Capítulo 40 Gabriel

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NÃO REVISADO!!

Gabriel


Eu sabia que tudo que fizemos para distrair Cecília, iria se dissipar no exato momento em que ela visse Ana no caixão,sabia que toda aquela força que estava aparentando ter minutos atrás, não passava de uma máscara que ela criara para fugir da realidade e não nos preocupar,quando Cecília decidiu entrar,eu a segui de perto,eu sabia que ela iria reagir como mais cedo ou até pior,tive medo dela perder os sentidos,mas nem de longe imaginei a sua reação de se agarrar em mim e apenas chorar,o que me fez ceder as barreiras e chorar junto,por Ana,por Cecília e por todo tempo que fiquei longe, tentando convencer a mim mesmo que não a amava mais,que poderia seguir meu caminho.

Aos poucos caminhei com ela ainda agarrada em mim até a lateral do caixão,onde Lavínia e Geovane já estavam,segundos depois todos os Castros e Campanaros presentes estavam do nosso lado,os ombros de Cecília subia e descia por causa do choro,suas lágrimas já haviam ultrapassado o tecido da minha camisa e molhava o meu toráx,mas nada disso importava,eu só queria descobrir uma forma de acalentar Cecília,uma forma de tirar todo seu sofrimento.


- Você quer voltar lá para fora ou ir para o hotel? Consegui perguntar com a voz fraca.

- Não...eu...eu prometi...

- Cecília,eu sei o quanto está sendo difícil para você,mas nesse momento você precisa tentar manter a calma,você pode passar mal! Paula disse acariciando os cabelos da filha.

- Verdade bonequinha,vai para hotel e descansa,de manhã o Gabriel te traz novamente! Meg diz e sinto Cecília respirar fundo ainda agarrada em mim.

- Eu vou ficar aqui...ela disse que eu sou forte... Cecília diz parecendo perdida em suas próprias lembranças.

- E você é meu amor,talvez a mais forte que conheci na vida... Meg diz para a sobrinha.

- Não sou...não consigo aceitar que ela se foi...

- Isso não te faz fraca! Paula diz e Cecília vira o rosto para ver a mãe que tem um sorriso fraco, porém acolhedor nos lábios.

- Vai comigo até o caixão? Cecília pergunta insegura.

- Claro que sim minha menininha! Paula responde e estende a mão para a filha que hesita,porém segura na mão oferecida e solta meu corpo.

As duas se viram e com dois passos apenas, estão do lado do caixão,todos os olhos estão sobre Cecília que chora,mas ainda assim leva sua mão até o rosto de Ana lhe fazendo carinho.

- Você não podia ter nos deixado agora,mas eu sei que se eu pudesse te ouvir...estaria ouvindo você dizer que não podemos questionar a vontade de Deus...na verdade...eu ouço você me dizendo isso agora,mas sei que isso é proveniente de nossas muitas conversas e eu não estou questionando,mas dói tanto saber que aquela fazenda nunca mais vai ser a mesma,que dentro daquela casa, não vamos mais sentir o cheiro da sua comida, enquanto ouvimos você cantando com sua voz suave...mas eu sei que agora você está bem,sem nenhum sofrimento e sei também que se pudesse estaria me olhando feio por eu estar chorando tanto... Cecília se cala e fecha os olhos,deixando que lágrimas rolem por seu rosto e segundos depois um imperceptível sorriso brota em seus lábios. - Eu vou te amar enquanto eu tiver vida minha babá!

Cecília se cala e apenas acaricia o rosto e mãos de Ana,mas ao contrário de segundos atrás, ela não tem o olhar perdido em qualquer ponto,ela apenas olha fixamente para o rosto sem vida de Ana,como se esperasse que a qualquer momento sua babá fosse abrir os olhos.

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