O Chamado Da Loba

CAPÍTULO 11

Me desculpem pelos erros

Boa Leitura_ <3

"As nuvens estavam cinzas, aparentemente carregadas de chuva.

O mato alto daquele lugar me impedia de conseguir ver meus pés, ou qualquer outra coisa que estivesse pela frente. A única coisa que podia enxergar era o belíssimo céu nublado que repousava sob minha cabeça.

Sentindo uma brisa fresca bater em meu rosto, vagarosamente dei meus primeiros passos em meio a todo aquele matagal. A sensação dos meus pés amassando as folhas era prazerosa, embora ainda me incomodasse com o fato de não poder ver nada com clareza.

Porque há tanto mato por aqui?

Primeiramente, onde estou?

Conforme andava, um aperto estranho ia tomando conta do meu coração. Sentia-me sufocada, como se o ar não pudesse chegar corretamente aos meus pulmões.

Tentei parar minha caminhada para recuperar o fôlego e, para minha surpresa, eu já não tinha controle sobre meu corpo. Eu estava andando por aí aleatoriamente, sem saber para qual local as minhas pernas pretendiam me levar.

De supetão, um uivo estridente ecoou pelo ambiente. Um uivo doído, carregado de desespero.

O céu que antes estava nublado, agora se dispunha a dar lugar para uma chuva forte cheia de relâmpagos e trovões estrondosos. Os poucos raios de sol que haviam por ali, desaparecem subitamente com as nuvens cinzas, cedendo sua vaga para a Lua que brilhava resplandecente sob toda aquela cena caótica.

Novamente o uivo surgiu em meio ao matagal, sendo acompanhado pelo som da folhagem se movendo.

Desesperada, tentei correr para longe dali, no entanto, ainda não tinha controle sobre meu corpo. Algo me mantinha ali, apenas parada, esperando pela chegada de uma fera desconhecida.

Conforme o bater de patas se aproximava, meu coração acelerava de uma maneira descompassada, como se quisesse pular pra fora.

Tentei gritar para o que quer que fosse aquilo não se aproximar, mas minha voz pareceu se perder no meio da minha garganta.

Subitamente, me vi de frente para uma enorme loba de pelagem tão branca quanto a neve. Seus olhos eram azuis claros, contendo pequenas graduações aleatórias para amarelo. Seu focinho meio rosado fungava a todo tempo, como se estivesse com dificuldades para respirar.

Estava perplexa, congelada no lugar. O medo que sentia tinha dado lugar para a admiração.

Jamais presenciei tamanha beleza vinda de um animal. Estava simplesmente estupefata.

–– Porque? Me diga o porquê de ter feito isso.

Me pegando desprevenida, a loba se pôs a falar, deixando com que sua frase carregasse uma imensa tristeza.

–– Do que está falando? –– Minha voz saiu calma, embora meus sentimentos estivessem agitados e confusos.

Assim que a respondi, seus olhos se encheram de água instantâneamente, como se o fato de eu não saber do que aquilo se tratava a machucasse muito.

De repente, seus olhos foram tomados por um azul cintilante intenso. A loba soltou um enorme rosnado para mim, carregado de ódio e fúria.