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Aquele foi não foi primeiro tapa, seu rosto latejava justamente em sua bochecha. Muitos ja vieram antes...

Sozinha, deixa uma lagrima solitária escapar por seu rosto machucado.

Devia ter fugindo quando tive a oportunidade...

Seus cabelos castanhos escuros escondem o rosto abaixado, os olhos castanhos esverdeados escondem a dor da sua alma.

Devia ter o matado na primeira oportunidade...

A porta da entrada bate com brutalidade. Agora sim, está sozinha.

Abraça seu próprio corpo e se deixa chorar.

Se seus pais pudessem a ver agora sentiriam pena de tal criatura que se sujeitou a isso. Eles morreram em um acidente de carro, três anos atrás. O pior dia da sua vida.
Se seus pais pudessem a ver agora sentiriam pena de tal criatura que se sujeitou a isso. Eles morreram em um acidente de carro, mas antes disso, tinham uma fazenda, a seca do ano foi terrivel o que os obrigou a vender todos os animais e se mudar para a cidade. Dois anos depois o fatídico acidente aconteceu. O pior dia da sua vida.

Não se sujeitou a isso por escolha, ela não tinha mais para onde ir....

     Sua mãe era inglesa, uma dama que em uma viagem ao exterior conheceu seu humilde e batalhador pai, que na época não passava de um filho de fazendeiro. Ela logo engravidou e foi expulsa de casa, mas o homem na qual se apaixonou a acolheu com amor, e se dedicou a aprender outra profissão para sustenta-la, eles se casaram, e logo Elise nasceu. Eles felizes juntos, isso a pobre moça se lembra...eles eram muito felizes!

Seu maior consolo é que ele não vai voltar essa noite. Provavelmente vai se enfiar em algum bar e beber até perder a consciência.

E amanhã....

Amanhã será um novo inferno.

Enxuga as lágrimas e suspira. Uma leve garoa cai lá fora. Pelo menos os céus estavam a chorar por ela.

Se tivesse forças...

Sim! Se tivesse forças não deixaria que ele me batesse!

Elise se levanta do chão com dificuldade, todo seu corpo dói por alguns hematomas. Se encara no espelho do quarto, olhos vermelhos de tanto chorar, seu rosto está magro e olheiras profundas e escuras. Fora seu lábio inferior que possui um corte suave que sangra e a marca das mãos do covarde gravada em tom vermelho em sua bochecha esquerda, seu olho...

Pobre garota...

Pálpebra inchada.

Ele estava muito além do que foi antes contra ela.

Mas mesmo totalmente acabada, Elise era bonita. Muito bonita.

A magreza causada por dias de tormenta não retiraram totalmente suas curvas, e nem o brilho bonito dos seus olhos.

Ela era realmente bonita, mesmo que não acreditasse mais nisso.

E a auto estima dela se foi com comentários infelizes com o tempo.

'Essa bermuda está muito curta!', estava na altura do joelho...

' Essa blusa é muito vulgar!' Era apenas um decote em V simples...

' Essa maquiagem parece de prostituta'... era apenas um gloss e um rímel...

' Você tem sorte de me ter. Ninguém mais gostaria de você...'

' Esses amigos não ligam para você!' ...E suas amizades se foram...

No final, ela ficou sozinha, sem apoio, sem autoestima, sem alegria, sem ha quem pedir socorro.

No LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora