I - Grace House.

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Ele parecia ser uma boa pessoa e eu me deixei levar. Ele não era.

🎭

Emma chegou no orfanato Grace House acompanhada por um oficial do centro infantil e foi recebida pela diretora do local, Isabela, uma mulher de pouca idade e cabelos negros. A garota ruiva e de olhos verdes olhava para todos os lados decorando o que seria seu novo lar.

- Seja bem vinda, Emma - Isabela sorriu cordial e estendeu a mão para que a garota segurasse. Emma olhou para a mão da mulher por alguns minutos, até se decidir que seria uma desfeita de sua parte se não a pegasse.

A garota se despediu do homem que a trouxe e entrou para dentro do orfanato junto de Isabela.

O local nada mais era do que um antigo casarão de dois andares, tinha alguns degraus até a entrada e no fim dela uma enorme porta de madeira. A porta estava aberta e de lá Emma pode ver que haviam muitas crianças no que seria uma sala de jantar, ou talvez recreativa, Emma não soube dizer. Isabela pois a garota a sua frente e depois a apresentou:

- Pessoal essa é Emma, ela será a nova irmã de vocês - as outras crianças se animaram e correram em direção a ruiva, menos uma.

O garoto de cabelos pretos encarava Emma da escada, ele não mexeu um músculo se quer e nem disse nada. Enquanto as outras crianças se apresentavam para a garota e a bombardeavam de perguntas, ele não fez absolutamente nada.

Apenas a encarou com seu par de olhos negros.

Isso é claro, até Isabela o chamar:

- Ray, não seja mal educado e nem anti-social - a mulher sinalizou para que ele se aproximasse - venha dar oi para a nova moradora.

A muito contra gosto, Ray desceu os poucos degraus que faltavam e se aproximou de Emma. A garota sentiu um arrepio quando o garoto pegou sua mão e depositou um beijo sobre a mesma.

- Seja bem vinda, Emma - e após um sorriso extremamente falso, Ray sumiu sorrateiramente.

Emma apenas ficou encarando a escada por onde o garoto sumiu, ele era um mistério a se desvendar.

- Não ligue para ele - a garota de cabelos verdes e óculos disse. Gilda era seu nome. - Ele é sempre assim, desde que...

- Que? - Emma questionou interessada.

- Nada - Gilda levantou o óculos nervosamente. - porque não vamos conhecer o orfanato? Eu te mostro tudo.

Emma apenas assentiu com a cabeça antes de ser arrastada por Gilda.

Aquele local era um mistério.

🎭

Gilda já havia mostrado todo o andar debaixo e terminava de mostrar o andar de cima.

- Ali é o quarto da mama - apontou a esverdeada para a porta do lado esquerdo. - os bebês dormem lá também, e se você precisar falar com ela já sabe aonde bater.

Emma apenas concordou.

- E aqui acaba o nosso tour - disse Gilda animadamente, já preparada para voltar ao andar debaixo.

- Mas e aquela porta? - Emma apontou para uma porta mais ao fim do corredor esquerdo, uma porta mal iluminada que ninguém notaria. Mas a ruiva já havia notado a um bom tempo.

- Não se deve entrar lá - foi tudo o que Gilda disse antes de descer as escadas, deixando Emma para trás sem entender nada.

A ruiva encarou a porta do fim do corredor, como a boa garota curiosa que ela era, resolveu por si só descobrir o que havia ali. E o jeito mais fácil era abrindo a porta.

Em passos rápidos e decididos, Emma só notou que realmente faria aquilo quando já estava com a mão na maçaneta pronta para gira-la, mas antes que a porta se abrisse. Emma foi impedida.

- Não deveria fazer isso - Ray estava agora atrás de Emma, perto o suficiente para faze-la sobressaltar com a proximidade e susto. - Eu acho que Gilda a advertiu sobre isso.

- Que susto! - exclamou meio irritada. Quando é que ele havia chegado ali? Estava a observando? Emma nunca saberia, não por Ray. - E-eu não iria fazer n-nada.

- Você está tentando mentir para quem? Para mim ou para você? - O deboche do garoto era um incômodo para Emma. "O que tem lá?" Emma perguntou, na lata, tentando mudar de assunto. - pergunte para a Conny.

Ele respondeu com um sorriso estranho, que fez Emma se arrepiar de novo. A garota depois de um tempo, respondeu:

- Não me lembro de ter conhecido nenhuma, Conny, aqui - Emma pendeu a cabeça para o lado, tentando se recordar do nome de todos.

- E não tem - naquele momento a ruiva percebeu que ele era louco. -, ou pelo menos não tem mais.

Ele deu de ombros ao falar, como se fosse algo normal. Emma engoliu em seco.

Ele realmente dava medo.

Emma abriu a boca mas foi interrompida antes que falasse algo. Don estava no fim da escada e chamava pelos dois.

O almoço estava pronto.

Antes que a ruiva fosse em direção as escadas, o garoto segurou seu braço e sussurrou em seu ouvido:

- Seja bem vinda ao Grace House, Emma. - ele soltou seu braço e foi em direção as escadas - tenha cuidado para não acabar enlouquecendo.

💥✔

Dedicado a lancereja em agradecimento pela capa maravilhosa.

O outro lado | TPNOnde histórias criam vida. Descubra agora