Vivendo como uma loba desgarrada de seu bando, Laylla não espera muito da vida. Tudo o que ela deseja é poder retribuir todo o esforço que seus pais fizeram para que ela pudesse ter um futuro digno, buscando ao máximo se manter longe das confusões q...
A partir de seu meio sorriso, me permiti reparar em seus detalhes físicos que até então, me haviam passado despercebidos.
A jovem moça era dona de lindas madeixas onduladas, num tom exótico de castanho claro quase loiro. Seus olhos eram grandes e compartilhavam de uma cor parecida com seu cabelo. Já seu físico, era o que as pessoas costumam rotular como "padrão", magro com poucas curvas. Ela aparentava ter por volta de um metro e sessenta e dois centímetros, já que batia praticamente na altura dos meus ombros.
Quando nós nos esbarramos na frente do meu trabalho, não pude notar como era sua aparência. Estava tão estasiada naquela situação, que a única coisa que queria era chegar o mais rápido possível em casa.
–– Não precisa se desculpar. Você parecia estar bem assustada, então é compreensivél que não agradecesse de imediato.
Ela aparentou ficar relaxada quando a confortei.
–– Qual seu nome?
–– É Rafaela.
–– Prazer, sou a Laylla. –– Estiquei minha mão para que ela pudesse apertar.
Ela, sem muitos rodeios, correpondeu ao meu ato.
–– Bom, você se importa se eu te fizer uma pergunta? –– Rafaela dirigiu-se a mim num tom receoso de voz.
–– Claro que não, pode perguntar.
–– Como você conseguiu sair?
Fiquei encarando-a por alguns segundos sem compreender ao que ela se referia.
–– Sair de onde?
–– Da sua alcateia.
Naquele momento me dei conta da situação em que me encontrava.
Pensando rápido, estruturei uma mentira plausível o suficiente para que ela pudesse acreditar.
–– Pra falar a verdade, eu não sei muito sobre o meu passado. Eu só sei que vim de um antigo orfanato que existiu há muito tempo na cidade, e acredito que assim como eu, meus pais adotivos não fazem a miníma ideia da minha origem.
Rafaela rapidamente fez uma expressão de desânimo, como se aquilo a decepcionasse.
–– Mas, e você?
–– Eu? –– Indagou ela, agora parecendo surpresa.
–– Sim, você. Não é por nada, mas eu nunca encontrei outra pessoa da minha espécie vagando por essa região.
–– Ah, é uma história muito longa. –– Levando a mão até uma de suas madeixas, ela a pôs por trás da orelha.
–– Tenho todo o tempo do mundo. –– Sorri de maneira amigavél.
Não sei ao certo o porquê de ter ajudado ela, mas se iria prosseguir com aquilo, não poderia ficar sem saber o que estava acontecendo. Um passo em falso e todo o meu esforço e o dos meus pais será em vão.
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