3.Hotel

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Minha noite foi calma e totalmente agradável, tirando o fato de que Calum Thomas Hood decidiu fazer com que eu gastasse três horas do meu sono na recepção do hotel para providenciar outro cartão chave pois o bonito simplesmente perdeu o dele na área da piscina!

Ele simplesmente chegou na porta do meu quarto, as 01:30 da madrugada com a maior cara de pecadeza e disse "Perdi minha chave e preciso entrar no meu quarto. Tem muita gente na recepção, resolve para mim?" piscando aqueles olhinhos de cachorrinho para mim, na maior cara de pau do mundo!  A vontade de ter batido a porta na cara dele foi grande e eu me segurei a todo custo para não mandar ele revirar aquela área da piscina e achar a merda do cartão sozinho.

Agora após dormir apenas quatro horas estou morta de sono e irritada. Na verdade estou o mais perto de cometer um crime de ódio contra Calum Thomas Hood possível!

Passo protetor  solar e um corretivo para disfarçar as olheiras, prendo o meu cabelo em um coque e visto roupas mais confortáveis do que ontem.

Desço os andares até a recepção de elevador e vou para a rua atrás de um café decentemente forte e também de remédio para enxaqueca, pois minha cabeça está simplesmente explodindo!

Eu não deveria ficar longe da terapia e dos calmantes por tanto tempo.

Depois que tudo aconteceu, eu desenvolvi uma enxaqueca nervosa por causa da ansiedade e do estresse. Sem meus comprimidos eu fico morrendo de enxaqueca, mas definitivamente hoje não é o dia para desacelerar meu ritmo.

Tenho que permanecer em pé até ás 00:30 para cuidar de todos os compromissos que os meninos tem hoje e ainda garantir que eles façam exercícios e leiam algo sem ser letras de músicas.

Pego duas latas de energético no refrigerador da farmácia e compro uma cartela de analgésico. Me conhecendo como eu conheço, isso não vai dar nem para três semanas se minha cabeça continuar tentando virar uma bomba-relógio que vai explodir a qualquer momento.

Por incrível que pareça a música me ajuda muito a superar esses dias difíceis.

A Dra. Hollis dizia que "Por mais estranho que seja, a música me faz relaxar e me sentir segura, pois quando tudo desmoronou o silencio preenchia o ambiente." Tudo faz total sentido na minha cabeça e realmente funciona, por isso faço o percurso para o hotel com meus fones ligados quase que em volume máximo para abafar o som do mundo. A música sempre esteve presente na minha vida e essa foi a forma mais confortante de me livrar do peso de tudo.

Ao chegar na mesa dos meninos não digo nada, nem mesmo tiro meus fones.

Faço um misto quente e tomo meu café tentando me distrair com meu Instagram.

As vezes quando estou sentimental e melancólica demais ver as fotos das pessoas que passaram o ensino médio ao meu lado, me pergunto o que estão fazendo nesse momento, ou como está a vida delas...mas ai a raiva volta com tudo e para mim não importa mais, pois eles me traíram da pior maneira possível e não merecem meus pensamentos positivos. Nenhum deles merece.

Tiro meus fones quando termino e reparo que tem pelo menos oito pares de olhos colados em mim, totalmente curiosos.

- Bom dia, Young. Tudo bem? – As palavras cheias de preocupação e compaixão aparentes vem de Michael.

- Bom dia. – Forço um sorriso. – Estou bem, só não dormi direito a noite.

Posso ouvir a risadinha de Calum o que me deixa extremamente confusa.

- Muito obrigada, a propósito. – Calum saca um cartão chave...na verdade são dois! – Agora eu não vou ficar para fora de jeito nenhum!

Tenho certeza que o meu queixo está no chão de indignação.

Better Man - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora