Assim que chegaram na casa, colocaram a caixa de vidro sobre a mesa da cozinha e Marinette a abriu. Ela tirou o bule lentamente e o colocou sobre a mesa. Ela ficou olhando para a objeto por um tempo e depois passou o dedo sobre a lateral dele, tirando uma camada de pó.
-Quando a Marília morreu, não tínhamos mais motivos para fazer a festa. - disse ela - Esse jogo ficou guardado por muito tempo, até que papai mandou colocar de volta na caixa.
Ela respirou fundo e tirou a tampa do bule, olhou dentro do mesmo e viu algo estranho. Ela o pegou e o virou, fazendo várias peças caíram sobre a mesa junto com um pedaço de papel. Ela espalhou as peças e as olhou com atenção. Eram letras. Adrien se aproximou, pegou o pedaço de papel e o leu em voz alta.
-Aonde o passado encontra o presente, para prepará-lo para o futuro.
-É o que? É uma charada? - disse Luka.
Marinette começou a rir e se sentou em uma das cadeiras, enquanto ria. Ela esfregou os olhos e olhou para o teto.
-Ele adorava charadas. Quando eu tinha dez anos, ele vivia fazendo charadas para mim, e tinha noites, que eu não conseguia dormir, e ele ia até o meu quarto, se sentava na beirada da cama, e me fazia charadas, até que eu caísse no sono de tanto pensar.
Ela deixou uma lágrima cair sobre a mesa. Uma gota que se estilhaçou e molhou duas peças. Ela fungou e secou as lágrimas, Adrien se encostou na mesa e segurou a mão dela. Ela continuou de cabeça baixa então ele a puxou para perto de si, e encostou a cabeça dela em si. Adrien sabia o que ela temia, então disse:
-Ta tudo bem. Ninguém está te vendo. - sussurrou.
Ela se deixou levar e lentamente, como se temesse seus movimentos, segurou a camiseta dele e a apertou entre seus dedos, deixando suas lágrimas rolarem. Ele acariciou a cabeça dela lentamente. Ela confessava a si mesma, de que nunca havia sentido tanta falta de seu pai. Apesar de tudo que havia ocorrido ao longo do tempo, eles já tiveram momentos felizes. Momentos que ela havia esquecido por conta da solidão e da dor que ela carregava dia após dia.
Luka saiu e os deixou sozinhos. Sabia que ela precisava ficar só, mas ao mesmo tempo, da companhia de Adrien. Antes de sair totalmente da cozinha, ele olhou para seu amigo e viu nos olhos dele, algo que não via a muito tempo. Compreensão, carinho, cumplicidade, gentileza e algo muito raro nele...amor. Ele sorriu e saiu.
-Ele tinha que complicar tudo? - disse ela - Por que ele tinha que fazer da minha vida um jogo? Um labirinto?
-Ele não pensava como um pai, ele pensava como um empresário que escondia um grande segredo.
-Mas eu nunca precisei de um empresário, eu só precisava de um pai, e no momento que eu mais precisei dele, ele não estava lá por mim. Adrien eu estou cansa de tudo isso. Primeiro o camafeu, depois a Torre Eiffel, aí então a mansão, agora isso? O que diabos ele quer fazer comigo?
-Não sei meu amor. Eu realmente não sei. Mas... - ele a afastou pelos ombros e a ergueu o rosto dela pelo queixo - eu juro que vamos resolver isso juntos. Eu prometo que vou te ajudar e que vou sempre estar aqui, para você.
Ele se aproximou e beijou a testa dela demoradamente. Assim que ela fechou os olhos, para sentir o beijo que ele lhe dava, uma lágrima caiu de seus olhos e desceu lentamente por seu rosto, descolado de sua pele logo em seguida, e atingindo o chão. Com aquela lágrima, ela jurou a si mesma, que seria forte, e mesmo que estivesse sem forças, ela se levantaria e lutaria por aquilo que acredita e por quem ama.
Adrien a levou para a cama e a deixou dormir só naquela noite a pedido dela. Ela queria pensar. Queria colocar a cabeça em ordem. Assim que Adrien saiu, ela desceu de sua cama, ascendeu seu abajur, colocou as peças de letras no chão e desdobrou o papel. Ela passou a madrugada em claro, pensando em um sentido, para o que estava escrito, e para aquelas letras.
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Meu Guardião Minha Paixão
FanficMarinette é uma garota comum que vive em Paris, e estuda na melhor escola de Paris, paga por seu pai milionário e ausente em sua vida. Em um de seus dias comuns, ela é raptada e levada para um lugar escuro e sujo, junto com um grupo de sequestrad...