ÚLTIMO CAPÍTULO ✝

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Com um quase salto meu corpo se levanta de uma só vez. Meus olhos estavam bem abertos e meu peito subia e descia com rapidez. O suor frio molhava minha testa e costas, enquanto escuto um apitar constante e alto.

— Cherry! Cherry! Calma! Você está bem?! — Marrie surge na minha frente, me encarando com olhos preocupados.

Assustada e confusa, olho ao redor, percebendo que estava em um quarto de hospital.

— Por que estou aqui? O que aconteceu? — Pisco os olhos várias vezes, enquanto olho para Marrie.

Ela se senta na pequena cama dura que eu estava.

— Ontem sai para trabalhar e quando voltei te encontrei caída perto da porta de entrada. Você não acordava, então pedi ajuda para o senhor Miguel. Ele chamou o filho e te trouxemos no carro dele. — Ela explica.

— Ontem? Você quer dizer que tudo foi um sonho? — Minha mente estava prestes a dar um nó.

Marrie enruga as sobrancelhas e me olha sem entender.

— Não sei sobre o que você está falando, mas deve ter sido um sonho. — Ela suspira antes de se levantar. — Preciso avisar os médicos que você acordou. Pode ficar sozinha por alguns minutos? — Sua voz e olhar ainda eram preocupados.

Assinto.

— Não vou demorar. — Marri avisa, tira seu casaco preto e o jogo na cadeira ao lado da cama.

Empurro meu corpo para trás e deito novamente. Fecho os olhos e respiro fundo.

— Isso foi assustador. — Sussurro para mim mesma e encaro o teto.

***

Já estava de noite, Marrie dormia na pequena cadeira do lado da cama, assim, como, Alice Jones, a minha companheira de quarto que ficava do outro lado da cortina azul-claro. Me lembro perfeitamente de ler uma manchete no jornal, onde, essa garota estava sendo incriminada pela morte dos pais. Além de ter passado por um colapso nervoso seguido de um sonho perturbador em um circo, ainda preciso dividir o quarto com uma criminosa-louca.

Após a vinda dos médicos, eles conversaram um pouco comigo e chegaram à conclusão de que colapsei por conta de todo o estresse que tenho acumulado. E que o meu sonho estranho pode ter sido uma consequência disso.

Definitivamente, a minha vida não está sendo a melhor nos últimos meses, mas estou aliviada por Marrie estar viva e tudo aquilo ter sido apenas um sonho.

Com o barulho da chuva dorte de fundo, respiro fundo e percebo que não conseguiria dormir, portanto, em silêncio saio da cama e descalça caminho para fora do quarto, já sabendo que havia um banheiro no corredor.

{Ela olha para o lado esquerdo, em direção a recepção iluminada por apenas uma luz que zumbia, mas não vê nada. Todos estavam dormindo e os funcionários noturnos estavam na cantina em horário de café.}

{Ela se vira para o lado direito e caminha em direção à segunda porta depois da de seu quarto. Sua cabeça estava tão pesada e cheia que nem percebeu não ser a única quando entrou no banheiro.}

{Seus cabelos vermelhos-cereja balançaram quando ela caminhou até à pia, se curvou, abriu a torneira e molhou o rosto. Suas mãos se apoiaram na pia e ela ficou encarando o ralo, enquanto a água pintava do rosto para a pia.}

{O ar se tornou mais frio e um arrepio acertou suas costas. Ela endireitou o corpo e encarou o espelho, vendo uma grande surpresa através do vidro: o rosto era branco, a ponta do nariz vermelha, da mesma forma que a boca e o contorno dos olhos... e os cabelos de algodão-doce.}

{Ele sorriu e os olhos dela se arregalaram, ao mesmo tempo, que o pavor atingia seu corpo em cheio.}

{Ela saiu correndo do banheiro, gritando pelo corredor e ninguém escutou. Ela voltou para o seu quarto, desesperada para avisar Marrie, porém, não a encontrou, apenas o seu casaco estava sobre a cadeira, pingando sangue de um dos bolsos.}

{Seu coração disparou e com as pernas trêmulas ela se aproximou. Seus olhos já marejavam e o medo era sua companheira forte. Ela caiu de joelhos e encarou o bolso pintado de vermelho. E mesmo sem coragem, enfiou sua mão ali, sentindo um papel molhado. Ela o puxou para fora e apesar de estar manchado pelo sangue, reconheceu os desenhos coloridos.}

 {Talvez ela já havia se entregado para o inevitável, ou apenas havia tido mais um colapso de medo

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{Talvez ela já havia se entregado para o inevitável, ou apenas havia tido mais um colapso de medo. O que importa, é que Cherry ficou ajoelhada encarando aquela carta, enquanto escutava uma música baixa - do lado de fora do quarto.}

{Escondido debaixo da sua cama, parado atrás da porta, encolhido dentro do guarda-roupas, sentado do seu lado. Hoje, amanhã ou depois. Em algum momento, você será visitado e não poderá fugir de nós.}

{Sejam bem-vindos ao Hellish Circus! Um lugar com muita magia e nenhuma alegria!}

{Sejam bem-vindos ao Hellish Circus! Um lugar com muita magia e nenhuma alegria!}

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