O Mascarado

08. Thorsten

Depois de um longo banho relaxante, eu me joguei na minha cama, com a cabeça a milhão. Ainda não havia processado tudo o que tinha acontecido a algumas horas atrás e eu não parava de pensar em Albert. Mesmo com tudo isso passando por minha cabeça, resolvi comer um pouco, pois eu estava faminta e estava na hora do jantar. Coloquei uma roupa qualquer e desci para a sala de jantar.

Havia uma grande mesa no centro dela, com muitas comidas servidas a nós. Havia grandes janelas que iam do teto até o chão, mas não passava a luz por causa das cortinas que estavam fechadas e eram de um vermelho bem escuro. Na parede do fundo tinha uma lareira grande e graças a ela o ambiente estava bem acolhedor.

Desde que meu pai havia falecido, essa casa se tornou muito vazia e sem alegria. Ele era uma pessoa incrível e que sinto falta constantemente.

Minha mãe e avó já estavam sentadas a mesa quando fui para meu lugar.

- Então Helena, como foi a cavalgada? -minha mãe perguntara, enquanto cortara um pedaço de carne que havia em seu prato.

- Foi... relaxante mãe. -tudo o que havia acontecido a poucas horas inundava minha mente novamente, mas tentei manter a calma.

- Já tens alguma viagem marcada, minha neta? -vovó tomara um grande gole de vinho que estava servido em sua taça.

- Por enquanto não vó. Pretendo ficar por aqui. Neuruppin está crescendo muito e quem sabe posso arrumar algo por aqui. Quem sabe até algum trabalho.

Minha mãe engasgara e minha avó ficara chocada, como se eu tivesse falado algo aterrorizante.

- Como assim, "trabalho"? -minha mãe perguntara, fazendo aspas com os dedos.- Você é uma Thorsten, não precisa trabalhar.

Eu apenas ficara calada, comendo minha comida, enquanto minha avó indagou a fala de minha mãe.

- Filha, você precisa entender que mulheres não trabalham. Nós somos responsáveis pela casa e cuido da mesma. Para qual motivo você quer trabalhar?

- Trabalho é algo digno, não vejo problema nisso. Não é porque sou de uma família "importante" que vou ficar dependente disso. Quero valorizar todo o dinheiro que temos e faze-lo crescer mais. Estou a estudar para isso.

Mamãe abaixara a cabeça, como se tentasse evitar um assunto indesejado, mas reuni forças e não iria deixar ninguém acabar com minhas metas e objetivos.

- Vocês podem dizer o que for, eu prometi ao papai que nunca iria decepcioná-lo e vou cumprir essa promessa.

Antes de dizerem alguma coisa, eu me levantei da mesa, pedi licença, peguei meu prato, talheres e copo e fui em direção a cozinha.

Estava realmente cansada desse pensamento retrógrado das duas e iria mostrar a elas que qualquer mulher, tenha dinheiro ou não, pode ter independência sem precisar de alguém ao lado.

Lavei a minha louça e subi para meu quarto.

A temperatura estava caindo e eu sentia no meu corpo o frio que corria pelos corredores.

Me joguei em minha cama, pensando em como seria complicado arrumar algum serviço na cidade, sem que as pessoas me julgassem por ser uma Thorsten e principalmente, por ser mulher e embalada nesses pensamentos, cai num sono profundo e tranquilo.

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Oi meus amores, como estão? Espero que bem! Peço desculpas pela grande demora e por esse capítulo! Ultimamente eu ando muito avoada e com dificuldades (real) de escrever a história. Esse capítulo é bem simples, mas foi feito com toda dedicação e carinho pra vocês! Espero que gostem! Curtem e comentem bastante, irei responder todos ❤