Meu Guardião Minha Paixão

Escolha Inevitável

Adrien estava tão irritado, que decidiu passar a tarde na academia. Suas pernas doíam, seus braços estavam cansados, suas costas ardiam e sua cabeça latejava. Mas mesmo assim, não queria parar. Fazia da dor, um meio de esquecer as palavras de Marinette, mas era uma missão praticamente impossível.

Eu disse, Adrien, você nunca será capaz de amar alguém novamente.

Ecoou a voz em sua cabeça. Ele socou o saco de areia diversas vezes com força, tentando ignorar.

Você sempre vai pertencer a mim. Você nunca mais será feliz ao lado de outra mulher.

-É mentira! - disse ele enquanto batia no saco de areia.

Pode mentir para si mesmo, mas não pode mentir para mim querido. Eu te conheço Adrien.

-Você não sabe nada sobre mim. - ele chutou o saco de areia com força.

Eu sei tudo sobre você!

Assim que sentiu a voz sussurrar em seu ouvido, ele direcionou seu soco naquela direção, e acabou por dar um soco na parede. Ao sentir o choque da dor, ele fechou os olhos. A dor lhe manteve mais atônito então começou a socar aquele mesmo ponto diversas vezes, até que seu sangue começou a manchar a parede e suas forças se esvaíram. Ele caiu de joelhos, exausto e fraco, pela dor. Seus olhos se inundaram, mas se recusou a derramar uma única gota.

Ficou um tempo sentando no chão, até que decidiu subir e relaxar a mente, e talvez mais tarde, também os músculos. Ele se dirigiu a biblioteca, e ao chegar lá, se deparou com Marinette sentada em uma das poltronas, lendo um livro. Ela notou a presença dele e tirou seus olhos do livro. Os olhos dela o mediram de cima abaixo, até pararem nas mãos do loiro, que estavam sangrando. Ele olhou para as suas próprias mãos e suspirou. Ela fechou o livro, e saiu, passando por ele sem dizer nada. Ele se sentou no sofá se jogou para trás e respirou fundo. Depois se curvou para a frente e penteou seu cabelo com seus dedos, apertando seus fios loiros. Ouviu passos então apenas ergueu os olhos. Viu Marinette se abaixar na sua frente com uma bacia de água com gelo. Ela pegou uma de suas mãos e colocou dentro da bacia. Fez uma careta ao sentir a fisgada. Ela pegou a outra mão dele e fez o mesmo, depois deixou a bacia no colo dele. Ela se levantou e saiu.

Após alguns minutos ela voltou com uma caixa de primeiro socorros. Ela se abaixou na sua frente e abriu a caixinha no chão.

-Não precisa fazer isso. - disse ele com a voz mansa.

Ela o ignorou. Tirou a mão dele do gelo e secou, limpando o sangue e a ferida. Ela passou um pouco de pomada sobre as feridas, colocou esparadrapo e enrolou com bandagem. Fez a mesma coisa na outra mão, e assim que terminou, guardo tudo de volta na caixa.

-Obrigado! - agradeceu ele.

Marinette apenas se levantou, pegou a bacia e saiu da biblioteca. Ele esperou, mas ela não voltou. Cansado ele se deitou no sofá. Minutos depois, Luka entrou na biblioteca, com um pacote de pipoca doce nas mãos.

-Como machucou a mão? - questionou o azulado se sentando na poltrona.

-Soquei a parede diversas vezes. - disse o loiro.

-Interessante! Você cuidou do seu próprio machucado?! Essa é nova.

-Não fui eu. Foi a Mari.

-A Mari?! Pensei que ela estivesse com raiva de você.

-E está! Ela não me disse uma única palavra. Apenas...cuidou de mim.

-Traduzindo, Marinette estava sendo a Marinette. Boa porém decidida. Que pena que ela gosta de um idiota.