Bebês e Cigarros

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Sai do quarto peladão soltando um bocejo ouvindo a garota na minha cama me chamar de gostoso. Eu não me lembrava o nome dela mas a mulher fazia um oral de dar inveja e eu não me importaria de repetir.

Viver uma vida sem apegos ou compromissos é a melhor escolha de um homem. Não que eu não tenha um sonho de me casar com uma mulher incrível e ter vários filho para me chamar de pai e levar no parquinho nos fins de semana, na verdade eu tenho esse sonho sim, só que apenas uma mulher pode realiza-lo e no momento ela não está muito afim de mim, então o que me sobra é curti as outras enquanto magicamente ela se apaixona por mim.

Não custa nada esperar, eu já esperei cinco anos mesmo, o que seria mais cinco?

Entrei na sala encontrando Naruto no sofá balançando as pernas em um tique nervoso. Meu amigo roía as unhas sussurrando vários sangue de jesus tem poder.

A última vez que vi Naruto assim foi quando ele descobriu que tinha hemorróidas, mas que eu me lembrei ele já tinha feito cirurgia.

— O que manda cara? — me aproximei só agora notando que tinha um bebê dentro de uma cestinha do lado dele. — Quem é o catarrento?

— O nome dele é Boruto, uma garota deixou aqui na porta. — respondeu com os olhos arregalados.

— Como assim deixou aqui na porta? Erraram de endereço da entrega.

As pessoas andam tão descuidadas hoje em dia quando vão comprar coisas pela internet, um endereço em falso e já era.

— Ela disse que é meu filho cara. — Naruto me olhou desesperado. — Como eu posso ter um filho sendo tão jovem? Só tenho vinte e sete aninhos e tenho muito o que viver ainda.

— Não fode. — murmurei chocado e com pena da criança.

— To falando Sasuke, mas ela está enganada, esse menino nem se parece comigo, com certeza não é meu filho.

Olhei pro moleque loiro de olhos azuis e cabelos espetados. O menino até enfiava o dedo no nariz e comia meleca pra comprovar que era filho do idiota a minha frente.

Agora o Uzumaki se ferrou legal, isso que dá não prestar atenção nas aulas de sexo na escola, a professora não enfia uma camisinha na banana atoa, a mulher sabe das coisas.

— Naruto tô achando que ele é seu filho mesmo. — comentei esfregando a mão no queixo.

— Isso é uma farsa, esse pivete é loiro dos olhos azuis e eu nem sou assim. — gritou emburrado tentando livrar sua bunda daquela confusão.

Como se ele fosse ruivo dos olhos castanhos.

— Naruto o menino é a sua cara.

— Não é não.

— É sim, o que você vai fazer com ele? Você não  sabe limpar nem sua própria bunda.

Naruto era um zé mané, nunca conheci alguém tão retardado como ele. O Uzumaki não daria conta nunca de cuidar de um bebê, a criança não sobreviveria um dia na mão dele.

Meu amigo olhou pra mim e para o bebê umas dez vezes seguidas, e depois se levantou correndo para o quarto fazendo o maior barulho, voltando dez minutos depois com uma mala laranja na cabeça.

O que esse doido vai fazer?

— Onde você tá indo? — perguntei desconfiado.

— Vou ali comprar um cigarro e já volto.

Comprar cigarro a essa hora? Mas ele nem fuma.  Espera um momento, eu lembro muito bem do meu pai indo comprar cigarro mas ele nunca mais voltou pra casa.

— E o bebê? Espera, pra que você vai levar essa mala?

— Dá uma olhadinha nele aí. — correu em direção a porta como se estivesse fugindo da polícia e eu entendi o que estava acontecendo.

— Seu filho da puta. — corri atrás do babaca segurando os ovos.

Por que diabos eu não coloquei uma tanga?

Saltei sobre o sofá sentindo um ventinho da bunda e meti a voadora no ar caindo em cima do sem noção do meu amigo.

— Você não vai comprar cigarro. — tentei mata-lo com um mata leão. — Vá cuidar da sua cria seu filho da puta vagabundo de uma figa.

— Não vou criar nenhum bebê.

— Fez agora se fode seu bastardo.

— Tira esse pinto das minhas costas.

Naruto gritou me derrubando e dando um chute nos meus ovos, se arrastando pra fora do apartamento com as calças no meio das pernas.

— Naruto eu vou matar você. — choraminguei segurando os filhos que eu não iria mais ter.

— Foi mal Sasuke, Hasta la vista baby. — o loiro colocou um óculos escuro e acenou ousando fazer um pacinho do Michael Jackson antes de ir embora.

— Maldito, ainda debochou da minha cara. — murmurei incrédulo enquanto me levantava.

O que diabos esse cara tem na cabeça?

A porta do apartamento da frente se abriu e minha vizinha gostosa por quem eu era apaixonado a cinco anos saiu toda linda. Me escorei no batente da porta suspirando apaixonado a secando com os olhos. Sakura jogou os cabelos rosados e duros para os lados com um sorriso encantador, e levantou o braço cheirando o suvaco fazendo uma leve careta antes de pegar um desodorante na bolsa e poluir todo ambiente com seu spray de abacaxi favorito.

Ela era tão perfeita e eu a queria tanto, mas a mulher não me dava bola de jeito nenhum.

Sakura me viu olhando para ela e arqueou uma sobrancelha olhando pro meu pênis com a boca aberta, e os olhos arregalados. Colocou uma mão na boca e veio até mim tropeçando nos saltos altos.

— Seu tarado. — deu um tapa na minha cara me fazendo dar uma pirueta e me equilibrar pra não cair no chão. — Eu não vou chupar seu pênis.

Sakura empinou o queixo e saiu rebolando em direção ao elevador.

— Uau, além de linda é forte. — suspirei a vendo tropeçar e cair de quatro dentro do elevador antes das portas se fecharem.

Sakura era tão culta e inteligente, uma mulher forte e determinada. Muita areia pro meu fusquinha amarelo.

— O que tá rolando aqui? — a loira boa de boca apareceu na sala me tirando do transe Sakura.

— E aí garganta profunda. — me virei para ela sem ânimo.

— É Jhenefer. — a garota respondeu revirando os olhos.

— Verdade nos conhecemos no tinder.

— Esse bebê é seu? — apontou pro garoto que girava a cabeça grande parecendo aqueles bonecos esquisitos de filme de terror.

Como ela podia achar que uma criatura dessas era meu filho?

— Não, é do meu amigo.

— E onde ele está?

— Ele foi comprar cigarro. — suspirei cruzando os braços pensando no que eu faria com aquele bebê.

Talvez o deixasse na porta da igreja ou de um hospital.

— Mentira, esse bebê é seu e você é casado. Seu tarado. — a mulher berrou me dando um tapa na cara. — Não me procure mais.

Passei a mão na bochecha vermelha cansado de apanhar, observando a loira sair rebolando do meu apartamento e bater a porta ao sair.

Olhei pro bebê que ainda balançava a cabeça feito doido e me aproximei o analisando hesitante. Ele parou me dando um sorriso cinistro, revirando os olhos vesgos.

Misericórdia é o filho do máscara.

— Papai. — o menino gargalhou e eu quis ir comprar uns cigarros também.

— Eu te mato Naruto.


Pai por enganoOnde histórias criam vida. Descubra agora