Only God can judge you

Capítulo 28

Pov Lorena 

Não demorou muito pra eu sair do hospital, nem pra colocar minha vida nos trilhos. 

Só fiquei ali uma noite a mais, sai pela manhã, aproveitei esse tempo sozinha para recapitular tudo que aconteceu nesses últimos dias: Consegui conciliar minha religião e minha sexualidade graças a aquela conversa com Robbie, quase tive tudo arruinado quando André apareceu do nada, briguei com a Jade, terminei um relacionamento de cinco anos e vim parar no hospital por uma briga estupida com a Sam. Uau, era muita coisa. E tudo isso fez eu chegar a uma unica conclusão: A vida não para, não adianta deixar as coisas pra amanhã quando se vive o hoje. Já estava na hora de fazer o que eu queria, de tomar as rédeas de minha vida para enfim, ser responsável pelo meu futuro e minha felicidade. 

E era exatamente isso que eu estava fazendo enquanto procurava ela pelo campus. 

Sai do hospital com uma vontade de viver fora de normal para mim, passei no meu dormitório e tomei um banho, coloquei aquele vestido rosa bonito que Diana tinha me dado de aniversário. Cumprimentei Diana com um forte e caloroso abraço quando a vi ali no quarto, ela me disse que havia ficado preocupada e me pediu pra explicar tudo pra ela. Mas tive que explicar pra ela que essa conversa teria que ficar pra depois, tinha um assunto sério pra resolver antes de qualquer coisa. 

Avistei Jade naquela sala de convivência da Brown, sentada no sofá marrom junto com seus amigos, conversava e ria, não havia percebido que tinha chegado ainda. Fui em direção a ela, animada, ela virou e finalmente me percebeu quando finalmente estava do lado dela. 

— Lorena! — exclamou sorrindo, enquanto se levantava. — Lobinha!! Você saiu do hospital!!!

Ela me deu um abraço forte, não pude deixar de sorrir, não quis solta-la e ela aparentemente também não pretendia, então ficamos ali juntinhas. 

— Por que você não me avisou que recebeu alta? Eu ia te buscar! — perguntou ela. 

— Ah... — dei de ombros, me afastando para ver seu rosto. — Quis fazer uma surpresa. — declarei, com um sorriso. Peguei sua mão e a puxei para um canto afastado de todas aquelas pessoas na sala de convivência.

— Olha só, alguém aqui parece muito feliz pra alguém que quase bateu a cabeça e morreu. — Jade sugeriu, enquanto eu a puxava. — E pra quem ontem mesmo saiu do armário pra seus pais cristãos conservadores. 

Bufei, rindo. 

— Nossa, nem me fale. — balancei a cabeça em negação. — Se eu te falar que eu não lembro de metade das coisas que eu falei, você acredita?! 

— É melhor assim, provavelmente... — comentou, rindo.

— Ainda não consigo acreditar nisso. 

Nos encaramos por um instante, eu sorria igual uma idiota, enquanto Jade sorria com o seu sorriso que era o mais lindo do mundo. Seus olhos verdes brilhavam, suas pupilas dilatadas, meu coração palpitava. Depois de tudo aquilo, era como se o caminho finalmente estivesse completamente aberto pra nos duas, já não havia nenhum obstaculo. 

— Então... — comecei a provocar, me aproximando um pouco. — Ainda brava comigo? Sabe, por causa daquela coisa do André. 

Ela suspirou.  

— Deixa pra lá, já passou. — deu de ombros, mas cruzou os braços. — A única coisa que ainda não saiu da minha cabeça é a imagem dele te beijando na festa. — reclamou, emburrada. — Sério, que ódio. 

Dei uma risadinha, me aproximei. 

— O que foi, ficou com ciúmes? — provoquei, mordendo meu lábio.