O Portal

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Não imaginava que atravessar aquele portal fosse mudar tanto minha vida. Ele surgiu de repente enquanto eu preparava meu desjejum e Max brincava com seu dinossauro de plástico. Coloquei um punhado de ração na sua tigela e passei meu café. Com minha xícara em mãos esperando para ser sorvida, me encaminhei para sentar a mesa, parei. À minha frente havia um espelho que absorvia minha imagem e emitia uma aura multicolorida. Se não fosse o fato de haver um arco-íris em plena cozinha e o susto que levei ao vê-lo, talvez eu soubesse se finalmente tinha acertado no preparo do café, mas a xícara que se espatifava aos meus pés me indicava que eu morreria com aquela dúvida.

Assustado com o barulho da porcelana desbravando o piso, Max latiu para nenhum ponto em especial. Farejou o líquido ébano fervente e parou ao meu lado. Observava visivelmente desconcertado para a sua imitação virar feixes de luzes que brilhavam e morriam rapidamente.

— MAX NÃO!

Quando dei por mim já estava atravessando aquele fascinante prisma atrás do meu abobalhado cachorro. Senti como se tivesse mergulhado em uma piscina em um dia onde o calor batesse recordes de temperatura. Em um segundo, me vi em outro lugar.

Estava de pé em um gramado rosado, o universo se abria a minha frente com todo seu esplendor. Conseguindo calar por um segundo o fascínio pelo que via, me forcei a olhar para trás.

— Max, como vamos voltar para casa?

As Aventuras de MaxOnde histórias criam vida. Descubra agora