DESALENTO

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02:15.
01 de fevereiro de 1993.
Leona Bonemer.

  EU ESTAVA BASTANTE acostumada a ser só, mesmo junto dos outros. Regularmente um sentimento de vazio brotava em meu peito causando uma agonia indescritível. Eu nunca sabia o que fazer para aquele incômodo dentro de mim parar. Não sabia ter paz comigo mesma. Essa coisa sempre piorava quando o assunto era reencontrar meus pais.

Michael havia acabado de dar um de seus espetáculo mais memoráveis: o show de intervalo do Superbowl. Foi lindo, emocionante. Assisti tudo com muita empolgação para vê-lo fazendo algo que entraria para a história da cultura pop por anos seguidos. Rudolph Durand, Charlotte Reyes e Michael Jackson eram o trio perfeito. Depois da apresentação uma festa foi montada em comemoração e eu estava feliz, até termos que sair daquele momento tão legal para embarcar num vôo ao Brasil com destino à casa dos Kurtz-Bonemer.

Recostei na poltrona alta e acolchoada do jatinho particular e fechei os olhos, permitindo que o sono se apossasse de mim. Pelo contrário, Jackson estava tão energizado quanto 2000 Watts de potência.

— Vicky, me ajuda a tomar um pouco de leite? –o ouvi pedir para a enfermeira.

  Não era a primeira vez que Vicky viajava conosco, durante a turnê ela também apareceu. Eu não entendia essa coisa de Michael ficar pedido leite pra enfermeira e não pra alguém da assistência. Abri os olhos e espiei enquanto ele seguia a mulher até o fim do corredor, na parte de trás do jatinho. Poderia ter ficado ali tentando enxergar alguma coisa, porém meus olhos estavam pesados demais pra isso e dentro de poucas horas eu ainda teria que encarar meus pais, então preferi apagar no sono.

Nós aproveitamos o horário de madrugada para chegarmos no Brasil sem alardes e atenção da imprensa, o vôo durou cerca de duas horas e meia. Desembarcamos numa pista reservada que estava vazia onde um carro já nos aguardava com mais dois veículos de escolta por segurança. Jackson estava um pouco sonolento portanto esperamos ele despertar e conseguir andar até o carro preto sem grande ajuda. Uma coisa que eu tinha reparado é que aquele homem tinha um sono bastante leve, só que quando dormia, dormia pra valer. Demorava algum tempo até ele ficar totalmente desperto.

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