Cap.35

1.3K 139 71
                                    


Any Gabrielly

─ Saco! - murmurei ao me encostar na cadeira.

Estava estudando (contra minha vontade)

Desliguei o notebook, meus olhos se detiveram no pequeno caderno amarelo. Eu já fuxiquei tudo que tinha ali, mas eu ainda precisava tirar essa história a limpo.

Olhei em meu relógio de pulso, marcavam 20:30 da noite, ou seja, Mary ainda não foi embora.
Desci as escadas e fui para a cozinha, lá a encontrei arrumando as coisas.

─ Any - me olhou ─ precisa de algo?

Me sentei na mesa de madeira e pus o caderno sobre ela, Mary me encarou sem entender.

─ Por quantos anos você trabalha pro meu pai? - perguntei.

─  Bem, eu comecei a trabalhar aqui bem nova, quando o dono da casa era seu avô - disse enxugando o último prato e o guardando ─  eu tinha meus 20 anos, se for fazer uma conta... Acho que estou trabalhando aqui há 15 anos.

─ Então nesse caso, acho que você poderia me explicar isso - toquei de leve no caderno.

Ela se aproximou da mesa e o pegou em mãos, pude notar um pouco de surpresa em sua expressão quando leu o que estava escrito na capa.

─ Onde encontrou isso? - levou seu olhar a mim.

─  Estava em uma das caixas no sótão - disse e ela assentiu ─ E então?

Mary suspirou de leve e se sentou na mesa, de frente para mim.

─ É uma história bem complicada, diria até triste - disse me dando um breve sorriso.

─ Então me conte - supliquei ─ não consigo entender isso - apontei pro caderno ─  pra mim não faz o menor sentido.

─ Isso! - ela abre o caderno ─ era a paixão do seu pai. Sempre fora a culinária - diz o folheando ─  me surpreende ele ainda não ter jogado isso fora.

Me recostei na cadeira ao dizer:

─ Isso não faz sentido, Mary - neguei com a cabeça ─ eu nunca vi meu pai encostar em um fogão!

─ Sim, querida - deu um sorriso triste ─  você não viu.

Cruzei os braços e busquei entender aquilo.

─ Então ele sempre gostou de culinária e direito ao mesmo tempo? - perguntei.

Ela me olhou com cautela, suspirando em seguida, logo então pôs o caderno em cima da mesa.

─  Vou te contar uma história -  assenti.

Culinária? Isso foi inesperado, com certeza.

Havia um menino, criativo e sonhador. De acordo com o que esse menino foi crescendo, um sonho e uma paixão crescia mais ainda nele.
Seu lugar preferido sempre foi a cozinha, era lá onde ele via os alimentos que comia serem preparados, era lá onde ele sentia que era o seu lugar. Mas seu futuro já estava a ser preparado...

No Ritmo Do Coração(beauany) Onde histórias criam vida. Descubra agora