Capítulo 10 Cecília

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NÃO REVISADO


Cecília


Acordo sentindo um peso sobre o ombro e ao me virar percebo que Gabriel ainda dorme agarrado em mim e então a noite anterior me atinge com força,mas digo a mim mesma que não devo me abalar com isso,com muito cuidado tiro o braço de Gabriel que me segura e levanto devagar para ir ao banheiro,faço minhas higiênes,junto o meu cabelo no alto da cabeça e faço um coque frouxo e saio me deparando com Gabriel sentado na beirada da cama com os olhos cravados na porta do banheiro.
- Bom dia,não queria te acordar! Digo sem jeito.
- Bom dia pequena,impossível não acordar com o sol batendo no rosto,rsrs. Ele diz e aponta para a janela que possivelmente todos esqueceram de fechar na noite anterior. - Como você está?
- Parecendo que passou um caminhão em cima de mim,mas bem e aliviada de ter todos vocês ao meu lado.
- Que bom,posso? Ele diz apontando para o banheiro.
- Pode,se quiser na última gaveta tem escovas e tudo mais!
Gabriel apenas concorda,me dá um beijo na testa e entra no banheiro e eu fico no mesmo lugar, em um briga interna comigo mesma, se falo com ele sobre o que aconteceu ou deixo de lado,mas no final por mais que isso vá me levar em um buraco negro,eu decido contar,então como se ouvisse meus pensamentos Gabriel sai do banheiro e me encara.
- Vamos tomar café? Ele pergunta assim que se aproxima de mim.
- Se você não se importar, quero conversar com você primeiro,te explicar o porque de todo o meu pânico e reação de ontem.
- Cecília,mesmo não sabendo o que aconteceu,eu vejo como é algo que te machuca,então se for te machucar ainda mais,não precisa me contar.
- Você tem razão,me machuco muito,mas acho que vai ser bom colocar para fora e também acho, que já que somos namorados,não podemos ter segredos.
- Sem segredos então !
- Bom,aquele homem que esbarrou em nós ontem,ele já foi funcionário dos meus tios quando eu tinha quatorze anos,como de praxe, meu tio fez todas as averiguações e ele não tinha nada que o desabonasse como empregado,mas eu nunca fui com a cara dele,bem,eu e a Ana também,mas o cara trabalhava certo,não era de conversa e não dava problemas,não tinha o porque mandar embora por que a sobrinha mimada não foi com a cara dele,até que certo feriado eu vim com tia Meg e enquanto ela foi na cidade,eu fui ler debaixo daquela árvore grande próximo a entrada.
- Mais ou menos uma hora depois que eu estava ali imersa nos livros,senti alguém se aproximar e um medo fora do normal tomar conta de mim,então olhei para ver quem era e era justamente aquele cara,fiquei um pouco aliviada,afinal era alguém conhecido,mas a sensação de medo e desproteção ainda estava em mim,ele se sentou do meu lado e perguntou o que eu estava lendo e para não ser mau educada respondi,mas ele ia chegando cada vez mais perto de mim e... Começo a chorar compulsivamente e Gabriel me abraça.
- Ele estrupou você Cecília? Gabriel me pergunta horrorizado e eu respiro fundo para conseguir terminar com a história.
- Não o estrupo em si de introduzir o órgão dele em mim,mas ele me segurou e rasgou minha roupa e com muita violência ele introduziu um dos dedos na minha vagina,eu tentava gritar,eu juro que tentava,mas ele apertava forte minha boca com a mão e a dor que senti tanto fisica, quanto emocional pareciam me jogar dentro de um buraco tão fundo, que seria impossível alguém me salvar,mas eu juro com tudo que há em mim,eu tentava sair dali,tentava me desvencilhar dele,acredita em mim por favor Gabriel. Peço chorando e suplicando ao Gabriel.
- Ei,eu acredito,fica calma!
- Quando eu achei que não ia ter como sair daquela situação,vi o homem ser arremessado para longe e Rodrigo gritava para que um outro funcionário fosse chamar Ana e tirava a blusa dele e me entregava para que eu pudesse esconder meu corpo e em questão de segundos vi o Rodrigo partir para cima do homem e dar tanto soco quanto pode e eu não conseguia fazer nada,fiquei imóvel,estática no mesmo lugar,apenas me encolhi agarrando minhas pernas e chorando sem parar,até que chegaram Ana,Zé e mais alguns homens da fazenda,Ana veio me socorrer logo e os homens foram tirar Rodrigo de cima do verme,mas a partir daí só me lembro de acordar no hospital e depois de conversar com o delegado,mas eu penso se eu tivesse ficado lendo em casa,isso não teria acontecido.
- Pequena,olha pra mim... Com muita vergonha encaro Gabriel que tem lágrimas nos olhos. - Você não tem culpa,você era uma criança e estava apenas desfrutando do patrimônio da sua família,ele é o monstro,agora me promete que não vai mais se sentir culpada ou responsável por isso!
- Não sei se consigo,eu vivia bem com isso,tinha colocado essa parte da minha vida no lugar mais obscuro do meu coração e mente,mas ontem ela pareceu ir para a parte mais iluminada.
- Eu imagino como deve ser difícil para você conviver com isso,mas quero que você apenas tente e a hora que precisar eu vou estar aqui para dizer que você é a pessoa mais linda e forte que conheci e não tem culpa de nada.
- Prometo tentar!
- Òtimo,agora repete comigo,eu não sou culpada e nem responsável pelos atos dos outros!
Ele termina de dizer e arqueia as sobrancelhas esperando que eu repita o que ele disse,então sorrio balançando a cabeça e digo o mesmo que ele e isso parece me tirar parte do peso que carrego comigo.
- Obrigada!
- Não foi nada,agora me dá um abraço de bom dia meu amor!
- Diz de novo? Peço sorrindo largo,talvez o maior das últimas vinte e quatro horas.
- Um abraço de bom dia?
- Não,o final da sua frase.
- Meu,só meu amor!
Abraço forte Gabriel e ele retribui da mesma forma e depois me dá um selinho,mas eu o puxo e o beijo de verdade,agora tendo certeza dos meus sentimentos por Gabriel,mas antes que eu ou ele diga qualquer coisa,somos interrompidos pelo toque na porta e a entrada de Antonela,Ana e Lia.
- Bom dia meus meninos! Ana diz assim que se aproxima da cama.
- Ah,agora até o Gabriel virou seu menino também? Antonela perguntou enciumada.
- Sem drama Antonela,meu coração cabe todos vocês,trouxe café da manhã para os dois e tratem de comer tudo,está tudo bem minha menina?
- Está sim bá,obrigada por ontem!
- Que bom,depois que você comer,precisamos conversar!
- Pode falar,eu contei tudo ao Gabriel.
- Mas eu saio se acharem melhor! Gabriel diz sem jeito.
- Não precisa,se ela já te contou e fico feliz em saber que ela falou sobre isso com alguém,nem com os psicólogos ela falou.
- Foi bom falar!
- Isso é muito bom,nos dá uma esperança de você não agir como da outra vez,mas preciso dizer que você vai precisar conversar com o delegado,afinal a medida protetiva foi violada.
- Eu vou,Enrico já sabe disso?
- Sabe,Jorge e Meg acharam melhor contar,mas falamos que você estava bem e que foi só o susto,mas querem que vocês voltem para a cidade amanhã mesmo.
- Está bem,é melhor do que me colocarem no primeiro vôo de volta para Itália,rsrs.
- Isso mesmo senhorita,agora trate de comer tudo isso! Lia diz mandona e se senta ao nosso lado na cama.
Sorrio sabendo que todos eles não vão me deixar em paz enquanto eu não comer,então me ajeito na cama e começo a comer e Ana faz Gabriel me acompanhar,segundo ela nós jovens temos a péssima mania de deixar o café de lado e que esse é a refeição mais importante,é o que nos dá ânimo para enfrentar o dia e suas turbulências.
Depois de muito comer e conversar,Ana disse que iria fazer almoço,Lia e Antonela iam buscar frutas para o suco do almoço,Gabriel e eu nos arrumamos e viemos para falar com o tal delegado,que por sinal é o mesmo da época que tudo aconteceu,respondo todas as perguntas sob o olhar atento de Gabriel,que fez questão de pedir ao delegado que tratasse tudo de agora em diante com o advogado do meu tio ou até mesmo com o advogado da mãe dele,assim que saímos da delegacia,fomos em uma sorveteria que tinha perto e tomamos um sunday e por incrível que pareça eu estava bem,me sentia bem e sem culpa de nada,culpa essa que carreguei por anos.
Depois de muito andar e eu conseguir comprar um presente para Ana,voltamos para a fazenda já no final da tarde,onde encontramos Ana já indo para casa,esperei que ela nos desse uma bronca,mas isso não aconteceu,ela simplesmente disse que tinha pão fresco e bolo na mesa e que Lia havia ido para uma trilha com Antonela e que iriam voltar por volta das oito,então antes que ela se despedisse para ir descansar entreguei o presente dizendo que era um agrado meu e de Gabriel,ainda ouvimos todo o discurso sobre não ter necessidade gastar dinheiro com ela,mas no final ela agradeceu e foi embora.
Gabriel e eu entramos em casa e fomos direto para a cozinha fazer o lanche,assim que terminamos cada um foi para o seu quarto tomar banho e apesar de ter muitos receios ao que diz respeito ao sexo,entro no meu quarto,pego meu pijama e lingerie e saio pelo corredor,receiosa por dois motivos,alguém me ver ou o medo tomar conta de mim assim que eu entrar no quarto de Gabriel.
Paro em frente a porta,respiro fundo,conto até dez e entro,me deparando com um quarto extremamente organizado,até a carteira,chave do carro e celular de Gabriel estão perfeitamente alinhados em cima do criado mudo,a roupa que ele vestia,já está dobrada e dentro de uma sacola plática transparente,deixo de observar o quarto e caminho para o closet ficando de frente a porta do banheiro,onde eu já ouvia o chuveiro aberto,coloquei minhas coisas em uma parte do armário que não há portas,tirei toda a roupa,ficando apenas de calcinha e sutiã e entrei no box.
Assim que abri a porta do box e Gabriel teve ciência de que não estava sozinho,se virou e cravou seus olhos primeiro no meu rosto provavelmente vermelho de vergonha por estar vendo ele totalmente nu e depois seus olhos passearam por todo o meu corpo semi nu e nesse momento engoli seco,mas já era tarde para ter medos,receios ou desistir.
- Posso tomar banho com você? Pergunto em um tom tão baixo que duvidei se havia mesmo dito em voz alta ou se só havia pensado.
- Isso pode não ser uma boa idéia pequena! Gabriel responde no mesmo tom e eu o ignoro e caminho para mais perto dele.
- Eu acho que é uma ótima idéia! Digo e seguro em seus braços.
- Cecília,eu sou homem,você uma mulher linda por fora e principalmente por dentro e ficar perto de você nua e ainda eu estando nu,me faz querer coisas que talvez você não esteja preparada para fazer!
- É só você me fazer ficar preparada,eu só não quero viver a sombra de um passado infeliz.
Gabriel me puxa para junto de si e me abraça forte,me fazendo assim sentir sua ereção na minha barriga e mais uma vez preciso engolir seco o nó que se forma em minha garganta,mas antes que eu tenha tempo de ter qualquer pensamento, Gabriel toma meus lábios nos seus e me beija,um beijo profundo, cheio de desejos e sentimentos, que não somos capazes de expressar com palavras.
- Ninguém toma banho de lingerie né? Posso te ajudar a tirar? Ele pergunta sorrindo travesso e indicando o conjunto de calcinha e sutiã que ainda uso e está completamente encharcado,sorrio timida para ele e balanço minha cabeça concordando que ele tire,no momento em que suas mãos tocam minha pele para tirar o sutiã todo o meu corpo treme e meu estomâgo parece ter virado um viveiro de borboletas e essas sensações só fazem aumentar quando ele toca em meu quadril. - Apesar de ser uma tentação seu corpo nu e ainda molhado,só vou te ajudar a tomar banho.
- Gabriel...
- Shii,quero que sua primeira vez seja no conforto de uma cama e não de qualquer jeito dentro do banheiro.
E assim ele fez,ensaboou todo o meu corpo,lavou meus cabelos e depois me enrolou em uma toalha fazendo o mesmo consigo e então saimos do banheiro indo direto para o quarto.
- Você tem certeza disso pequena?
- Como nunca tive na vida,me faz sua!
- Você já é minha desde sempre! Gabriel me pega no colo e me coloca cuidadosamente na cama,anda até a porta e a tranca,logo depois fecha as cortinas das janelas,caminha até onde estou e me toma com beijos e carícias que fazem minha vagina pulsar e então sinto a ereção de Gabriel bem próxima da minha entrada,me fazendo dele segundos depois.


Mais um para compensar o tamanho do outro,não esqueçam dos votinhos hein!


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