CICATRIZES INTERNAS

300 57 110
                                    

NICE | FRANÇA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

NICE | FRANÇA.
27 de abril de 1993.
Leona Bonemer.

   O SOL SE PUNHA NO horizonte, lançando tons de rosa e laranja ao céu do Mediterrâneo de Nice quando Damien abriu a porta da residência dos Durand. Harriet apressou-se, acolhendo o filho nos braços, questionando aflita: "Tu l'as fait? Avez-vous été accepté au test?". Você conseguiu? Foi aceito na prova?

Oui! J'ai fini! –ele comemorou, radiante. — Consegui, serei juíz!

A sala retiniu em felicitações e aplausos, Lizzie estava chorando quando Dami se afastou da matriarca da família e saudou a namorada com um beijo. Ele abraçou Rudolph, muito bem revigorado após passar tanto tempo no hospital.

Logo que Michael e Damien ficaram cara a cara, seus olhos fixaram-se num desafio silencioso. Com um sorriso travesso, Michael avançou em direção ao melhor amigo na velocidade da luz. Antes que o francês pudesse reagir, Jackson o envolveu numa chave de braço brincalhona e a risada dele misturou-se aos protestos de Damien.

Mesolta! –pediu ele, com a voz abafada contra o braço de Michael, que não deu a mínima.

Sua mão livre rendeu uma série de socos em Damien. Cada golpe foi recebido com falsa indignação por parte de Dam, que lutou para se libertar das mãos de Michael. Finalmente cedendo, ele o libertou de sua chave de braço, os dois amigos caíram na gargalhada enquanto se abraçavam.

Mon Dieu, você cresceu enquanto estive fora! –Damien brincou quando me cumprimentou. — Nossa, realmente senti falta de você. Toda vez que alguém fazia algo estúpido durante as provas orais eu me perguntava qual seria a sua reação.

— Havia muitos idiotas concursando também? Agora entendo porque você conseguiu a vaga. –falei e Michael, que prestava atenção em nossa conversa, deu uma gargalhada. — Também senti falta desse seu sotaque francês me chamando de Lioná.

— Eu sei que você prefere quando te chamam de Leninha... Como estamos por aqui? –ele mudou o foco rápido, cortando o início do meu protesto pela menção ao apelido ridículo que Pietra o ensinou.

— Bem, não houve nada que não pudesse superar.

Nesse momento, Michael e eu nos encaramos por milissegundos. Um olhar de entendimento, tácito, mas óbvio. Seria melhor tornar certos acontecimentos irrelevantes, afim de preservar a frágil harmonia em que nos encontrávamos.

Embora as sombras do passado permanecessem, era melhor abraçar o presente. Valorizar os laços que nos uniam.

— E sobre, hum, Senna? Mantiveram contato? –Damien perguntou, um misto de curiosidade e preocupação estampados em sua feição.

— Não, na verdade. –dei de ombros. — Mas conversamos pouco tempo depois do que aconteceu.

— Meu pai me comunicou sobre a sua suspensão... Sinto muito, de verdade, Leona.

POTESTADEOnde histórias criam vida. Descubra agora