Meu Guardião Minha Paixão

Agonia e Desespero

Marinette estava adorando passar seu tempo ao lado de Luka, mesmo sentindo seu coração apertar, lembrando ela de que o dia estava próximo. Mais uma vez, ali estava ela, usando uma máscara, para esconder o que realmente sentia. Luka a sua frente desenhava no papel como o quarto seria reformado. Ele bocejou e ela sorriu.

-Luka, acho que já está bom. - disse ela.

-Tem certeza? - ela assentiu - Então vamos fazer a sua lista de roupas.

-Podemos fazer isso amanhã. Já está tarde e você está cansado.

-Da para perceber? - ele corou e coçou a nuca.

-Um pouquinho. - ela riu - Desculpa. Acho que suguei muito a sua energia.

-Não é isso. É que as vezes o Cat me deixa doido. Ele é teimoso e custa a me escutar.

-Vocês são amigos a muito tempo?

-Desde a infância. Meu pai cuidava dele, porque o pai dele não confiava em pessoas estranhas dentro da casa dele. No começo foi estranho, mas depois nos tornamos inseparáveis.

-Não é assim que eu me lembro. - disse uma voz vinda da porta.

Eles olharam para a mesma e encontraram CatNoir encostado no batente da porta. Luka sorriu e cruzou os braços.

-Então como é, sabichão? - disse o azulado.

-Quando eu cheguei na sua casa você perguntou para o seu pai se eu ia ser seu irmão. Você era louco para ter um irmão. - ele se aproximou e se sentou junto deles - Seu pai disse que eu era apenas uma visita que iria passar um tempo. Eu queria ficar na minha, mas você não desgrudou de mim por um instante.

-Eu estava curioso sobre o novo ser humano com quem eu ia dividir o quarto. - disse Luka.

-Desculpa esfarrapada. Você vivia me chamando para brincar.

-E você, ranzinza dês de criança vivia me ignorando.

-Qual é, eu nunca tinha tido um amigo, queria que eu agisse como? - o loiro riu.

A melodia do riso dele arrepiou Marinette por completo, e o sorriso, aqueceu seu corpo de dentro para fora. Inconsciente ela abraçou seu próprio corpo e começou a esfregar os braços.

-Está com frio? - questionou Luka.

-O quê?! Ah! Não, eu estou bem. Foi só um frio na espinha de repente.

Seus olhos caíram sobre CatNoir que a olhava com um olhar diferente de antes. Não era acusador ou de desprezo. Era de dúvida, como se questionasse algo sobre ela. Aqueles olhos verdes, como esmeraldas cortantes.

CatNoir por sua vez, se perdeu no oceano que era os olhos da azulada. Era como gelo que entrava em sua alma e apagava a chama ardente que o consumia, o fazendo se acalmar.

-Eu vou descer. - disse ele saindo de seu transe e se levantando.

Ele deu as costas para eles e saiu do quarto. Enquanto ele caminhava, Marinette o seguiu com os olhos. E assim que ele desapareceu porta a fora, ela respirou fundo. Luka observou a cena e não acreditando no que estava vendo, mordeu o lábio inferior.

-Mari, posso fazer uma pergunta? - disse ele.

-Claro!

-Por acaso esse seu coraçãozinho tem dono? Tipo um garoto loiro, de olhos verdes, que usa uma máscara e uma roupa de couro preta?

-O quê? - disse ela meio que assutada - Claro que não. Enlouqueceu?

-Então o que foi aquilo que eu vi?