Meu Guardião Minha Paixão

Cartas!

Quatro dias já haviam se passado desde a partida de Adrien. Marinette se sentia só, dentro daquela casa. Luka tentava fazer companhia para ela, mas até mesmo ele sentia falta de seu amigo. Compensava essa saudade saindo com a sua noiva, ao qual Marinette ainda não fazia ideia de como ele tinha e podia ter.

Ela estava na biblioteca, lendo o livro O Pequeno Principe. Era seu livro favorito, mas não conseguia se concentrar. A cada dia que passava, ela se lembrava do perfume dele, de menta e chocolate. A cada hora, sentia falta do som da sua voz. A cada minuto, sentia falta do seu calor corporal, das mãos dele a segurando e a acariciando. A cada segundo, sentia falta do seu olhar firme e intenso. Queria ver ele, o abraçar, poder sentir ele. Sentia a falta dele intensamente.

Fechou o livro, já irritada pela falta de concentração. Se deitou no sofá e ficou olhando para o teto, imaginando o que Adrien estaria fazendo. Ao certo, não sabia o que ele havia ido fazer nessa viagem, e não teve curiosidade de perguntar naquele momento, e não sabia se seria bom perguntar ao Luka, poderia estar sendo enxerida. Estava agoniada, não sabia o que pensar ou deixar de pensar. O loiro realmente havia entrado em sua cabeça e feito uma bagunça.

-Mari! - chamou Luka entrando na biblioteca - Tem uma carta para você. - disse sorridente.

-Uma carta para mim? Quem é que me mandaria uma carta?

-Talvez a única pessoa que sabe que você está aqui, mas não está aqui por enquanto.

Marinette pensou e ao perceber o óbvio, ela sorriu.

-Adrien!

Ela se levantou e correu até Luka, pegando a carta que ele erguia na mão. Ela correu para seu quarto e subindo as escadas até sua cama, ficou em pé sobre a mesma e atravessou o alçapão. Havia mudado o lugar na ausência do loiro. Havia colocado alguma novas plantas, uma cadeira de praia, algumas luzes e uma cobertura para não molhar umas partes, tudo com a ajuda de Luka. Ela se sentou na cadeira e abriu a cartas. Antes de desdobrar o papel viu algo escrito sobre a folha ainda dobrada.

Para a minha linda princesa. Leia longe do Luka, ou ele vai tirar onda comigo depois.

Ela sorriu. Não sabia o que esperar daquela carta, mas sabia que ele era capaz de surpreendê-la. Desdobrou a carta e começou a ler.

Oi minha linda princesa. Espero que esteja bem. Confesso que não sei ao certo o que dizer, afinal, eu nunca fiz uma carta para ninguém. Mas senti vontade de falar com você de alguma forma. Sinto sua falta! Assim que entrei no avião, senti que estava deixando algo especial para trás. Mas te ver minutos antes de entrar naquela máquina de hálito e gases, fez eu ficar um pouco mais feliz.

Ela riu. Apesar de ser rica, nunca viajou para lugar nenhum. Por três simples motivos: Tinha medo de voar de avião. Não tinha ninguém que pudesse viajar com ela. E por último, nunca teve motivos para viajar para qualquer lugar.

Eu adoro a Itália, é um lugar lindo. Queria que estivesse aqui comigo. Iria te mostrar cada lugar desse lindo País. Estou em Roma, cercado de coisas antigas, ruínas e estátuas. Mas apesar das coisas antigas, também tem coisas novas, como flores. Tão delicadas e gentis, como você, e assim como você, algumas delas tem espinhos. Você também tem, mas não para machucar, e sim para se defender. Hoje eu entendo isso.

Ah, Marinette, minha delicada rosa vermelha, se soubesse como eu sinto a sua falta. Queria poder ouvir você rir para mim de novo. Queria poder mergulhada nos seus lindos olhos azuis, como se estivesse mergulhando em uma oceano infinito, que apesar de não me afogar, me deixa completamente sem fôlego. A cada minuto desejo poder tocar a sua pele macia e quente, e beijar seus lábios tão doces, sentido o gosto de morango que combina perfeitamente com seu aroma que me lembra muito a morango. Sei que parece clichê mas é realmente assim.