu.
Nas Pedras Negras do Pungo Andongo, devolvendo as rochas que ela havia roubado.

Ela tinha razão, foi uma aventura e tanta, mas acima de tudo, agora me sinto novamente vivo e mais feliz. Agora percebo, que embora já fossemos adultos, ainda precisávamos crescer e nos encontrar, e encontrar um lugar que chamassemos de casa, um bom lugar para nós.

Aquela era a minha última paragem, passei pelas 18 províncias e devolve tudo que ela tirou de cada lugar. Em cada devolução, uma parte de mim ficava, e uma nova ia comigo, e sem perceber, acabei me desmontando e me construído novamente.

Me sentei para apreciar a paisagem. Respirei fundo e fechei os olhos, senti o vento nos dedos e no corpo, os sons, tudo a minha volta, e depois de terminar tudo, voltei para Luanda.

Quando lá cheguei fui até a ilha e me sentei na areia. Fiquei por lá até o anoitecer. Quando me preparava para ir embora, ouvi uma voz ecoar atrás de mim:

— Você encontrou? — Perguntou a voz.

— Depende do que estive a procura — respondi me virando.

— Você encontrou um bom lugar? — voltou a perguntar a figura que se aproximava de mim saindo do escuro — Léo, você encontrou o seu bom lugar?

Era Nika.
Estava mais bonita do que antes. Ela se aproximou de mim e me beijou, tão suavemente. Foi especial.

— Agora eu encontrei – respondi.

UM BOM LUGAR COMO ESSEOnde histórias criam vida. Descubra agora