4. Ringue.

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Nashville, faltam meia hora para o show dos meninos começar e eu estou no corredor, fugindo deles e de qualquer supervisor que possa me dedurar.

Faz uma semana que tenho fugido do backstage, desde a hora de chegada até a saída.

Sou a primeira a entrar, saio e quando está na hora de ir embora sou a última a entrar.

Felix tem me dado cobertura e ficado de olho nos meninos nesse meio tempo, pois eu inventei a desculpa que "Ele tem pulso firme para os limites deles com a bebida.", não sei se ele realmente caiu ou se ele desconfia de algo e não quer me interrogar.

E cá estou eu aqui mais uma vez, dando a quarta volta pelo corredor que ficam as salas de backstage.

- Hey! – Ashton está na porta quando passo. Droga. – Estava te procurando, mas não achei em lugar nenhum!

- Eu...estava conversando com a equipe de... programação! – Digo rapidamente. Ashton tem o pior dos defeitos deles: Ele apenas finge que acredita nas mentiras que as pessoa contam para ele. – No que posso ser útil?

- O Calum cortou o dedo abrindo uma garrafa e...- Uma garrafa de tequila, penso. - ...eu não acho curativos em lugar nenhum! Não para de sangrar!

Ah, merda!

- Eu tenho na minha bolsa... – Digo contrariada, pois minha bolsa está dentro da sala do backstage. – pode pegar, está no bolsinho de dentro.

- Ruivinha, eu sei que confia em mim ou não estaria me dando permissão para fazer isso, mas... – Ashton começa a declarar. Por favor não me faça entrar lá! – eu não vou me sentir bem mexendo na sua bolsa.

Ai, Ashton por que tem que ser tão honesto?

- Tudo bem. – Me dou por vencida entrando no backstage. – Estão estancando o sangue com o que?

- Estancar? – Rena olha para mim confusa. – Sempre ouvi que o melhor é pôr álcool, então como não temos álcool usamos tequila.

Ai meu pai do céu! O dedo desse garoto vai cair!

Fuço na minha bolsa e acho um álcool em gel, algodão e curativos de diversos tamanhos. Deve servir.

Engulo em seco pensando em não sentir o cheiro da tequila de marca, não quero colocar meu almoço para fora no momento. É ele que tem me mantido em pé o dia todo de hoje.

- Droga. – Ao ver o tanto de sangue, sei bem que o algodão que tenho não vai parar o sangramento. Não tem um pano nem nada e a blusa que os garotos estão usando ou são branca como a minha ou cinza.

Sento de frente para o Calum e limpo o corte com o álcool gel.

- Ai! Isso arde! – Ele reclama.

- Me desculpe, mas é preferível que arda com isso do que com tequila! – Limpo rapidamente, o que não adianta muito já que o sangue escorre rápido.

- Nunca pensei que um corte assim fosse sangrar tanto! – Michael diz aparentemente apavorado pelo seu tom de voz. – Não vai precisar de pontos?

- Não. – Faço a coisa mais idiota que conseguiria fazer na minha situação financeira. Pego a barra da minha camiseta branca do AC/DC e ponho no corte, apertando para estancar o sangue.

O tecido branco rapidamente atinge uma coloração vermelha e eu vou poder tacar até fogo nessa camiseta que a macha vai continuar aqui.

Calum me olha com atenção enquanto estou concentrada em seu corte que não desiste em sangrar. Sinto seus olhos castanhos em mim.

Better Man - Calum HoodOnde histórias criam vida. Descubra agora